A Casa Velha

Era uma tarde de verão como outra tarde qualquer, Bruno e seus amigos pegaram algumas garrafas pet e colocaram duas em cada ponta para servirem como gol, os meninos brincaram durante horas e horas, diversas partidas foram feitas durante este tempo, até que um dos meninos acabou chutando a bola forte demais assim jogando vidro adentro de uma velha casa da vizinhança. Os meninos discutiram durante uns 5 minutos para decidir quem iria até a casa buscar a bola, e chegaram ao acordo de que quem deveria ir até deveria ser Bruno, o garoto que havia chutado a bola para longe. Todos achavam justo, menos Bruno que era o medroso do grupo. Impulsionado pelos amigos, ele não teve alternativa a não ser ir até a casa, ele bateu a porta durante algum tempo, porém não obteve resultado algum. Os garotos já impacientes, pois não poderiam ficar mais tempo na rua, pois logo anoiteceria, falaram para ele entrar, um pouco relutante com as ordens dos amigos ele notou que a porta estava destrancada e a abriu, a porta havia feito um barulho muito horripilante, logo ele notou que o interior da casa não havia nada além de alguns móveis velhos cobertos por panos e teias de aranha, as cortinas todas fechadas e bem sujas de poeira. Bruno sentiu um calafrio, ele ficara totalmente arrepiado com a casa velha da vizinhança, avistou a bola e rapidamente foi até o objeto e a pegou, notou que havia algo bem grande no interior da sala, mas não tinha muita coragem para seguir em frente e ver o que era, saiu rapidamente de lá, deixando a porta entre-aberta.

Assim que o garoto saíra da casa, a partida havia sido retomada, os meninos ficaram durante mais alguns minutos e depois voltaram para suas respectivas casas, pois os pais os chamavam. Bruno passou a noite inteira pensando sobre o conteúdo da casa, ele tinha por volta dos treze anos, e há pelo menos cinco anos nunca viu ninguém entrar ou sair daquela casa. Com mais um dia se acabando, o garoto foi para a cama e lá adormeceu rapidamente.

Durante a madrugada teve um sonho muito estranho, onde ele retornara a casa, ele estava totalmente assustado, e caminhara por lá e conforme sua expedição se expandia ele notara que objeto que tinha visto era um caixão, rodeou o estranho objeto e repentinamente a porta se abriu e um vulto pulou sobre ele, Bruno acordou gritando e extremamente suado. Com as imagens perturbadoras de seu sonho o garoto não conseguiu dormir pelo resto da madrugada, só cabia esperar o sol nascer e encontrar seus amigos e contar sobre o sonho e o que ele aparentemente acha que viu dentro da casa, ele sabia que ao contar sobre aquilo os meninos iriam se aventurar dentro do local sem pensar duas vezes, mas ele precisava saber se era apenas um sonho ou a realidade.

Ao ter decidido isso mesmo com todo o medo que tinha sobre aquela casa, ele havia contado sobre o interior do lugar, os meninos ficaram interessados conforme ele tinha previsto, decidiram que para tornar as coisas mais divertidas eles se aventurariam dentro da casa velha durante o anoitecer, queriam provar ao garoto medroso que não havia nada lá a não ser uns móveis velhos e empoeirados esquecidos pelos antigos moradores. O garoto tinha a estranha sensação que algo o chamara dentro daquela casa, e isso ficava cada vez mais e mais intenso com o passar do dia, até que anoiteceu e em uma expedição pela casa os meninos foram. Bruno havia notado que a porta que ele deixara entre-aberta estava fechada novamente, os meninos tentaram convencê-lo de que certamente havia sido o vento que a tinha fechado durante a noite.

Mais uma vez o garoto abre a porta da casa, ouvem o som dela rangendo conforme o garoto abria a porta, todos notaram que a casa era grande, escura, cheia de móveis velhos, teias de aranha, um perfeito local para um clube para contar estórias de terror, os meninos estavam em cinco, Bruno, Marcos, José, Léo e Vicente, todos com idades entre treze e dezesseis anos, assim que todos haviam entrado decidiram se separar, um grupo com dois iria investigar a parte inferior da casa onde eles se encontravam e o outro iria para a parte superior. Marcos, José e Vicente subiram para investigar os quartos da casa, Bruno e Léo ficaram com o térreo da casa. O trio que ficara com parte de cima de casa, subia com cuidado as escadas, escadas que se encontravam em um estado perigoso, bem velha os degraus rangiam passando a impressão de que ela cederia a qualquer momento, sentiram um forte odor de carniça vinda dos quartos, decidiram por investigar mais e mais sobre o local, aquilo que era uma casa antiga e abandonada, agora parecia uma cena de um filme de terror, ou até melhor uma cena de crime. A dupla que ficara com a parte térrea da casa, vasculhava atenciosamente cada canto, até que Léo avistara algo bem grande no interior de uma das salas, como Bruno temia era realmente um caixão, quanto mais os garotos se aproximavam do interior da sala, um estranho arrepio subira pelas suas costas, seus pelos se eriçavam, a respiração ficava pesada e qualquer barulho por menor que fosse poderia desencadear um susto enorme, os meninos estavam muito atentos a qualquer coisa, qualquer movimento, e assim que se aproximaram definitivamente do caixão, notaram que a porta estava destrancada. Bruno havia falado para o companheiro de aventura para não abrir, que ele poderia se arrepender, e algo surgir de dentro e o agarrar, Léo não deu a mínima para o que o amigo dizia e assim abriu a parta do caixão, para surpresa de ambos não havia nada ali.

Enquanto o outro grupo procurava pelo estranho odor, os meninos notaram que haviam três portas e decidiram que cada um deveria escolher uma delas e averiguar o que tinha dentro de cada quarto, Vicente ficara com a porta que ficava no final do corredor, Marcos ficou com a porta a esquerda dele e José com a porta do meio, decidiram por entrarem todos ao mesmo tempo para que não tivesse nenhuma brincadeira idiota, Vicente dirigiu-se para o fim do corredor enquanto os outros dois meninos aguardavam pela sua chegada a sua porta, assim que o menino chegou em frente a porta os três com os nervos a flor da pele, abriram suas respectivas portas e adentraram. Marcos ficou decepcionado a porta que ele escolhera não havia nada, apenas uma cama que estava desarrumada, José também não obteve muita sorte com a escolha dele, restara apenas à porta de Vicente, para surpresa do garoto havia pelo menos uns cinco corpos em estado avançado de decomposição, o garoto não aguentou o cheiro forte dos corpos e saiu do quarto, assim que ele fez isso, todos os meninos que estavam na casa ouviram a porta bater com muita força. Bruno e Léo resolveram se esconder atrás do sofá que ficava de frente para o caixão, os outros três se reuniram e foram para o quarto do fim do corredor, onde havia mais lugar para esconderem-se. Aos poucos notaram que eles já não estavam sozinhos na casa, havia mais alguém lá, Vicente estava em choque, começava a achar que a ideia deles fora demasiadamente péssima, pois acabariam por ter o mesmo destino dos cadáveres que encontrara em um dos quartos. Bruno e Léo ouviram passos em direção ao andar de cima, e aproveitaram para sair da casa, correram até a direção da porta e então a abriram e foram para fora, Bruno estava muito assustado com toda a situação, os outros três garotos ficaram no andar superior da casa, e certamente quem estava lá dentro com eles os encontraria, eles tinham que fazer algo bem rápido para chamar a atenção de quem estava dentro da casa. Os três garotos permaneciam em um grande perigo Marcos que se escondera atrás da porta ouvia os passos de alguém que se aproximava do local, ele notou que havia alguém parado em frente o quarto que Vicente escolhera, sem explicação o homem havia sumido do quarto. Marcos achou que era a oportunidade deles saírem da casa, fez um sinal para os outros dois, e então decidiram por sair correndo o mais rápido possível do quarto, assim que os três saíram de seus esconderijos e foram em direção ao corredor, eis que o homem surge por de trás do grupo surpreendendo José, ele o ergue contra a parede e lança um ataque feroz em sua jugular. Os outros dois assustados correram o mais rápido que puderam, desciam pelo menos uns dois ou três degraus de uma vez, até que o próximo a ser pego inexplicavelmente fora Vicente, que teve seu coração removido do corpo em único gesto, restara apenas Marcos dentro da casa, quando ele finalmente parecia estar alcançando a porta, eis que o homem surge na frente dele e o joga ao chão, assim atacando sua garganta, Bruno e Léo que estavam do lado de fora da casa ouviram os gritos dos amigos, que um após o outro cessaram, o que havia sido uma questão de minutos. Porém eles não tinham tempo para sentir por eles, a porta da casa abrira e sem explicação o homem avançou sobre os dois, os erguendo ao mesmo tempo. Eles notaram que no semblante pálido do homem que aparentava ter pelo menos uns 35 anos, havia aqueles olhos negros, presas enormes, Bruno descrente no que vira fora jogado ao chão enquanto o vampiro alimentava-se de seu amigo, em choque o garoto não pode fazer nada a não ser rezar.

Desde aquele dia ninguém soube dizer o que houve com os cinco amigos, uns especulavam que eles haviam fugido, outros diziam que eles foram raptados e seus corpos devem ter sido jogados em algum canto, há quem diga que eles entraram na casa velha do bairro e jamais retornaram.

Nando Soares
Enviado por Nando Soares em 22/12/2014
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