A Menina Do Lago. (DTRL20)

A menina do lago.

Ana Luíza era uma bela menina, loira, pele clara, cabelos ondulados e um belo sorriso angelical, era filha de um dos homens mais importantes daquele vilarejo, o Barão Pedro Ferraz, homem severo e rigoroso, com Ana Luíza não era diferente, ele não dava moleja para menina, ela tinha que ser a melhor, sempre a primeira de tudo o que fizesse.

O Barão odiava os seus escravos e não permitia que Ana Luíza se aproximasse dos mesmo , ele tratava os escravos como animais, já Ana Luíza pensava diferente de seu pai, ela amava aqueles escravos e tinha pena dos pobres coitados que sofriam punições severas do capataz da fazenda, o nome dele era Antonio um mestiço renegado pelo pai, assim como o barão ele odiava aqueles escravos e usava de todo esse ódio para puni-los.

Certo dia o Barão precisou fazer uma viagem para a capital, ele deixou a sua filha aos cuidados de Nancy a governanta da casa, Ana Luíza estava feliz, pois teria paz por uma semana, Nancy não era tão severa quando o Barão, mas também não era um anjo, tinha lá seus momentos de fúria.

Ana Luíza não costumava sair muito de casa, mas naquele momento tinha a oportunidade perfeita para dar um passeio ao ar livre, ela olhou para um lado e para o outro, analisou a situação e saiu escondida de casa. Nos raros momentos em que ela conseguia escapar da guarda do casarão , ela se refugiava em um lago que havia naquela fazenda, ali nunca fora perigoso, mas naquele dia dois escravos rebeldes haviam fugido da senzala, Ana Luíza não sabia disso, não sabia o risco que estava correndo.

Os escravos eram Tome e Augusto dois rebeldes que odiavam o Barão e o capataz, eles eram novos naquela fazenda, haviam chegado a li a pouco mais de um mês, não conheciam a bondade de Ana Luíza, como os outros escravos conheciam.

Ana Luíza se deliciava nas águas daquele lago, era ainda uma menina, mas já ganhava suas curvas de mulher, aos 14 anos apenas, Ana Luíza já tinha um belo corpo, seus seios estavam em formação e seu corpo ganhava traços e curvas de pura tentação.

Tome e Antonio se refugiavam na Mata eles avistaram aquele lago e perceberam que havia alguém ali.

- Vamos fugir daqui, Tome. - Disse Antonio para o seu amigo.

- Não, olhe bem, veja quem esta no lago, é a filha daquele desgraçado.

- Como você sabe, você não conhece ela ? - Indagou Antonio.

- Eu já vi ela na cidade ao lado dele.

- Venha vamos nos divertir um pouco. - Disse Tome.

Antes que Antonio pudesse dizer mais alguma coisa, Tome correu em direção ao lago.

- Não é bom ficar sozinha por esses lados. - Disse Tome.

- O que ? - Falou Ana Luíza assustada cobrindo o seu corpo com as mãos.

- Quem são vocês ?

- Calma princesa, somos amigos do seu papai,viemos da um lição nele.

- Vamos embora,daqui cara ela é só uma criança.

- Não. - Disse Tome nervoso.

- O pai dela vai pagar por....

Antes que Tome acabasse a sua fala Ana Luíza saiu do lago e correu pela mata.

- Vamos atrás dela. - Disse Tome.

- Se quiser vai sozinho,eu to fora.

Tome correu irritado atrás da menina, Ana Luíza gritava por socorro enquanto corria, mas Tome era mais rápido, ele conseguiu alcança-la e tapou a sua boca com as mãos, ela ainda estava nua e molhada, o que fez Tome ficar excitado, era só uma menina, mas já tinha um corpo de mulher.

- Você vai pagar pelos crimes do seu pai. - Sussurrou Tome no ouvido de Ana Luíza.

Ele a levou para longe do casarão e a amarrou em um tronco de arvore, a mente de tome estava consumida pelo ódio e pelo desejo de vingança, ele não se importava com o fato de Ana Luíza ser apenas uma criança queria vingança a todo o custo.

Ana Luíza não sabia o que iria acontecer naquele momento, mas temia que aquele escravo pudesse machuca-la.

- Seu pai nos odeia tanto, o que será que ele iria dizer se vesse o que eu irei fazer agora com sua filhinha.

Ana Luíza chorava, e tremia de medo ao mesmo tempo, ela ainda estava nua e amarrada naquele tronco, o escravo passava a mão por todo o seu corpo, ela não sabia o que ele iria fazer, mas já temia pelo pior, em alguns segundos ela sentiu um dor insuportável, Tome havia penetrado seu pênis dentro da pequena Vagina de Ana Luíza, ela sentia a dor daquele troço entrando e saindo com força de dentro de seu corpo, ela gritava e agonizava de dor enquanto Tome a insultava e repetia o movimento cada vez com mais força.

- O que seu pai faria, se soubesse que a sua filhinha querida esta trepando com um negão ? - Disse Tome.

- Me responda. - Insistiu Tome.

A Vagina de Ana Luíza sangrava e ardia, ela estava em panico total, não sabia qual seria o próximo passo daquele escravo, qual seria a próxima tortura, o medo e a dor a invadiam, o ódio tomava conta do seu puro coração, ela pensava na vingança o tempo todo, Tome sorria e zombava do Barão, parecia estar satisfeito com aquilo que acabará de fazer, mas queria mais, queria dar o golpe de misericórdia, ele rodeou aquele tronco com toras de madeira, sua intenção era de queimar a pobre menina e foi o que ele fez sem dó nem piedade tome ascendeu a fogueira e queimou Ana Luíza que agonizava de dor naquele tronco, antes de morrer, Ana Luíza disse suas ultimas palavras.

- Você ainda irá pagar por isso.

Tome não se importou muito com aquelas ameaças só saiu em direção a mata.

Passando se dois dias do desaparecimento de Ana Luíza, seu corpo foi encontrado, o Barão ficou possuído de raiva e mandou executar todos os seus escravos, foi um massacre naquela fazenda, que ficou conhecido por dezenas de gerações.

100 anos depois do acontecimento a historia foi esquecida pelos moradores do vilarejo, a fazenda foi vendida e deu lugar a um acampamento de ferias, o empresario Luiz Cândido comprou o local, não conhecia muito bem a historia da propriedade, mas já havia ouvido falar nos boatos, da lenda da Menina do lago, desde que a fazenda foi vendida pela primeira vez, todos os donos daquela propriedade juravam de pé junto que Ana Luíza assombrava aquele local. Luiz era cético e não acredita naqueles boatos achava ele que aquilo eram somente historias para assustar criancinhas, diferente de Luiz os jovens que iam nesse tipo de acampamento, se amarravam nesse tipo de historia, achavam um barato passar as ferias em um local supostamente assombrado. Luiz estava muito otimista em relação ao seu novo negocio, o acampamento havia ficado do jeito que ele queria, as reservas estavam esgotadas, tudo estava dando certo naquele dia. As 14:00 chegaram os primeiros campistas, Julio e Rafael, dois riquinhos de universitários, eles como os ostros jovens ali, haviam sido atraídos pela suposta lenda da menina do lago, além dos dois, haviam chegado Mariana, Julia e Augusto, todos universitários. Luiz tratou de dar as boas vindas aos seus novos hospedes.

- Sejam bem vindos, espero que se divirtam muito, aqui no acampamento. - Disse Luiz.

- É verdade mesmo o que dizem sobre esse lugar ? - Perguntou Mariana.

- Bem, você sabe como é o povo né, eu particularmente nunca vi nada de estranho aqui não. - Disse Luiz sorrindo.

Os jovens se acomodaram em seus dormitórios e foram aproveitar a beleza daquela região.

- Foi aqui que ela foi estrupada pelo escravo. - Disse Augusto.

- Para com isso Augusto, deixa de ser besta. - Falou Mariana.

Augusto era um estudante de historia e conhecia bem o passado daquele local, um dos motivos por qual ele decidiu passar o final de semana naquele local, era o interesse em descobrir se os boatos eram mesmo verdadeiros, Mariana e Julia eram suas companheiras de classe, mas não gostavam muito de tocar no assunto.

- Você sabe que não é besteira. - Disse Augusto.

O dia se foi, como é de costume em acampamentos de ferias, os calouros acenderam uma fogueira na beira do lago e armaram as suas barracas, os jovens estavam se conhecendo melhor e contando historias macabras sobre o local em que estavam.

- Eu fiquei sabendo que a menina do lago, já matou muita gente aqui.

- Disse Julio.

- Isso é mentira, são só boatos. - Falou Mariana.

- Pode até ser, mas é se for verdade ? - Indagou Julio.

- Não é verdade e vamos mudar de assunto. - Falou Mariana irritada.

Depois de muita conversa e cantoria os jovens foram para as suas barracas, Mariana sentia algo estranho, mas resolveu não comentar.

- Boa noite gente e cuidado com a menina do lago. - Disse Julio sorrindo.

- Idiota. - Disse Julia.

A chama da fogueira se apagou e os jovens foram dormir, o vento soprava forte naquele noite, indicava que a qualquer momento se iniciaria um tempestade, Mariana não tirava aquela lenda da cabeça, ela não estava conseguindo dormir direito, decidiu então dar uma volta ao redor daquele lago, ela caminhava pensativa ao redor do lago, quando de repente ouviu uma voz.

- Socorro, socorro.

- Quem esta ai ? - Perguntou Mariana.

- Socorro, socorro. - Insistia a voz.

Mariana caminhou em direção aquela voz, que continuava a gritar por socorro, se aproximando daquela voz, Mariana observou que havia uma pessoa em meio as arvores.

- Quem é você ? - Perguntou Mariana.

A pessoa não respondeu, Mariana se aproximava daquela pessoa, que estava ajoelhada no chão, se aproximando mais, Mariana percebeu que se tratava de uma garota.

- Não pode ser. - Disse Mariana em voz alta.

- Ana Luíza é você ? - Perguntou Mariana.

Lentamente a menina virou o rosto e Mariana pode testemunhar a figura horrível que estava presenciando, o rosto estava queimado e deteriorado, os cabelos grudados nos olhos chamuscados pelo fogo, Mariana ficou tremula e não conseguia expressar nenhuma reação, alguns segundos depois a menina havia desaparecido, na arvore estava escrito.

- Eles vão pagar por isso.

Mariana correu assustada em direção das barracas e acordou a todos, contando o que havia testemunhado, ninguém acreditou no que ela disse, eles zombavam dela como se ela fosse uma louca.

- Você estava sonhando. - Disse Julio.

- Eu não estava sonhando, isso foi real. - Disse Mariana desesperada.

Todos foram interrompidos pelo grito de Julia.

- O que foi agora ? - Indagou Rafael.

Julia apontou o dedo na direção do rio, bem no meio daquelas águas escuras,caminhava uma garota de longos vestidos brancos.

- O que é aquilo ? - Falou Julio.

É a Menina do Lago. - Disse Augusto.

Todos correram assustados dali, Augusto, Rafael e Mariana se separam de Julio e Julia que correram em outra direção, ambos estavam apavorados e gritavam por socorro, a casa de Luiz ficava bem distante do lago e nenhum daqueles jovens conheciam direito aquela mata.

- Ela vai nos matar. - Disse Augusto assustado.

- Ela quer se vingar. - Falou Mariana.

- Ela pensa que todos homens são ruins.

- Como você sabe disso ? - Perguntou Rafael.

- Eu vi ela, pude sentir em seu olhar, ela quer vingança. - Falou Mariana.

- Eu conheço bem a historia, todas as mortes que aconteceram aqui, ela esta matando somente homens. - Disse Augusto.

- Você tem que convencer ela de que somos inocentes ? - Disse Augusto a Mariana.

- Como eu vou fazer isso ? - Disse Mariana.

- Vamos atrair ela para perto de você. - Disse Augusto.

Enquanto Mariana e Augusto planejavam seu plano, Julia e Julio estavam perdidos naquela mata, eles gritavam por socorro, mas já estavam muito longe das barracas, sem perceber eles estavam indo ao local em que Ana Luíza havia sido brutalmente assassinada, se aproximando do local eles ouviram um choro.

- O que foi isso ? - Perguntou Julio.

- Eu não sei. - Respondeu Julia.

- Quem esta ai ? - Gritou Julio.

- Socorro, Socorro. - Disse a voz.

Julio correu em direção a voz que pedia por ajuda, quando se aproximou ele observou que se tratava de uma garota, ela sorria e caminhava em sua direção.

- Quem é você ? - Perguntou Julio.

Ela não respondia só caminhava lentamente em direção a Julio.

- Vamos sair daqui. - Disse Julia.

- Ela é só uma criança, não existe esse troço de assombração é só uma lenda.

A menina se aproximou de Julio e o abraçou sorrindo, Julio retribuiu o abraço, ela olhou em seus olhos e sussurrou lentamente.

- Você ira pagar por isso.

Assumindo a sua verdadeira forma, Julio pode testemunhar as queimaduras por todo o corpo daquela menina, antes que pudesse esboçar alguma reação, a menina cravou as suas unhas em seu peito e arrancou com brutalidade o seu coração, já sem vida o corpo de Julio caiu no chão.

Julia apavorada correu desesperada pela mata, os outros jovens escutaram aqueles gritos e correram em direção de Juliana que tremia e chorava ao mesmo tempo.

- O que aconteceu ? - Perguntou Mariana.

- Aonde esta o Julio ?

- Ele morreu. - Disse Julia.

- A me.. menina do lago.

- Não pode ser. - Disse Augusto inconformado.

- Eu disse ela quer vingança, ela não vai descansar enquanto não matar todos vocês. - Falou Mariana.

- Nos temos que impedi-la. - Falou Rafael.

- Eu não quero mais ficar aqui, vamos embora. - Disse Julia.

- Você não entende ela não vai deixar eles saírem da mata. - Falou Mariana.

- O que ? - Indagou Julia.

- Ela quer se vingar, ela acha que todos os homens são culpados. - Respondeu Rafael.

- Não podemos ficar parados vamos sair daqui. - Disse Julia encerrando a conversa.

Os jovens caminhavam pela floresta, estavam apreensivos e amedrontados, a qualquer momento o espirito de Ana Luíza, poderia aparecer, depois de uma longa caminhada eles avistaram a casa de Luiz. - Graças a Deus estamos salvos. - Disse Rafael correndo em direção da casa. Rafael foi o primeiro a entrar na casa, as luzes estavam apagadas estava tudo muito quieto, os outros também entraram e perceberam o silencio que pairava por ali.

- Luiz, Luiz. - Chamou Mariana em voz alta.

Ninguém respondeu ao seu chamado, Rafael tentou ascender as luzes, mas percebeu que faltava energia na casa. - Eu tenho uma lanterna em minha bolsa. - Disse Augusto.

Augusto pegou a sua lanterna e iluminou a casa, não havia ninguém ali naquele comodo, ele imaginou que Luiz estivesse no quarto, os jovens foram para o quarto de Luiz, a lanterna de Augusto servia de guia, no meio do caminho eles tomaram um grande susto, havia sangue espalhado pelo chão.

- O que é isso ? - Disse Rafael assustado.

- Está vindo do quarto. - Falou Augusto.

Eles correram em direção ao quarto de Luiz, quando abriram a porta se depararam com aquela cena horrível, o corpo de Luiz estava despedaçado pelo chão, e na cabeceira de sua cama estava escrito.

- Vocês irão pagar.

Assustados eles tentaram fugir dali, mas todas as portas e janelas daquela casa se fecharam violentamente, a luz da lanterna de Augusto se apagou deixando todos na escuridão. O silêncio causava arrepios em todos, mas o silêncio durou pouco, pisadas e choros começaram a surgir, causando espanto em todos, ninguém sabia a direção a seguir, o escuro cegava a visão dos jovens, Augusto sentiu ser tocado por algo. - Pessoal, quem esta me tocando ? - Perguntou Augusto em voz alta. Todos reponderam que não, ao terminarem de dar a resposta, Augusto começou a gritar por socorro, dizia que estava sendo agarrado, Rafael tentava desesperado achar Augusto naquela escuridão que gritava agonizando de dor, alguns minutos depois a luz da lanterna voltou a ascender, Mariana correu na direção da lanterna que estava caída no chão ela iluminou a casa e ficou chocada com que viu, Augusto e Rafael estavam mortos no chão, nos seus corpos haviam marcas de correntes e seus rostos estavam desfigurados, como se alguém tivesse os espancado até a morte, Julia estava em estado de choque, não conseguia falar, Mariana debruçou sobre o chão e esperou que a noite terminasse. No dia seguinte daquele terrível acontecimento, os empregados do acampamento chegaram cedo e deparam com aquela cena brutal que havia acontecido naquela casa, os 3 corpos ensaguentados pelo chão e Julia e Mariana em estado de choque, ao testemunharem o acontecimento os empregados chamaram a policia, Julia e Mariana foram julgadas como loucas e condenadas a prisão em uma clinica psiquiátrica, o espirito de Ana Luíza ainda assombra por aquelas bandas e ela caminha pela noite em busca de vingança, muitos a chamam de lenda, outros de Anjo demoníaco, mas a maioria a conhece por, a menina do lago.

Tema: Lenda Urbana.

JH Ferreira
Enviado por JH Ferreira em 05/02/2015
Reeditado em 22/03/2015
Código do texto: T5127005
Classificação de conteúdo: seguro
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