O anão do cemitério

Ainda não eram 22 horas quando eu sai da casa de minha mãe naquela noite.

Porém a rua estava deserta e um vento estranho anunciava chuva.

Minha mãe morava no final da rua onde havia um cemitério. Não era um cemitério muito grande, mas era bonito e bem conservado.

Havia uma loja de flores ali nas proximidades, mas naquele horário já estava fechada, mas no período diurno eram bem movimentada. Até um bar que havia ali, hoje ja estava fechado, fazendo com a rua ficasse ainda mais sinistra.

As érvores se balançavam ao vento. E aquilo era um tanto assustador.

As sombras projetadas nas calçadas pareciam monstros que se preparavam para me atacar.

Ao atravessar o portão do cemitério, de grades bem antido e alto no estilo gótico, não resisiti e meu olhar foi de alguma maneira puxada para dentro como se algo quisesse que eu visse algo lá dentro.

Apesar da escuridão e do vento, pude ver velas acesas, flores coloridas a se balançar sobre os túmulos e parecia haver vultos circulando de um lado para o outro.

Senti uma onda de medo a me atingir ao ver aquelas coisas e ao perceber que o vento havia aumentado de intensidade.

Tornei a olhar para dentro do cemitério através do portão mas não vi mais nada. Nem velas, nem flores e nem vultos.

Apenas a escuridão. Mais nada.

Teria sido minha imaginação me pregando uma peça.

Continuei andando e ao voltar meu olhar para a rua à minha frente, algo me areceu estranho.

Um alto muro cinza acaompanhava toda a extensão do cemitério, com árvores na calçada a distancias regulares uma das outras, que balançavam ao vento.

E vi que uma criatura ou pessoa, vinha caminhando em minha direção.

Parecia uma criança pela estatura, vestido todo de preto. Era uma figura sinistra.

Continuei caminhando em sua direção. Mas confesso que à essa altura da situação eu estava com muito medo.

Quando nos aproximamos pude ver que era um anão, usava roupas pretas e olhava fixamente para a frente.

Era uma figura bem bizarra com seu sobretudo preto e maquiagem muito escura. Dava medo.

Seu lhar trasmitia medo. Continuei meu caminho, apesar do medo.

Bem embaixo de uma árvore nos cruzamos. Gelei de medo ao notar que quando ele passou por mim, o vento parou totalmente e depois voltou a soprar.

O que foi isso ??? Pensei comigo.

Mecanicamente me virei para ver o anão que havia passado por mim.

para meu desespero não vi mais nada. Apenas a rua e as árvores balançando ao vento, numa dança macabra.

Com muito medo tornei a me virar para continuar minha caminhada, após alguns passos, eis que vejo novamente vindo em minha direção o mesmo anão. Eu não podia crer em meus olhos.

Como poderia ser isso. Era o mesmo anão. Com sua roupa negra.

Ele cruzou comigo, o vento parou e depois voltou a soprar.

Me viro e ele não está mais lá. Nada, nada havia lá.

Essa cena bizarra se repete por mais algumas vezes e parece que não saio do lugar, continuo bem perto do portão do cemitério ainda. Tento gritar mas não consigo.

E lá vem ele novamente.

Mas algo está diferente agora. Ele vem me encarando com raiva nos seus olhos vermelhos.

Quando chegou bem perto, parou e me disse com uma voz rouca e cavernosa:

- Não olhe para trás. Deixe-me ir embora...

Ao dizer isso, o vento cessou. Fiquei imóvel no silêncio daquela noite muito estranha que agora já era madrugada.

Continuei a caminhar, controlnado a curiosidade de olhar para trás.

Ouvi um riso abafado que me arrepiou o corpo inteiro.

Segui meu caminho, o anão não apareceu mais e consegui chegar em casa quando o dia já estava amanhecendo.

Até hoje tenho muito medo de anões e toda vez que visito minha mãe, faço um caminho alternativo.

Não quero correr o risco de me encontrar com aquele anão, ou seja lá o que fosse.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 07/09/2013
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