O NASCIMENTO DO DEMÔNIO

Era uma vez um Deus perfeito. Não habitava num espaço, não existia espaço. Não era eterno, o tempo ainda não nasceu.

Não tinha necessidades. Não precisava ser adorado, não necessitava de anjos para lhe servir café da manhã ou chá da tarde, ou que tocassem harpa para Ele, não precisava de companhia para ajudar a passar o tempo ou discutir o bom livro que leu. Não precisou criar um local de ouro e cristal para viver.

Achava ideia de arte efêmera e via o belo como algo feio, nada poderia rivalizar com sua perfeição, logo tudo criado seria ruim, embora o ruim ainda não existisse.

Não percebeu que nada era bom, o bom não existia ainda. Além do mais ele sempre soube de tudo, tornando impossível perceber algo novo. Mas supondo que o bom existisse, sabia que já que a única coisa que havia para comparação é Ele mesmo, a criação ficaria infeliz por se separar dEle. Já que para criá-lo, Deus deixaria de ser alguma coisa do todo. Tudo até o momento era Ele.

A tristeza ou felicidade não existiam, supondo que criasse algo, a primeira coisa que a criatura iria sentir era vazio por deixar de ser Deus. Não haveria tristeza pior que essa, e logo a criatura iria preferir nunca ter existido, sua existência seria dor e sofrimento assim que esses sentimentos passassem a existir.

Deus num ato de curiosidade deixou de existir. E permitiu que todo o resto se fizesse.

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Obrigado por ler. O que achou? Chato? Entediante? Sem Sal? Sua opinião é importante pra mim. Me dê sua sugestão, critica, puxão de orelha ou quem sabe se achar necessário um elogio.

Leobalevski
Enviado por Leobalevski em 23/07/2014
Reeditado em 28/07/2014
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