"A casa"

A atenção das pessoas que procuram casas para alugar esta sempre voltada para a casa antiga da Rua Bela Vista. Uma casa que apesar de antiga, tem o formato de uma casa da zona rural, alguém com muito bom gosto construiu uma casa de fazenda bem no centro da metrópole, uma casa que desperta; desde a curiosidade das pessoas, quantas inspirações de escritores.

Ao entrar nesta casa, uma sensação arrepiadora toma por arrepios as carnes das pessoas que a visitam. Algo novo, sentimentos se misturam velozmente. Ainda mais em quem deseja desafios, a casa tem vida própria, ela te recebe de forma hospitaleira, tão intensa, que não a deixa voltar ao convívio das pessoas externas. Entre, fica a vontade, não tenha pressa de sair, a recepção; será inesquecível, pode crer, mas se viver guarde o nosso segredo!

“A casa”

Lourdes recém chegada de Nova Yorque, procura uma casa aconchegante para morar com sua amiga Rafaela, a mansão da Rua Bela Vista tem toda sua aprovação, uma bela casa, com formato de casa de zona rural.

Da janela do alto do segundo andar da casa, alguém observa Lourdes que estaciona o carro em frente da casa.

Rafaela percebe a cortina balançar e chama a atenção de Lourdes; Rafaela – tem alguém na casa, vi a cortina da janela balançar.

Calma, diz Lourdes; - às vezes deixaram uma fresta e o vento entra, não é nada.

Rafaela sente um arrepio no braço e o arrepio toma seu corpo inteiro.

Mas mesmo assim, elas adentram a casa.

Da porta da frente se percebe um piso de madeira muito bem conservado, as escadas que dão acesso ao andar de cima, é bem largo e tudo parece ainda maior, devido estar vazia, sem moveis.

As moças vão adentrando a casa, Lourdes olha para um relógio na parede.

E comenta com Rafaela sobre a demora do corretor; - o senhor Pool deveria estar aqui, há uma hora nos ligou convidando-nos para vir, mas não esta aqui ainda.

Antes de terminar a fala, Rafaela toca o braço de Lourdes, fazendo gestos mencionando a presença do homem que do alto da escada as observava com um sorriso meio sarcástico no canto da boca.

Pool, um homem de mais ou menos quarenta anos de idade, Americano, naturalizado brasileiro, com 1,90 de altura, cabelos grisalhos. Pool usa uma calça preta e uma camisa azul escuro.

O homem desce as escadas indo ao encontro das mulheres, ambas jovens, lindas e bem sucedidas profissionalmente, Rafaela é Jornalista e Lourdes uma empresaria do ramo de calçados. Pool segura em ambas as mãos um taça com champagne; eu as saúdo com uma bela champagne, seja bem vinda ao Brasil e a esta linda casa.

Rafaela – o senhor nos observava da janela a pouco? Não, não eu estava no escritório revisando o contrato de locação quando ouvi vocês abrirem a porta, então, abriu a bebida e pensei em recepcioná-las em grande estilo, o que a ocasião sugere.

Espero não estar sendo inconveniente, Lourdes; - não, é claro que não, é que Rafaela pensou ter visto a cortina de uma das janelas balançarem, mas tudo bem.

Pool as ouve e discretamente vira o rosto em direção a um dos quartos do segundo andar, ao voltar o olhar para Lourdes, esboça um discreto sorriso, tentando confortá-las de forma apreensiva.

Pool repousa as taças sobre um pequeno balcão e convida as moças para se sentarem.

Neste momento, ouve-se um pequeno ruído no fim do corredor, o mesmo que da acesso a cozinha. – engraçado, parece ter alguém arrastando um pequeno móvel, como se uma cadeira estivesse sendo posicionado para alguém se sentar, não ouviu isso Senhor Pool? Indaga Rafaela. Lourdes – calma Rafaela, você esta mesma inquieta, desde que estacionamos na frente da casa, você esta incomodada.

Pool – você não tem motivos para pensar que há alguém na casa, estamos a sós! Mesmo que estivesse alguém; não seriam motivos para a senhorita se preocupar, não é? Vamos andar pela casa, vou lhes apresentar esta maravilha que vocês estão prestes a contratar por locação.

Venham, e sai caminhando lentamente a frente das jovens. Realmente a casa é um espetáculo, mas não esconde um mistério mórbido, algo que lhes causam certo pavor.

Porem, Lourdes e Rafaela vivem em busca de emoções fortes, e não vê motivos para não alugarem a casa.

Ao caminharem pelos largos corredores da casa, olhos famintos e curiosos cravados nas pequenas frestas da casa, as observam, sem que elas percebam, seus passos são seguidos de forma discretas, o corretor, senhor Pool esta conduzindo as moças para uma aventura da qual elas nunca provaram, a intenção desta macabra assombração é aprisionar para sempre as moças, que sem perceber; caem feitas moscas numa rede mortal de espíritos famintos por sangue e pavor.

A casa tem quartos e salas nunca antes visitadas, há no corredor uma antiga sala de leituras, lá existem jornais antigos, livros...

Ao passar em frente esta sala, Rafaela fica curiosa para ver o que tem lá dentro, mas o corretor não permite a visita ao interior da sala. Pool – esta sala foi escritório do primeiro proprietário da casa, pobre homem, morreu num acidente na construção civil a mais ou menos trinta anos.

Ais dentro vivem as lembranças do pobre homem, conselho; se querem morar aqui nesta casa vivendo em paz, jamais entram nesta sala.

Rafaela sentiu o conselho do homem como se fosse um desafio. Mais tarde, Rafaela procura uma forma de despistar Pool e a amiga e entra na sala.

No hol interno do grande compartimento, tem uma mesa de centro, sobre a mesa um velho jornal, em sua primeira pagina uma foto curiosa, o rosto do homem cuja casa veio a amostrar para elas; o corretor.

Abaixo da foto uma tira de reportagem, no dia 28/02/1983, morre o corretor Norte Americano recém naturalizado brasileiro.

Sua morte ajuda a descobrir irregularidades ao construir casas em lote dentro de cemitérios.

Continua na proxima pagina.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 11/10/2013
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