SEXTA HORRIPILANTE

Faltavam cinco minutos para zero hora de uma sexta-feira iluminada pela lua cheia. Eu dirigia tranquilamente a uma velocidade moderada, por uma rodovia de pouco movimento em função do horário.

O relato que farei a seguir, creiam-me, é a pura verdade: Ao entrar em uma curva acentuada, quase perdi o controle da direção ao tentar desviar-me de uma mulher que saiu do nada e correu em direção ao meu carro. Por sorte eu estava devagar e mesmo assim o susto foi grande, pois ela acabou sendo atingida levemente, de raspão, mas o suficiente para desequilibra-la e cair no asfalto enquanto eu por pouco não batia de frente em um poste do qual consegui desviar no último segundo. Após ter parado o carro e ainda tremendo sob o efeito da adrenalina voltei caminhando rapidamente até a mulher que estava acabando de se levantar e perguntei:

-Você está bem?

-Por favor, ajude-me!

-O que aconteceu?

-O meu filho...meu menininho...ele...

-Acalme-se, eu vou ajudar. Conte-me, o que aconteceu?

-Eu perdi o controle da direção e meu carro caiu no morro. Por favor me ajude, meu filhinho está lá!

Segui-a apressadamente até a beira do morro e avistei o carro tombado com o teto encostado em uma árvore e perguntei:

-Há mais alguém no carro além do seu filho?

-Não! Apenas o meu menino. Por favor, salve ele!

A lua estava clara e eu podia ver relativamente bem onde estava pisando. A medida em que eu me aproximava do carro eu ouvia o choro de uma criança. Quando cheguei, vi um menino de aproximadamente 2 anos de idade seguro em uma cadeirinha. Apesar do grave acidente a criança estava bem, mas havia uma mulher ensanguentada debruçada sobre o volante, virei-me e gritei para a mulher que havia me pedido socorro:

-Ei! você não disse que não havia mas ninguém além do menino?!

Mas para aumentar o meu espanto a mulher tinha desaparecido. Não havia ninguém lá, apenas uma fumaça fina movimentada pela brisa.

Retirei o menino com cuidado enquanto consolava-o e coloquei do lado de fora do carro. Fui até a mulher que jazia debruçada sobre o volante e com cuidado virei o seu rosto em minha direção. Quase cai de costas com o susto que tomei ao ver que o cadáver em questão era da mesma mulher que havia acabado de me pedir ajuda.

Joheni Faria Carrilho
Enviado por Joheni Faria Carrilho em 30/04/2014
Reeditado em 30/04/2014
Código do texto: T4788487
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