O Anjo da Morte - O Início do Apocalipse (parte 4): O Mundo da Escuridão

“Que calor infernal é esse que estou sentindo? Não queimo só por fora, mas também por dentro. Minha garganta está ardendo de tão quente. Parece estar a mais de quarenta graus, talvez uns cem graus célsius, embora não entenda como posso estar vivo nessa temperatura e também depois do que me aconteceu em Luz do Sol. Está tão quente que sequer tenho saliva na boca para molhar o mínimo possível minha garganta”.

John abriu os olhos e viu que estava deitado sobre uma rocha. Vivo, não entendia como, mas estava vivo. Com muito esforço ele se levantou e olhou para o próprio corpo. Vestia a mesma roupa com que fora assassinado, mas não havia marcas do crime em seu corpo. Só então ele levantou a cabeça para ver onde estava e se assustou bastante.

A rocha em que estava não pertencia a nenhuma montanha, era apenas uma plataforma de rocha, uma montanha de cabeça para baixo. Com coragem, ele caminhou até a ponta e viu algo ainda pior: não havia solo ou nada mais naquele lugar, milhares de metros abaixo havia apenas lava derretida, um grande mar de lava, impossível de se resistir caso caísse dali. E o céu, não havia céu, apenas terra, nenhum sol, estrelas ou lua, aquele lugar era sempre noite. Mas não se podia dizer que era escuro, na verdade era muito claro devido ao mar de lava e o calor que aquele mar emitia era torturante.

Não podia acreditar que estava ali, não podia acreditar que aquele lugar existia e não sabia que lugar era aquele, mas estava lá.

De repente, algo aconteceu no mar de lava. A lava começou a se agitar num único ponto e desse ponto surgiu um ser, um ser muito estranho e horrível.

A única coisa mundana com que ele se parecia era uma serpente, muitíssimo peçonhenta, porém não tinha escamas ou pele ou nada que se parecesse com a Terra, porque seu corpo era constituído apenas por lava derretida, os olhos tão vermelhos quanto rubis e de uma maldade imensa.

- Olá John Raviastro! ― A gigantesca serpente de fogo falou com a voz mais grave que poderia existir nesse mundo e num tom que expressava uma maldade impossível de se existir.

- Como você sabe meu nome?

- Vejo que nem meu enorme poder assombra você. Isso é bom!

- Você não respondeu minha pergunta! É melhor fazer logo ou me jogo nessa lava, só para não te ver nunca mais!

- Não, não, não. Não queremos isso caro John. Preciso de você. Preciso de você vivo. Se você se atirar contra a lava morrerá e desta vez para sempre. Nem mesmo eu serei capaz de trazê-lo de volta. Eu sei de tudo meu caro. E conheço a todos.

- É mesmo? Então prove isso me falando QUEM DIABOS É VOCÊ?

- Adoro essa sua coragem. Isso quer dizer que enfrentará qualquer um para conseguir o que precisa. Mas antes de te dizer que sou, é preciso que saiba onde está.

- Sim, sim. E onde estou?

- Esse lugar tem muitos nomes, assim como eu. Inferno, Mundo das Trevas e o nome verdadeiro Mundo da Escuridão.

- Inferno? Mundo das Trevas? Esse lugar não existe. Parece que estou dentro de um anime japonês.

- Se ele não existe, por que está aqui?

- Isso não pode ser. Nunca acreditei que esse lugar existisse. Então, os terroristas que matei, todos vieram parar aqui. Mas por que não os vejo?

- Porque estão mortos. Foram devorados. Nenhuma alma que tenha cometido muitas maldades vive aqui. Todas aquelas que mataram ou quiseram matar e vieram parar aqui, são devoradas vivas e lentamente.

- Isso é assustador. Até mesmo para mim!

- Claro que é. Para todos os que veem aqui, mas devo dizer que poucos têm a sua sorte. Quase ninguém vem aqui para não ser torturado ou morto, ainda mais com tantas mortes no sangue.

Mas agora está na hora da verdade. Está na hora de me apresentar. Você já deve ter ouvido falar dos muitos nomes que seu povo me deu, sem saber que eu sequer tenho um nome, apenas uma nomeação de cargo. Chamam-me de Lúcifer, Satanás, Diabo, como você mesmo falou, mas minha nomeação é apenas Rei da Escuridão.

- Não posso crer nisto! Então Deus realmente existe!?

- Sim. Ele existe. Por que essa cara de espanto?

- Você sequer se sentiu mal ao citar o nome dele. Todos dizem que você sequer pode ouvi-lo.

- Tudo isso são lendas, meu caro. Não me importo de escutar o nome Dele. Apesar de tudo foi Ele quem me criou. Só que eu sou mais poderoso e resolvi tomar o poder, acabei derrotado e jogado nesse lugar quando era apenas uma dimensão vazia. Criei todo esse mundo de acordo com o que gostava.

- Só poderia ser assim mesmo! Mas e porque não me deixou morrer?

- Antes de responder essa pergunta, tenho que te apresentar duas pessoas. Meus servos mais fiéis e poderosos: Tirano, o Tenente do Meu Exército e Camalion, o General. Apareçam!

Inesperadamente, duas plataformas flutuantes surgiram do nada e em cada uma estava um ser diferente.

Um deles John reconheceu de imediato, era o mesmo monstro que o matara em Luz do Sol. Era um monstro horrível, sua face canina, com um chifre sobre o focinho, os olhos verdes de maldade pura, não tinha o braço esquerdo, mas o direito estava lá com uma pata com garras massivas de quinze centímetros, os pés não tinham dedos apenas garras de cinco centímetros, todo o corpo era coberto por uma pelugem azul escura, não tinha orelhas.

O outro era humanoide, as diferenças entre ele e os humanos era que não tinha pele, nem dedos e os olhos sem pupila, eram tão verdes quanto uma esmeralda e cheios de maldade e violência.

Edu Marchezini
Enviado por Edu Marchezini em 26/01/2015
Reeditado em 03/03/2015
Código do texto: T5114946
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