Cratera (Parte 9 e 10)

Parte 9 - Trancada e amordaçada

Da escuridão a claridade ao acordar! Percebe-se preza, amordaçada e amarrada! Murmurava ao pano, mas nada claramente saia! Percebe-se estar no centro da sala, um homem a olhava, no qual solta: - Bem sua velha fofoqueira, não sou explorador! - Apenas cumpro ordens e se são severas, é para o bem do condominio, logo tenho que aplicá-las! Escutava inquieta, tentava se debater, mas estava bem amarra sobre o peso da cadeira! O homem estava atencioso, com o olhar fixado a mesma, volta a dizer: - Péssima hora, dona Luzia, péssima hora que decide vir! - Tenho que tomar alguma providencia! O zelador aproxima-se da porta do lavabo, pega o instrumento e volta a forçar a trava da porta! Logo o rádio toca, o homem com rapidez pega o objeto sobre o sofá, atende: - Pois não, Marcondes! Rádio: - Seu Marcondes, é o sindico Lowis, tudo bem? Marcondes surpreso, pensa por um instante em não mencionar o ocorrido, volta a dizer: - Olá Seu Lowis, pois não, no que posso ajudar a esta hora? Lowis: - O Kleber da portaria, disse que o Gerson estava aí, e que não voltou até agora! - Disse que falou com você no qual mencionou que o mesmo havia saído! Pára por instantes, volta a interrogar: - Esta falando sério? - Mesmo? Marcondes exalta-se, e diz: - Sim chefe, estava com problema de vazamento e achei pertinente chamar ajuda da portaria, no qual veio o Gerson, por que estaria mentindo, sou um funcionário de palavra, o senhor sabe disso, há tantos anos trabalha comigo! Lowis: - Desculpe-me Marcondes, é que... Volta dizer: - Sabe das rixas dos funcionários sobre sua pessoa, é um bom funcionário e competente, sem dúvida alguma, mas sabe... Abaixa o tom de voz e solta: - É que estou na portaria, pois o Kleber está me infernizando, e tive que fazer a social aqui! Marcondes solta um sorriso de alivio e diz: - Sei sim, chefe! - Sei sim! Lowis: - Bem vou desligar, vou ver se os seguranças podem procurar pelos arredores! Pára e diz: - Sabe como é... Pára e diz: - Às vezes está aprontando com alguma fogosa do condomínio, sabe lá o que passa com estes! Risos emergem do fone, Lowis volta a dizer: - Boa noite! Ambos desligam! Muda-se a cena para dentro da portaria! Abre a porta do pequeno banheiro de dentro do cubículo acompanhado ao som da descarga, sai Lowis em direção a bancada de controle no qual se encontra o funcionário inquieto! Kleber solta: - E aí chefe, falou com ele? Lowis: - Sim, falei, ele saiu da casa de Marcondes, daqui a pouco volta! Alterado Kleber menciona: - Chefe, daqui a pouco? - Já faz uma hora! - Gerson saiu e até agora não voltou! Lowis: - Vou chamar a equipe de segurança pra procurá-lo, não sei pra que tanto alarde, o rapaz é um policial! Kleber murmura: - Sabe chefe, não gosto do Marcondes, ele explora muito a gente aqui! - Pô, chamar um funcionário a estas horas, é muita cara de pau por parte dele, não estamos ganhando por isso! Lowis: - Sabe o que é, Kleber... Coloca a mão no ombro do rapaz e volta a dizer: - Amanhã acontecerá um grande evento e às vezes improvisos assim acontecem, paciência! - Bem, estou indo! Abre a porta e se retira! Volta a dizer: - Se a questão é horas extras, peça pra empresa de segurança, sendo que aqui vocês estão no turno da noite e não vejo problema algum em quebrar alguns galhos! - E outra! - Os funcionários que Marcondes pede favores são contratados pela administração do condominio e são devidamente ressarcimos, pois acho que estão criando hostilidades desnecessárias! Se retira! Kleber esbraveja-se e reclama: - Algo estranho deve ter acontecido, vou chamar alguém da equipe de segurança, e irei pessoalmente ver o que tá acontecendo, será minha grande chance de desmoralizá-lo e por fim ter algum argumento pro condomínio demiti-lo! Diz enfático: - Já era Marcondes! Risos emergem! A cena volta para dentro da casa! Marcondes com dificuldade, carrega a presa para o andar de cima, a mesma se debatia como uma certa resistência! Joga-a no quarto, diz: - Bem, sua mocreia azeda, ficará trancada aqui, pois será difícil terminar o trabalho lá embaixo com você me infernizando o tempo todo! Muda o tom de voz, aos berros, solta: - Vou abrir aquela porta, custe o que custar e você ficará trancafiada aqui dentro! Fecha a porta! Escuridão domina o local!

Parte 10 - Agoniada Luzia

Múrmuro abafado, não atravessa o pano! Agonia dominava aquela presa e amordaçada senhora! Nada enxergava no breu, apenas um tímido sopro de brisa ventilada, pelo pequeno vão aberto da janela, o peso da cadeira e os nós de pano, a impedia de rastejar! O fluído no rosto acusava as lágrimas que rolavam! Muda a cena! Marcondes pega o instrumento no qual pressiona com força sobre a tranca da porta! A impaciência domina um homem já agoniado e tolerante, desaba aos gritos: - Que saco! - Que saco! - Droga não consigo abrir esta merda! Repentinamente! A campainha toca! Suspira fundo, pensa por instantes, diz: - Calma Marcondes! - Calma! Vai de encontro ao olho mágico, diz: - Sabia que aquele idiota do Kleber, viria! - Tava demorando! Pensa e diz: - Ele me odeia e fará de tudo pra me desmoralizar para Lowis, mas o que é dele tá guardado! Segura, apertando firmemente o alicate! Deixa o instrumento em cima do sofá, vai atendê-lo! Abre a porta! Kleber olhava para os lados, logo, é surpreendido por Marcondes, no qual solta cinicamente: - Olá meu caro Kleber, pois não, no que posso ajudar? - Veio constatar com seus próprios olhos seu amigo Gerson? Kleber: - Vim ver se está falando a verdade! Marcondes se surpreende e diz: - Por que não confia em mim? - O que fiz pra desconfiar tanto assim de mim? Kleber vai entrando invasivamente! Marcondes, diz: - Vai com calma aí, a casa é minha! - Tenha mais educação! O rapaz olhava em volta, o ambiente com desconfiança! De canto a canto dos ambientes! Marcondes o seguia! Kleber solta: - Cadê o Gerson! Marcondes pára por um instante e diz eufórico: - Já disse que não está aqui, não sei onde está, por que insiste em dúvidar de mim? - Vou pedir pra se retirar, a casa é minh... Kleber o interrompe com gesto de mãos, para que diminuísse o tom de fala! Observava atentamente os ambientes da sala, logo, cinicamente solta: - Da sua? - Esta casa é do condominio, e você não passa de um empregado! Marcondes esbraveja-se e diz: - Olha vou prestar contas com o Lowie sobre você, tá sendo muito petulante! Kleber ri e solta: - O Lowie manda nos funcionários do condominio, não nos funcionários da segurança! Vai em direção de Marcondes e diz: - Não gosto de você, todos estes anos que trabalhei aqui neste condominio, sempre te achei um explorador, folgado e arrogante! - E desde que aquele cientista se instalou no condomínio, coisas estranhas passaram acontecer aqui dentro! - E num piscar de mágicas! Pára, em tom irônico, volta a dizer: - Passa a ser respeitado pelo Lowie de uma hora pra outra, saiu bem né! Risos cínicos! Volta a dizer: - Começou a puxar saco daquele velho louco e da sua família, foi promovido e se acha no direto de humilhar as pessoas trabalhadoras! Marcondes atônito, empurra Kleber no qual tropeça na mesa! Cena vai para o quarto! Resmungos de choro! Era a única coisa que se escutava! Luzia agoniada sem saber como estava! Sentia algo estranho, e esse algo passava de um lugar ao outro! Uma quentura sem explicação! No meio do ventinho! O bafo quente contornava seus pés, suas orelhas, outras vezes sentia o mormaço nos braços, a rodeava, silenciosamente! Arrepiava com o sentir de sua presença, tão abstratamente! Chorava inquieta, calada, amordaçada, prostrada, sem saber direito sua posição! Sentia-se condenada! Repentinamente um clarão de trovada ilumina o quarto, no qual declara a cena aterradora, só que já é tarde pra ter qualquer reação!

Parte 11 - Luta na sala