“Terror psicológico”

Este conto é inspirado na historia verídica. É uma forma de terror, não iguais estas que lemos, ou que vemos nos filmes, onde se vê sangue jorrando, corpos mutilados, tramas satânicas ou coisas parecidas, esta historia é o terror cotidiano de muitos pais, e de muitas famílias que vivem na cidade grande. Um terror na imaginação de um pai, que se tortura só em pensar na tragédia em sua família. Diria ate que um terror não muito levado a serio, mas que deveria ser; por isso resolvi contar.

“Terror psicológico”

02/01/2014 inicio de ano, onde as lembranças das boas coisas vividas no final de ano, inda estão novas na memória da gente.

Muitas pessoas, principalmente os mais jovens, estão ainda eufóricos, felizes com os presentes que ganhou, com as festas e tudo mais.

Cheguei em casa mais cedo do trabalho, por volta das 17h00, meu filho feliz em me ver chegar contou-me seus sonhos, suas historias de adolescente, ele tem dezessete anos de idade, muito apegado a mim, a sua mãe e seu irmão mais velho, e sua cunhadinha, que ele a tem como irmã. Isso o deixa feliz.

Assim que me contou suas aventuras fantasiosas, rimos um pouco. Ele me pediu para ir à casa de um amiguinho que mora um pouco afastado de nossa casa.

Eu o deixei ir, mas o recomendei para que voltasse logo, as ruas andam violentas, as pessoas malvadas andam em busca de desgraças o tempo todo.

Por isso eu disse; - filho volta logo, venha antes das 08h00, sua mãe volta mais cedo do trabalho hoje e assim podemos jantar juntos.

Meu filho me respondeu; - sim pai, eu volto logo, fica tranqüilo.

Meu filho saiu e eu fui tomar um banho, a tarde estava muito quente.

Minha esposa retornou por volta das 19h00, eu tentei ligar para meu filho, mas o telefone dele dava sinal de fora de área ou desligado, o tempo foi passando, deu 20h00, 20h30, o telefone sem sinal, minha esposa já se preocupou, nosso filho não se atrasa nunca para o jantar, se ele diz que volta as 20h00, ele volta ate um pouco antes, mas o horário já não nos preocupava tanto, e sim o fato de o telefone estar fora de área ou desligado.

Chegou 21h00, os nossos corações já começam a arder, a imaginação já esta causando agonia, eu não consegui jantar, minha esposa indo a cada minuto na janela.

Quando derrepente, minha esposa diz; - homem vai ate a casa do amigo do nosso filho... nos não sabíamos o telefone do menino.

Eu chamei meu sobrinho, que é um garoto de quatorze anos de idade, e perguntei-lhe, filho, tu sabes onde mora o amigo do teu primo? Sim tio, eu sei.

Então vamos lá comigo.

Nos fomos caminhando uma distancia de mais ou menos 15 minutos a pé.

Ao chegar à casa do amigo, ele disse que meu filho havia ido lá sim, mas por volta de 18h40 teria ido embora dizendo que passaria na casa de outros colegas de escola.

Nós saímos de lá da casa do menino quando já era quase 22h00, em desespero tentei ligar pra ele novamente, o telefone fora de área ou desligado, senti vontade de chorar no meio da rua, o coração de pai já estava em desespero, meu Deus, onde esta meu filho? O que aconteceu? Meu sobrinho caminhava ao meu lado e demonstrava muita preocupação comigo, eu tentava não demonstrar meu apavoramento, mas inútil, minha respiração ofegante denunciava minha agonia de pai, eu sentia raiva também, pois ele teria mentido pra mim, não foi apenas na casa de um amigo, foi para outros lugares, onde? Eu não raciocinava mais direito, no caminho entre a casa do amigo do meu filho e minha casa, agora em regresso, passamos próximo a um riozinho imundo, tem apenas umas vielas ma construída cortando para o outro lado e uma favelinha bem próximo dali.

Quando me lembrei que um dos meninos, colega de escola do meu filho morava por ali, desviei meu caminho em direção a rua da casa de um segundo colega do meu filho.

Ao nos aproximar, meu sobrinho caminhou para meu lado, como quem se protegia ou se assustava; - tio aconteceu alguma coisa na beira do rio, olha quanta viatura de policia, nos apressamos, e ao se aproximar, havia mais ou menos trinta viaturas, as ruas dos dois lados do rio estavam tomadas pelos moradores do local e por pessoas apavoradas dizendo; - minha nossa, três adolescentes trocaram tiro com a policia e morreram.

Tentei ainda ligar para meu filho, o nervosismo me impedia de acertar as teclas do celular, eu me apavorava, com muito custo consegui ligar o numero dele; novamente, fora de área ou desligado, na minha mente eu pensava, ele tomou carona com amigos da escola e os amigos o levaram para uma aventura, agora, esta morto, ensangüentado, estraçalhado por tiros de uma calibre 12.

Meu cérebro incendiava.

Liguei para minha esposa que também em casa aguardava noticias, sem conseguir falar com nosso filho.

Num momento de surto, invadi o bloqueio da policia e fui contido por policiais do Tático Móvel, que apesar da situação a que se encontravam, foram condencedentes comigo, educados e não usaram de violência comigo, nem me interpretaram mal.

Mas não me deixaram ver os meninos mortos, nem me deram nomes, isso ainda esta em procedimentos de diligencia.

Quando em desespero, olhei do outro lado da rua, a minha esposa dentro do nosso carro, ela buscava um local para estacionar em meio ao caos, mas não encontrava, deixou o carro de qualquer maneira e veio ao meu encontro.

Abraçou-me chorando, eu também chorava e implorava para ver os corpos, minha memória já me conduzia a suposta realidade fatal onde meu filho era a vitima naquela situação, nos não raciocinava mais direito, quase 23h00, o telefone do nosso filho não atendia, nos sabíamos que nosso filho era um bom filho, mas também sabemos que existe meninos perdidos inclusive na escola onde ele estuda, e para nos, uma fatalidade causada por uma companhia errada, tinha acontecido.

Em lagrimas, minha esposa me perguntou; você foi ate a casa do outro amiguinho do nosso filho? Não – respondi, então vá ate lá homem pelo amor de Deus, eu vou tentar falar com os policiais, às vezes eles me deixam passar, eu sou Advogada, quem sabe consigo ver de perto o que aconteceu.

Enquanto isso, fui ate a casa de um segundo amigo dele, encontrei sua irmã no portão, a menina olhava de longe a tragédia.

Me aproximei, me apresentei todo desajeitado e perguntei-lhe, você pode me responder se meu filho esta com seu irmão? Ela me disse; - vou ligar para ele e pergunto o senhor tenha calma... Quando ela liga, pergunta sobre meu filho, o seu irmão diz; sim, ele esta comigo, nos estamos jogando vídeo game, por quê? Aconteceu alguma coisa? Eu desvairadamente tomo o telefone da mão da jovem, eu queria ouvir a voz do meu filho, eu não me contentei, o chamei de irresponsável, dei-lhe bronca por não voltar logo para casa, prometi-lhe uma surra, foi um grande surto, eu sorria e chorava ao mesmo tempo, meu filho e seu amigo ficaram sabendo do ocorrido na rua quanto à morte dos garotos por telefone, eles nem sabiam o que estava acontecendo.

Não conheciam ninguém envolvido na situação.

Em menos de 15 minutos chegaram a casa, abracei meu filho lhe dei uma baita bronca, minha esposa tomou calmante, e aprendemos que por mais que educamos nossos filhos, sempre haverá um motivo para testar nossa capacidade de pai e de mãe.

Mas os valores de família devem sempre ser lembrados, cuidados com o Maximo zelo.

Esta historia é verídica, não citei nomes para proteger a integridade dos personagens.

Lamentavelmente, as vitimas de historias como estas, é sempre a sociedade, que vêem jovens sem controle perderem suas vidas por praticarem atos violentos, como no caso destes jovens, que assaltaram um veiculo e reagiram contra a policia. Eles também são vitimas de alguma maneira. Infelizmente fatais.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 07/01/2014
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