O MENEADOR CAPÍTULO FINAL

Sim o festim se iniciaria logo. Adalberto o guardião da piscina grita com aquele jeito latino, ou melhor brasileiro mesmo, para alguém do outro lado, numa distância de uns 200 m, que horas seria o jogo de futebol....

Naquele momento o jovem meneador demonstra horror no seu olhar, e o nadador bonitão, levanta a cabeça e olha o relógio no chinelo...sim, o rapazola mantém sempre o mesmo ritual ao nadar: meia hora em sua semana, por duas vezes - ele precisa apoiar seu reloginho de pulso num dos pés de chinelo veronal, ele é metódico em suas jornadas...

Talvez por isso tenha sido poupado do grande drama que estava para acontecer, ele está quase terminando o treino natatório, quando escuta um Grito selvagem de dor: levanta a cabeça que encontrava-se dentro da água, e vê uma mancha vermelha na frente de sua próxima braçada: Sem dúvida que é sangue, pois boiando já estava Adalberto.

Na cabeça do homem uma raquete de tênis cravada, Eugênio empurra o corpo com intenção de continuar o nado, ele não podia interromper o nado, mesmo tendo ficado com pena do cadáver.

De relance viu sua mãe fazendo mímica para que ele saísse da água, mas como era a última volta do treino, ele foi até o final...fechando seus trinta minutos...

A mulher correu com seu filho para fora do espaço geográfico de lazer aquático quase morta de medo, esbarrou no garoto que meneava a cabeça sem parar...o outro guardião, já estava dentro d água tentando ver o amigo, que na verdade jazia sem vida.

Sebastião gritava por socorro; e o meneador, disse - Não sei o que houve com ele, parece que se suicidou, porém, nós já sabemos que a raquete cravada no crânio daquele simples trabalhador que religava-se com o futebol, como muitos se religam a Cristo, ou Buda; entrou ali por outras mãos...

O festim iniciara-se apenas, ele tem outras vítimas fatais que de certo serão alvo de alguém que ODEIA O FUTEBOL.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 03/03/2015
Reeditado em 04/03/2015
Código do texto: T5156795
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