Em uma noite...

Em uma noite estrelada, ao canto da janela do meu quarto, podia-se ver a Lua. Sempre majestosa com seu brilhar eterno, as nuvens a cobriam de vez em quando, dando um ar sombrio. Eu então, saí do quarto e me coloquei a caminhar nessa noite fria e serena. Não queria companhia, mas as estrelas me seguiam incansavelmente noite adentro. Olhava os cantos das ruas, e via apenas o brilhar da lua por entre as árvores formando aquelas imagens sinistras que assustariam qualquer um. Parecia poesia, se não fosse um corvo que gritava em cima de uma lápide no cemitério ao lado de minha casa. Na lápide estava escrito um nome de um homem bastante conhecido na cidade, Walter Watson, Sr. Watson era casado com a Senhora Eleonora Watson. Já havia uns bons anos que os dois haviam falecidos, mas o corvo insistentemente gritava, e abaixo escorria sangue sobre a lápide. De repente um som vindo de longe me fez arrepiar o braço e gelar minha nuca. Nunca havia ouvido aquele som antes. Parecia de animais sendo abatidos, misturados com sons de pessoas gritando. A cada passo que eu dava em direção ao som, mas assustado ficava. Aonde tudo acontecia parecia estar mais distante de mim. E do nada o som foi se dissipando até sumir totalmente. O vento parou e todos os sons ao meu redor foram se silenciando, até não poder ouvir nenhum galho se mexendo. No asfalto podia-se ver uma mensagem escrita com letras grandes, que dizia: "Fuja enquanto é tempo". Corri de volta para casa, mas não a encontrava e não entendia nada. Voltei para onde estava e a mensagem e no lugar dela havia outra: "Um dia todos morrerão". Segui um caminho escuro, e o que via, eram elementos deformados me seguindo, formas bizarras que gemiam seus sofrimentos. Não eram um ou dois, eram centenas e tomavam as ruas ao meu redor. Corri os mais rápido que podia, até chegar ao portão grande e assustador. Ao longe não se via nada, pois a neblina tomava conta de tudo. Não sei como, mas o portão abriu-se e consegui entrar. As criaturas atrás de mim sumiam em meio ao nevoeiro. Os sons de gemidos foram silenciados, como se tivessem desaparecidos. Andando em direção ao que estava escondido na neblina, havia uma mansão, com várias janelas e uma entrada sinistra. De longe pude perceber uma imagem distorcida na janela à esquerda da porta de entrada, que logo desapareceu. Ao entrar na casa, pude ver duas escadas laterais, do lado esquerdo uma biblioteca e ao direito uma sala de jantar. Subi a escada da esquerda e fui ver o que havia logo acima, várias portas que davam para os quartos. Entrei em um deles, e não estava com cara de abandonado, acendi a luz e o que vi me deixou assustado. Em uma noite estrelada, ao canto da janela do meu quarto, podia-se ver a Lua.

Alfredo José Durante
Enviado por Alfredo José Durante em 19/08/2014
Código do texto: T4928882
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