A Ressurreição Macabra

Aquela velha sepultura fora violada,

Este sepulcro rompeu-se de dentro para fora,

A madrugada silenciosa e tão macabra

Espreitando-nos com a neblina fúnebre agora!

Corvos gralham na escuridão envolvente,

Pairam através desta cruz derrubada e retorcida

E o vento sussurra na noite malevolente

Nesta terra amaldiçoada e por todos esquecida!

Um raio corta a imensidão em negrume,

Meu coração dispara na palpitação do desespero

A morte paira no ar no seu fétido perfume

Fazendo eriçar-se até meu último fio de cabelo!

Nesta noite há algo que não posso prever,

Quem violaria o túmulo de um recém enterrado?

Há algo diabólico, que virá então acontecer

Que nem a morte pudera deixar senão enterrado

Atrás de mim sinto a ofegante respiração,

Minha espinha congela neste pavor já infectante,

Por detrás de mim aquele que neste caixão,

Havia sido sepultado dentro do solo insignificante!

Com suas mãos sórdidas aperta-me o pescoço,

Falta-me o ar para que eu possa respirar,

Este não pode ser meu fim e todo esse esforço

Para que a morte venha então me abraçar.

A consciência esvanece toda a suposição,

Lentamente meu corpo por inteiro vai amolecendo,

Este ser maldito nesta maligna ressurreição

Escarnece do meu fim enquanto estou morrendo!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 01/01/2014
Código do texto: T4632815
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.