O rei Satã

No século XV, havia um rei soberano e cruel, que dominava uma pequena aldeia de camponeses refugiados pela guerra. A primeira atrocidade que a majestade aplicou em seus escravos, foi lançar num lago negro, um homem vivo para os imensos crocodilos ferozes, que rasgaram sua carne e o esquartejaram brutalmente. Esse terrível assassinato foi uma marca que o rei deixou aos outros prisioneiros, ficava claro á todos sobre seu modo de pensar e principalmente agir. Alguns senhores de idade afirmavam que ele tinha feito um pacto com o Diabo e por isso era tão maligno com o próximo, mas nada foi provado á sociedade. Certo dia, os camponeses reclamavam de falta de alimento, aborrecendo o rei que ordena aos soldados, que despejassem lavagem de porco ás pessoas, uma menina observa ao lado da mãe, o soldado segurando um cesto de palha, derramando a lavagem nos pratos, a garota deixa uma lágrima de sofrimento escorrer dos seus olhos úmidos e acaba levando uma bofetada no rosto pelo guarda que disse:
-Não chores, pois isso não agrada ao rei...
Sem alternativa, começaram a comer a lavagem intensamente, ou morreriam de fome. Uma criança de sete anos, filho de um casal camponês, estava faminto e ao sentir o estômago roncar, resolve invadir o castelo, entrando pelos fundos em busca de um pedaço de pão velho. Avistou em cima da mesa rústica, um cesto de pães franceses e deixando a saliva escorrer no canto da boca, aproximou-se dos alimentos e discretamente pegou um pão que acabara de sair do forno á lenha, porém um soldado pegou o jovem em flagrante e arrastou o menino até a presença do rei maldito, que ao descobrir a verdade, se aproximou da criança frágil e disse para que não ficasse com medo e mostrando os crânios humanos decorando a parede do salão, avisa que seu crânio também ficará exposto ao lado das outras vítimas. Infelizmente, ninguém era corajoso o suficiente para salvar a vida daquela criança inocente, que teve a cabeça decepada na guilhotina, na presença de todos, inclusive sua família, onde a mãe emocionada, desmaiou de sofrimento. Isso ficou marcado como o segundo assassinato do rei Satã, que assustava ainda mais os pobres camponeses. O rei estava aborrecido com a criada do castelo, por que sempre atrasava seu banquete e resolve mandar aos soldados que a queimassem viva.
Amarraram a mulher de pele escura, e a prenderam no tronco de árvore seco. Todos foram obrigados a presenciar o novo assassinato clandestino, onde observam a senhora chorando e tentando se desamarrar das resistentes cordas que apertavam seus braços magros. Um guarda se aproxima, segurando uma tocha de fogo e incendeia as palhas de milho, que cercavam a vítima, as chamas devoraram sua carne em questão de minutos, até morrer, sentindo seus ossos queimados, fazendo o odor ficar mais forte ainda. A fome invadiu aquela aldeia e um homem observa sua mulher grávida, chorando de dor e fome, aborrecido, ele aborda um soldado, pedindo comida ao rei. Porém a majestade ordena aos guardas que sugerissem que comessem o bebê que a mulher estava esperando em seu ventre materno, ou morreriam de fome e ser devorado por abutres. Nove meses se passaram e a criança nasceu, chorando e suja de sangue, os pais do menino, olhavam com tristeza a imagem do bebê á procura do calor humano da mãe. Um soldado que observa a terrível situação, deixa uma lágrima escorrer do seu rosto frio, inconformado com essa atrocidade. O pai segura o braço frágil do próprio filho e mordendo, arranca um pedaço de carne viva, fazendo a criança gritar desesperadamente, o soldado pegou sua lança de ferro e encrava no tórax do menino, morrendo na hora, e disse:
-Para a criança não sofrer tanto...
Em questão de horas, o corpo do bebê, estava destroçado pelos próprios pais, que para não morrerem de fome, foram obrigados a comer a carne de seu filho. O rei prosperava profundamente a vida daquelas pessoas. Até que um dia, assassinaram sua majestade com água fervente nas costas e vinagre, até ser atingido por um golpe de lança no coração. Os poucos registros sobre esse rei maldito, foram queimados confidencialmente, pois nunca haveria de existir um rei igual a esse por toda a eternidade.
Alexandre S Nascimento
Enviado por Alexandre S Nascimento em 19/05/2007
Reeditado em 27/09/2016
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