Incrédulo

Seu sorriso entoou-se atrás da espessa barba grisalha, e aos poucos suas estreitas e longas rugas se amontoaram em uníssonas enquanto sua face se desfigurava em uma explosão de prazer. Terminou. Despejou suas necessidades dentro de mim, pôs-se de pé levantou as calças, encarou-me. Estávamos no meio do nada, nada se via ou se ouvia, estava só, era o fim. Um buraco já cavado no chão aguardava meu corpo já maculado, ainda me encarava, abriu uma gargalhada, o vento trouxe o cheiro podre de sua boca até mim, tão brusco quanto veio sua mão pesada em meu pescoço, atacou-me no buraco, e pegou uma pá fincada ao chão, jogou terra em cima de mim, sim era o fim, jamais seria encontrada, meu marido que esperaria eternamente por notícias minha, lá fora outra pazada, respirei, chorei, enfim... Aceitei, mais terra,

Douglas Moreira
Enviado por Douglas Moreira em 30/06/2014
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