Criaturas da Noite

Entre elas na há pudor. Não existe respeito. Somente a lei do mais forte! Das garras pontiagudas, do rugido mais alto, sinistro e assustador. Entre elas quem tem o maior canino e conseguir estraçalhar as carnes sanguinolentas vence. São seres rastejantes, fétidos, maquiavélicos. Alguns alados, cuspindo fogo, ácido, germes. Todos de olhos arregalados, mesmo com o breu em volta.

O cheiro do medo, o som dos nervos tremendo aguçam seus ouvidos, atiçam seus instintos. A sombra da morte sempre a espreita, apavorante, constrita, fria, firme e disposta a cumprir seu dever. Mas elas não esperam, buscam saciar sua fome, sede, mastigando as vísceras e sugando a linfa pungente que derrama em bicas das artérias.

Elas são as criaturas da noite. Que perambula pelos vales. Que atocaiam os mais fracos e desavisados dos perigos das madrugadas. Maquinas famintas programadas para matar, torturar, humilhar, subjugar outras espécies. Mundanas, com formas horripilantes! Travando uma batalha épica. Não se importando com o pranto, com a ranger de dentes. Dando vazão, apenas a seus apetites sórdidos, insanos, lascivos. São elas as criaturas da noite.

Corja sedenta, que se camuflam, no calor do dia, no brilho do sol em forma de seres humanos.

valdison compositor
Enviado por valdison compositor em 04/09/2014
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