lady ligeia

Lady ligeia tinha como sombra uma mórbida e sublime beleza, atrelado em seus cabelos a divina luz dos anjos ,no limiar dos olhos feitos de ouro que cintilavam ao fogo dos seus lábios, que simplesmente explodiam em contraste com seus negros cabelos.

Lady ligeia era uma destemida amante da vida, fugitiva da morte, inimiga do tempo, lady ligeia era a mais antiga amiga da morte, uma amiga da qual fazia anos que ela ignorava, um de seus olhos era o cárcere da juventude o outro da beleza, ligeia perseguia incansavelmente a vida eterna, tendo em vista que o tempo o afrontava passando rápido demais e aproximando a morte cada vez mais.

Seguindo as pistas deixadas pela imortalidade, ligeia chegou até uma sinistra praia de águas negras, sentada sobre a fria areia da praia da solidão, refletia sobre sua estendida vida, questionava se, se sua busca incessante busca pela beleza e imortalidade havia realmente valido a pena, amores perdidos, famílias arruinadas e entes esquecidos.

Ao aprisionar a beleza em seu olho ligeia teve que abdicar do amor, quando aprisionou a juventude em seu outro olho teve que abrir mão da amizade, e cada valor aprisionado em seu corpo tinha um preço diferente, “tudo tem seu preço”, pensava ligeia, mas será que o preço a ser pago era mesmo justo.

Quando a noite era anunciada a chegada da tarde ligeia caminhou até o topo das colinas que se erguiam atrás da praia, para alcançar o topo da colina ela teve que desbravar sonhos perdidos e cruzar com o destino , mas ele se recuava a encara lá.

Cansada das incertezas e da fuga, sentada a beira de um rio descansava a jovem eternidade, ligeia passou a fita lá, agora lady ligeia diante da eternidade por fim prenderia de vez em seu coração abdicando em fim das emoções.

Mas a eternidade não estava disposta a se entregar ficou de pé no mesmo momento gritou a plenos pulmões para o medo lhe salvar.

Mas nesse exato e sorrateiro segundo uma doce e meiga voz se projetava de traz dela, era a morte cantando em tom sincero em sua mão apenas uma vela que aos poucos ia se acabar.

As duvidas lhe consumia será este meu destino, passar a vida lutando e por fim se entregar, ligeia não queria mais lutar tão pouco voltar a procurar, a escolha precisava ser feita, agora era tarde demais pra voltar.

Ela teve apenas alguns segundos pra pensar, traída pela vaidade perdeu sua vida numa loca corrida pra nada alcançar, agora dando ouvidos a bondade e ignorando a vaidade ela iria se entregar.

Lady ligeia ajoelhou se no chão com um crucifixo na mão e passou a rezar, pedindo a virgem maria sua mãe escolhida pedia por piedade pra sua alma descansar.

A morte ajoelhou se ao seu lado, pegou sua mão, não havia outra opção ,lado a lado ,lady ligeia ea morte de mãos dadas até o fim do horizonte passaram a caminhar.

JOSEFF GRIMM
Enviado por JOSEFF GRIMM em 22/01/2014
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