A Casa Velha - Prólogo.

Prólogo.

- Minha conclusão? Sobre o que? - No fundo eu sabia sobre o que Clara queria minha conclusão, ela não tinha viajado de tão longe atoa.

Olhei no fundo dos olhos dela, tentando passar confiança e sinceridade.

Conhecia Clara desde quando eu sequer me conhecia. Éramos crianças ainda quando fomos apresentados um para o outro, me lembrava muito bem desse dia, como nenhum outro.

Vou explicar rapidamente, meu amigo Felipe tinha um outro amigo, que no caso também se chamava Felipe, que era amigo de Clara. Por questões de amizades em comum e interesses mútuos de se conhecer, acabamos nos encontrando. Era uma tarde de domingo ensolarada, Felipe havia decidido que já passara da hora de conhecer Clara, depois de dias conversando com ela pelo telefone.

Na época eu tinha 9 anos, conhecia os dois Felipes a muito tempo.

E foi nesse dia que conheci a amável Clara. Há 14 anos atrás:

- Você sabe do que estou falando. - Disse firme fazendo um sinal para o garçom.

Ela havia me ligado na noite anterior, parecia firme com as palavras, queria me encontrar hoje na hora do almoço, na padaria em que costumávamos comer quando crianças.

Ela não mais morava na vizinhança, depois do acontecido (provavelmente a questão da qual ela quer saber minha conclusão) Clara e sua família se mudou para longe, fiquei sabendo que ela começou a frequentar o terapeuta:

- Fiquei sabendo que se formou em Psicologia esse ano. - Disse mantendo meus olhos firmes nos dela.

Clara era assim, obcecada. Desde criança quando queria algo, utilizada de qualquer meio para conseguir, se tornou psicóloga para tentar compreender melhor o acontecimento, mas não conseguiria, não sem minha ajuda, e era por isso que ela estava aqui.

O garçom se aproximou:

- Vou querer um café por favor. - Disse Clara sorrindo educadamente, e naquele instante toda seriedade do momento pareceu desaparecer da mesa.

- Um refrigerante. - Falei sem olhar para o garçom, ele se retirou e foi buscar nossos pedidos, e o olhar preocupado e severo de Clara se voltou a mim.

- Paulo. - Disse colocando sua mão sobre a minha que estava apoiada na mesa. - Eu só quero entender, entender o que me perturba há anos.

Eu suspirei:

- E o que faz você pensar que eu tenho essa resposta? - Eu estava sendo sincero. - Estávamos todos lá, e todos presenciamos a mesma coisa, e essa coisa mudou a vida de todos nós Clara! Não foi só você que teve problemas, não é só você que enfrenta eles ainda hoje! Lucas, Felipe, Rafael, Luis, Giullia, Bruna e por fim Gabriel, todos sofreram e sofrem desde aquele dia!

Ela não pareceu se impressionar com a minha resposta:

- E é por isso que eu estou aqui, você é o único que não sofreu e não sofre com isso.

Eu soltei um sorriso inevitável, Clara me conhecia muito bem, nenhum de meus amigos havia levantado essa questão, apenas e somente ela:

- Por onde quer começar Clara?

Ela suspirou.

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Nota do Autor: Primeiro, todos os nomes das personagens e acontecimentos são fictícios.

Segundo, esse é apenas o prólogo da história que estou escrevendo e irei postar completa aqui no Recanto das letras. Agradeço e acompanhem!

Pedro Kakaz
Enviado por Pedro Kakaz em 19/08/2013
Reeditado em 25/09/2013
Código do texto: T4441038
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