Sala de Bate Papo

Texto escrito às pressas. Desculpem possíveis erros de português. “A certeza é uma águia”, me disse meu bom e velho amigo de infância, Ventura. Tenho quase certeza que ele tirou isto dos vídeos do MUNDO CANIBAL...

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Meio da noite e Pablo atento na tela do computador. Enfiava a mão no pacote de biscoitos e bebia um gole de leite, procurando por mais uma vitima perfeita.

Havia tantos cadáveres de homens e mulheres sepultados em seu quintal... Pessoas simples e pervertidas, que procuravam em salas reservadas um parceiro para suas necessidades sexuais, ou simplesmente para um pouco de boa conversa.

Era ele sedutor em suas palavras. Conseguia em rápidas conversas mostrar-se misterioso e interessante. Com facilidade trocava telefone, marcava encontros e ia até suas vitimas.

Os encontros em lugares discretos lhe possibilitava desferir golpes rápidos para desacorda-las e arrasta-las até sua casa bem murada. Lá, ele as torturava, estuprava, matava, esquartejava e enterrava os pedaços embaixo da terra fofa.

Mas já fazia muitas semanas que não conseguia atrair alguém... Parecia que depois de tantos casos de desaparecimento, as pessoas haviam ficado ariscas. Quando conseguia marcar um encontro, sempre se exigia que fossem em lugares públicos e a luz do dia.

Era muito arriscado e ele bem sabia. Sua vontade de matar era insana e fervilhava sua cabeça, mesmo assim entendia que tinha que ter cautela e astucia.

Mas naquela noite suas preces foram atendidas. Susane Caroline era o Nick da moça que caiu em sua armadilha simples. Em poucos minutos de conversa, ela mostrou que era completamente seduzível, e Pablo se aproveitou ao maximo para atraí-la.

Trocaram telefone e depois de longas horas de conversas, marcaram de se ver na próxima noite. Ela com muito custo cedeu a alguém que possivelmente era o que tanto buscava.

Sua única exigência foi que se encontrassem em sua casa, pois ali se sentia segura.

A foto no skype contava que Susane Caroline não era uma moça feia. Mas as fotos de outras vitimas já haviam lhe mentido tanto, que ele preferiu não acreditar que a Caroline era tudo aquilo.

Dirigiu o velho carro até o endereço indicado. Um lugar quase que desertificado, perfeito para matar sua vontade de matar.

Caroline era sim a vitima perfeita. Morava em uma casa discreta e bem murada, como a dele. As poucas casas que cercavam a sua, tinha as luzes apagadas, pois já passavam das onze.

Por garantia, Pablo estacionou sua lata velha a duas quadras dali, apertando os paços até o endereço.

Estava tão ansioso com sua pequena faca afiada guardada no bolso da jaqueta... Tocou a campainha e o portão eletrônico de imediato foi aberto.

A terra daquele lugar era tão fofa quanto à do seu quintal... Talvez a mataria e a enterraria ali mesmo, já que seria muito arriscado arrasta-la até seu carro. Eram tempos difíceis, não precisava correr tanto risco... Tinha que ter novos hábitos para se adaptar as diversidades de suas novas vitimas.

E enquanto caminhava até a porta, se perguntava se Susane Caroline tinha uma pá. Para que diabos uma moça que morava sozinha teria uma pá?

Ela abriu a porta da sala e Pablo se encantou. A foto não mentiu! Caroline transbordava beleza em sua ensaiada timidez. Em um sorriso discreto, pediu para Pablo entrar. Ele entrou, ciente de que seria mais prazeroso matar do que o habitual.

Uma boa conversa regada a Amarula. A bebida doce tonteava Caroline e ela gargalhava, com o agradável papo do “bom” rapaz.

Em um bote rápido ele lhe roubou um beijo ardente. Não me perguntem se foi pelo fogo da Amarula ou pela pressa de Pablo... O fato é que o beijo esquentou ainda mais, fazendo seus dedos ligeiros despirem a roupa fina da moça.

Presa fácil. Assim pensava ele enquanto a envolvia em seu corpo. Caroline o arrastou até seu quarto grande e o jogou na cama, certa de que havia encontrado o cara perfeito.

A moça deixou-se levar, e ele também. Tinha tempo de sobra para se satisfazer e concluir seu bom plano.

A cama vibrava tanto que o guarda-roupa tremia. De súbito, Pablo ouviu algo despencar e tremeu, imaginando ser alguém.

Ela o acalmou, dizendo que apenas havia caído alguma coisa de cima do guarda-roupa. O rapaz continuou de onde parou, se deliciando com sua mais perfeita vitima.

Adormeceu nu com a moça em seus braços depois de se satisfazerem por completo.

O dia já estava quase amanhecendo quando Pablo acordou com a garganta seca graças à bebedeira. Com cuidado, tirou Caroline de seus braços e pensou naquele momento perfeito... A hora ideal para mata-la e ocultar seu cadáver no próprio quintal! Teria ela realmente uma pá?

Mas antes disto, precisava beber água... Caminhou pelado até a cozinha e com cuidado, abriu a geladeira.

Com cuidado sim, pois Caroline não podia acordar... Afinal, seu plano era fazer com que ela jamais acordasse novamente. Olhou o vidro de água na porta da geladeira e bebeu no bico, como se estivesse em sua própria casa.

E enquanto a água descia-lhe garganta abaixo, olhou curioso para o interior da geladeira. Algo estranho estava enfiado no fundo dela... Tão estranho que o assassino se abaixou para averiguar. Parecia cabelo... Parecia a cabeça de alguém!

Ele puxou e constatou: Era sim a cabeça de alguém! A cabeça fresca de um homem de meia idade, com a barba por fazer!

A surpresa foi tanta que ele vomitou. Ele que sempre retalhava e esquartejava suas vitimas antes de enterrar, sentiu nojo. Sentiu asco ao descobrir que existia alguém tão macabro e insano quanto ele! Temeu que ao voltar ao quarto, não mais encontrasse a moça dormindo. Por garantia, revirou a cozinha a procura de uma faca.

Cada armário que abria, encontrava mais pedaços da vitima recentemente morta. Sim, como ele, aquele homem foi atraído ali... E se não fosse cauteloso, teria o mesmo destino!

Não conseguia achar nenhuma arma para se proteger... Infelizmente teria que retornar até o quarto, na esperança de encontrar sua faca para ao menos se proteger e matar a moça enquanto ela dormia.

Como o esperado, Susane Caroline não estava mais lá... Ele revirou suas roupas na esperança de encontrar a faca, em vão, ela havia pego.

O coração disparava no ritmo de sua loucura, enquanto seus olhos atentos cercavam todos os lados, prevenindo-se contra um ataque de Caroline. De súbito, olhou para a porta do guarda-roupa e viu uma perna decepada no chão. Era o que havia caído enquanto os dois transavam...

Pela primeira vez, Pablo estava experimentando o mesmo medo que suas vitimas sentiam... Estava em um território hostil, prestes a ser pego de surpresa e esquartejado, como o dono da cabeça encontrada na geladeira. Inesperadamente, sentiu a presença de Susane Caroline atrás de dele. Virou-se e recebeu uma pazada bem no meio da testa. Sim, estava respondida sua pergunta: Ela tinha uma pá bem grande.

Acordou em insana dor, amordaçado, com as próprias meias enfiadas na boca. Com golpes rápidos, Susane golpeava seu braço esquerdo com um facão, enquanto sorria banhada pelo sangue. Ela finalmente decepou o braço de Pablo, e antes que o coitado desmaia-se de dor, a maldita esbofeteou seu rosto, para que ficasse acordado. Ela era cruel... Queria que ele ficasse acordado, de olhos bem abertos para testemunhar a própria desgraça!

De repente ouviu-se o som do skype. Susane beijou a bochecha ensanguentada de sua vitima e disse que logo voltaria. Pablo desesperado levantou a cabeça e testemunhou Susane Caroline seduzir mais alguém, batendo nas teclas do notebook com os dedos lambuzados de sangue.

Logo ela voltou e terminou o que começou. O outro braço lhe foi arrancado, e em seguida suas duas pernas. Ainda estava consciente quando a insana encostou a pá em seu pescoço e se preparou para pisar sobre ela, para finalmente arrancar sua cabeça.

A ultima coisa que Pablo viu foi o pé De Susane, empurrando com demência a pá em seu pescoço, forçando com as duas mãos até arrancar sua cabeça.

Eram quase dez da manhã quando Susane Caroline jogava as ultimas pazadas de terra no grande buraco com todos os pedaços de suas duas ultimas vitimas. Um carro parou de frente ao seu portão e um homem discreto desceu:

— Caroline?

— Sim. – respondeu ela – Você deve ser o Altair. Certo?

— Sou. Prazer em finalmente vê-la pessoalmente. – respondeu ele encantado com a beleza da moça.

— Pode entrar. Estou preparando a terra para plantar rosas. Me espere na sala.vou tomar um banho e depois podermos beber alguma coisa... Uma Amarula ou quem sabe até um vinho. Que tal?

Ele continuou a sorrir e entrou. Caroline jogou a pá suja de sangue e barro sobre a terra coberta e também sorriu, insaciável e sagaz...

Julio Dosan
Enviado por Julio Dosan em 05/09/2013
Reeditado em 05/09/2013
Código do texto: T4468150
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