Amigo invisível

Os pais foram para o baile e deixaram a filha de quatorze anos responsável pelo irmãozinho de oito anos.

— Não abra a porta a ninguém Michele alertaram os pais antes de saírem.

Durante a noite, a garota ficou de papo furado no telefone, enquanto seu irmãozinho assistia filme de terror na sala.

As onze e meia da noite a campainha tocou. Michel pausou o filme e foi atender a porta. Michele não ouviu a campainha pois dormia em seu quarto com a luz acesa. Por volta da meia noite ela acordou com o som da campainha tocando insistentemente. Lembrando-se do aviso dos pais, ela procurou por seu irmãozinho temendo que ele pudesse abrir a porta. Mas não o encontrou em nenhum canto da casa. E a campainha insistia em tocar para desespero da garota. Com medo, ela aproximou-se da porta para espiar no olho mágico onde viu um policial. Mais tranqüila ela abriu a porta.

— Boa noite, seus pais estão em casa? – perguntou o policial.

— Não, eles foram a um baile, porque? Algum problema? – perguntou Michele.

— O vizinho reclamou de gritos vindos dessa casa, vim ver se está tudo bem...

— Deve ter sido o som da TV, estou assistindo filme de terror – respondeu apontando para o filme pausado na TV – não há nenhum problema.

— Neste caso tenho que pedir que abaixe o volume.

— Sim senhor, não vai acontecer de novo.

— Obrigado.

O policial foi embora e Michele fechou a porta. Estava agora preocupada em achar seu irmãozinho caso contrário estaria numa encrenca das grandes. Vasculhou todos os cômodos, gritou por seu nome, mas nada de Michel.

Só havia um lugar que ela ainda não tinha procurado: o porão. Criando coragem ela abriu a porta e desceu as escadas. Da escuridão, ela ouviu risadinhas de seu irmão.

— Michel, chega de brincadeira – gritou Michele tentando achar o interruptor – vou contar pra mamãe que você ficou vendo filmes de terror em vez de dormir.

Assim que acendeu a luz, Michele viu seu irmãozinho sentado no chão de costas pra ela conversando com alguém invisível.

— Michel, quer me matar de susto, vai logo pro seu quarto antes que papai e mamãe chegue – ordenou Michele.

O menino continuou a conversar com o ser invisível como se não tivesse ouvido sua irmã.

— Eu vou te bater moleque, vai já pra cima – esbravejou a garota. Sem dar ouvidos a ela, Michel levantou-se e deu a mão para seu amigo imaginário, então saiu caminhando em direção a parede, por onde desapareceu.

Estranhando aquilo, a garota foi até a parede se perguntando por onde Michel tinha saído. Dali ela viu um saco plástico preto bem no canto da parede. Dentro dele, Michele encontrou seu irmãozinho.

Contos de arrepiar
Enviado por princesslove em 15/01/2015
Código do texto: T5102573
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.