Abdução - DTRL 15

Sergio estava em seu apartamento tomando cerveja.

O dia no trabalho havia sido extenso mas agora ele se divertia com um programa de televisão.

Era um programa de pegadinhas decadentes, mas assim como outros programas antigos Sergio gostava de assisti-los.

Entre um gole e outro ele adormeceu. Acordou sentindo frio e olhou em direção ao relógio de sua sala para ver que horas eram.

No entanto, deparou-se com uma parede branca e bordas metálicas correndo por suas divisas. Assustado e já recuperado de seu sono, ele se deu conta de que estava de pé, envolto em uma gosma que cobria o seu corpo até o pescoço, como se fosse um casulo.

Ele esforçou-se para sair dali debatendo-se inutilmente, quando escutou passos vindo em sua direção.

-Socorro! – gritava. No entanto seus gritos de nada serviram.

Dois seres altos adentraram na sala aonde estava e o examinaram. Eles eram elegantes em suas passadas, e Sergio pode ver que estavam nus. Mas não havia sexo para distingui-los uns dos outros.

Enquanto um apertava seu rosto e batia com os dedos em sua testa, o outro caminhou em direção a parede abriu uma espécie de gaveta tirando de lá uma pequena ferramenta.

Enquanto Sergio os observava desesperado, um terceiro ser entrou na sala e eles conversaram. Era um idioma diferente, mas pelos gestos, esta terceira criatura parecia ser superior aos demais e aparentemente os mandava serem rápidos.

Assim que este ser saiu da sala, o outro virou-se repentinamente e encostou a estranha ferramenta em sua cabeça. Sergio ouviu um estalar e sentiu uma forte pontada antes de apagar.

Quando acordou, estava em seu sofá com a TV ligada e a lata de cerveja ainda gelada em suas mãos.

-Que sonho doido – disse consigo mesmo.

Sergio levantou-se e foi até o banheiro. Precisava mijar.

Quando olhou no espelho ele tremeu. Sua cabeça estava inchada, e aproximando-se mais de sua imagem refletida, viu um pequeno chip sobressaltado sobre a pele de sua testa.

Praguejando e sentindo sua cabeça girar, ele correu o mais rápido que pode em direção a sacada e atirou-se do décimo-quinto andar. Antes de cair no entanto, foi segurado por mãos fortes e escutou as vozes nítidas em seu ouvido:

-Segurem-no, vamos! Edite! Você esqueceu de dar o remédio do nº116?

-Desculpe! – respondeu a nova enfermeira. Esta tirou do jaleco uma pequena seringa e aplicou-a em seu braço.

Os enfermeiros chegaram a tempo. Mais um pouco e Sergio teria pulado a janela de seu quarto.

Agora, este era arrastado como um saco de batatas até a sala de eletrochoque para mais uma sessão de “acalmamento” de seus nervos. Enquanto isso aos pés da maca, um ser estranho o observava tranquilamente, até desaparecer diante de seus olhos quando o primeiro choque o invadiu e destruiu seus sentidos.

Bonilha
Enviado por Bonilha em 26/03/2014
Reeditado em 26/03/2014
Código do texto: T4744343
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