Maria Eugênia - Quinta Parte

Na casa ao lado morava um casal de idosos, ambos muito simpáticos. Jorge no outro dia bem cedo foi conversar com eles. Perguntou se eles moravam ali há muito tempo, se conheciam os proprietários da casa que ele alugava. Os dois disseram que moravam ali há mais de 50 anos, desde seu casamento. Que os proprietários da casa onde Jorge estava morando haviam se mudado fazia cerca de 10 anos, após terem perdido o único filho num acidente de carro.

O menino, continuaram a narrar, se chamava Lucas e morrera juntamente com sua gata de estimação, que estava em seu colo no momento do acidente. Até, ressaltou Dona Ana, nunca esqueço o nome dela porque era o nome da minha avó. Ela se chamava Maria Eugênia.

O senhor Brandino, marido de Dona Ana, acrescentou quer geralmente os inquilinos não ficavam muito tempo no imóvel, por ter fama de mal assombrado. Muitas pessoas haviam relatado um frio estranho dentro da casa, e as aparições de um menino e de um gato.

Jorge voltou para casa e contou a Helena tudo o que descobrira sobre os vizinhos e também a visão que tivera na outra noite. Ela ficou apavorada.

- Então, quer dizer que a gata...?

- É ela que está enterrada no quintal. - disse Jorge com convicção. Essa casa é assombrada.

Maria Eugênia entrou na cozinha nesse momento e foi beber água no seu pires, que ficava ao lado do fogão. Ao vê-la, Helena deu um grito e recuou para bem longe. A gata se assustou e fugiu correndo. Helena estava branca como cera.

- Jorge, vamos embora daqui! Eu não quero mais ficar nessa casa! Esse lugar é amaldiçoado, vamos embora...

Jorge aproximou-se da esposa e a abraçou.

- Fique calma, meu amor. Acho que eu sei quem pode nos ajudar. Lembra da minha tia Renita?

- Sim... ela é médium, não é isso?

- Sim, é médium e sensitiva. Ela sabe o que temos de fazer.

- Então vamos lá falar com ela. Agora!

A tia de Jorge morava num bairro distante, numa casa simples mas acolhedora. Era uma senhora afável, de cabelos prateados e rosto suave. Usava um vestido azul.

Ela os conduziu para uma sala enevoada pela fumaça dos palitos de incenso. O perfume era inebriante. Havia um altar com imagens de santos católicos, anjos e ciganos, flores e velas acesas. No meio do aposento havia uma mesa coberta por uma toalha de renda branca, com um baralho de Tarô e alguns cristais coloridos em cima. Foi lá que os três se sentaram.

Jorge contou à tia tudo o que estava acontecendo na casa que haviam alugado. Renita ouvia o sobrinho de olhos fechados e com as mãos espalmadas sobre a mesa. Era evidente que estava em sintonia com seus guias espirituais. Quando Jorge acabou de falar, ela respirou fundo e pegou o baralho.

- Escolha uma carta. - disse a Jorge.

Jorge puxou uma carta... a carta da Morte.

CONTINUA

Maryrosetudor
Enviado por Maryrosetudor em 27/02/2014
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