VILMA

Olá caros leitores, me chamo José Carlos e vou lhes contar uma estória que ocorreu no inicio de minha carreira, pois sou escritor e já lancei alguns livros, o mais famoso é “lembranças de um espírito” que vendeu cerca de três mil copias, pois é como da para ver não sou rico, viver de literatura no Brasil é quase impossível, ainda mais quando o gênero é o de terror.

Pois bem, devido à impossibilidade financeira vivi de aluguel até pouco tempo, pois apesar de tudo consegui juntar dinheiro, junto com minha esposa e demos entrada em uma casa, mas já vivemos em muitos lugares e logo assim que casamos alugamos uma pequena casa no interior do Rio de Janeiro, era um lugar muito pobre, mas ate que a casa era bonitinha e o seu aluguel cabia no nosso orçamento.

Os primeiros dias foram ótimos, deixamos a casa do nosso jeito, até arrumamos um cachorro para nos fazer companhia. Minha esposa adorava a casa, todos os dias a deixava brilhando, antes de ir trabalhar (minha esposa é faxineira), ela trabalha de segunda a sexta.

Eu além de escritor faço uns bicos para um pequeno jornal da cidade, (faço correção de texto) para ter uma renda extra, ou seja, fico muito tempo em casa.

Em certa sexta feira, tive que ficar acordado até tarde corrigindo uns textos que o jornal me enviou, já passava das duas horas da manha quando sou interrompido por um barulho que parecia vir da cozinha, levanto da cadeira em que estou sentado chamando por minha esposa...

____Juliana, é você quem está ai na cozinha?Você caiu?

Ninguém me responde, vou até a cozinha, mas ela não esta lá, vejo que todos os armários estão abertos, fico surpreso vou até nosso quarto,ao entrar vejo que Juliana esta dormindo,decido não acorda La, volto para a cozinha fecho os armários e vou me deitar.

Pela manhã, assim que Juliana acordou a pergunto o porquê que ela abriu todos os armários e não os fechou.

___Juliana o que você estava procurando nos armários da cozinha? E porque não os fechou?

___Mas eu não mexi nenhum armário à noite!

___Como não? Eu ouvi o barulho, e quando fui ver estavam todos abertos.

___José, isso deve ser coisa da sua cabeça, pois você anda trabalhando demais.

Fiquei pensando no que tinha ocorrido o dia inteiro, mas tentei esquecer. Pequei alguns textos para corrigir, pois nessa semana estava com muito trabalho acumulado. Sentei-me à mesa da sala e comecei a ler, até que de repente tenho a sensação de esta sendo observado levanto e vou olhar pela janela, pois não poderia ser minha esposa a me observar, pois estava no trabalho,quando vejo uma mulher em meu portão me olhando fixamente,sua aparência pálida e magra me assusta, ela me olha por mais uns instantes e vai embora, mas reparo em seu caminhar que ela manca de uma das pernas, e esta descalça.

Logo à noite comento com Juliana sobre a mulher, mas ela não liga muito disse que deve ser uma mendiga, pois havia muitos onde morávamos,jantamos e logo fomos dormir, pois o dia havia sido cheio para os dois.

No meio da noite tenho um estranho pesadelo; Sonho que estou em casa, mas com outras pessoas e elas não me vêem,vejo uma mulher “a mesma que estava em meu portão” junto com outra mulher e um homem,os dois com uma roupa vermelha e a mulher no meio deles com um vestido branco. Tento falar com eles, mas não consigo nesse momento o homem a pega pelos cabelos e a puxa a arrastando violentamente pelo chão, vejo que a uma faca cravada em sua perna, ele a arrasta até outro cômodo da casa em que havia um grande circula feito com velas no chão, ele a joga no meio do circulo, a mulher que o acompanha pega uma garrafa com um liquido que parecia gasolina e joga no corpo da mulher,que fica ali pegando fogo enquanto os dois sorriem,de repente eles olham para mim,parecia que já podiam me ver,aproximam se ,quando chegam bem perto,eu acordo tremulo e suado,olho para o lado e Juliana dorme,ao olhar para a porta vejo a mulher toda queimada me olhando, dou um grito bem alto e acabo acordando Juliana que assustada me pergunta.

___O que houve?

___Você não esta vendo? Ali na porta?

___Não vejo nada!

___Tive um pesadelo com a mulher que veio aqui no portão, e ela estava bem ali na porta, Mas não esta mais.

___Vamos dormir, pela manha conversaremos melhor.

Logo pela manhã ouvimos alguém nos chamar no portão era nosso vizinho.

___Olá vizinho, sou o Ricardo posso falar um pouco com vocês.

Fiquei um pouco cismado, pois não tinha nenhuma intimidade com meus vizinhos, mas decidi ouvir o que ele tinha a dizer.

___Pois não, pode entrar!

___Desculpa vizinho é que ontem à noite eu ouvi um grito. Acho que era sua voz.

___Sim é porque tive um pesadelo, Você veio por isso?

___Você sonhou com a mulher?

___Como você sabe com quem sonhei?

___Todos que se mudam para essa casa sonham com ela, ela morreu ai!

___Como assim ele morreu? Eu sonhei com uma mulher, mas eu a vi no meu portão!

___Você viu o espírito dela.

___Você é louco! Não acredito em espíritos.

___Ouça vizinho eu já tenho quase setenta anos de idade, muitas pessoas que vieram morar aqui, não me ouviram e acabaram morrendo, ela sempre os mata.

___Você é um velho maluco que quer nos assustar.

___A mulher que o senhor viu mancava de uma perna. Não mancava?

___Sim!

O nome dela é Vilma ela se mudou para essa casa á trinta anos junto com dois irmãos, ela era especial, pois tinha problemas mentais, seus irmãos pareciam cuidar muito bem dela, até que um dia ouço muitos barulhos, era uma briga entre os irmãos, pulo o murro para pode ver o que acontecia quando olho pela janela vejo Vilma com uma faca em sua perna no meio de um circulo feito de velas, e sua Irmã colocando fogo em seu corpo.

Chamei a policia e os irmãos de Vilma foram presos e internados em um hospício, um dia fui velos para saber o porquê fizeram isso com a própria Irmã, foi um ritual satânico assim me disseram.

Depois disso tudo, todas as pessoas que se mudaram para esta casa sempre a vêem, e ela os mata, mas os que acreditam em mim sobrevivem. Trouxe um jornal da época para vocês verem que não e mentira.

___Não quero ver nada! Isso tudo é mentira sua seu velho.

Antes que pudesse terminar a frase Juliana me interrompeu.

___Muito obrigado pelo aviso, vamos embora agora mesmo!

Ela não me deu escolha,fizemos nossas malas e saímos,pegamos o primeiro ônibus que vimos. Ao me sentar vejo que Juliana esta com o jornal em suas mãos e peço para ver.

Jornal da cidade.

TRAGEDIA EM FAMILIA!

IRMÃOS MATAM A IRMÃ MAIS NOVA QUEIMADA QUE SOFRIA DE DOENÇAS MENTAIS EM RITUAL SATÂNICO, VIZINHO TENTA IMPEDIR E ACABA MORTO PELO FOGO.

Tomo um susto enorme ao ver a foto de Ricardo, o mesmo vizinho que foi nos avisar no jornal. Depois disso sempre que nos mudávamos pesquisávamos sobre as pessoas que haviam morado nas casas, até conseguirmos comprar a nossa.

FIM

Daniel BC
Enviado por Daniel BC em 30/01/2015
Reeditado em 27/02/2017
Código do texto: T5120488
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