Sombra - Ato I - Capítulo 3

  Começou a escurecer e o silêncio tomou conta daquele lugar, me sentia sozinho e por alguns segundos pensei realmente estar, até que finalmente o espírito de Lauren respondeu e pronunciou:
-Como eu poderia fazer isso?
-Ajudar alguém, mostrar que você se arrepende dos seus erros e que merece descansar em paz no paraíso.
-Você realmente acredita nisso Liam?
-Acredito. Quais são os seus poderes? - perguntei curiosamente.
-Talvez você descubra com o tempo.
   O primeiro passo era tirá-la de lá e foi isso que eu pensei poucos minutos depois, sugeri que ela mesmo tentasse, mas não tivemos sucesso nesse modo. Suspirei e então dei minha última e perigosa ideia:
-Tente controlar meu corpo, minha mente, saia da casa, depois pensamos em alguma coisa.
-E se não funcionar? Se você não conseguir voltar para o controle?
-Ai você tem um corpo de um homem de quinze anos para mandar e desmandar. – Ri para disfarçar a tensão e o medo que se apoderava de mim, mas não hesitei e esperei até que ela se aproximasse.
   Me senti sendo levado para fora, a passos lentos e desengonçados, ela não precisava andar faziam anos e era de certa forma normal o esquecimento. Meus pensamentos estavam em ordem, como se nada estivesse acontecendo, como se eu não estivesse sendo controlado por um espírito que já havia ganhado minha confiança.
-Liam você está bem? Não sinto a sua presença. – sua voz parecia conter uma certa angustia e saudade.
-Estou. – consegui pronunciar, porém devagar e me causando cansaço.
-Conseguimos, você conseguiu.
-Nós conseguimos! Você confiou em mim e eu em você.
-O que fazemos agora?
-Acho melhor ir para a minha casa, preciso descansar um pouco.
   Deite-me sobre a cama e apaguei, não foi um sono como de costume, pois ainda sentia tudo ao meu redor e conseguia sentir algo diferente, uma percepção ampliada de tudo, cada som ou vibração ao meu redor.
-Estou sentindo tudo. – sussurrei.
-Acho que compartilhei com você alguns dos meus poderes, logo você vai poder saber o que os outros estão pensando também?
-Como assim? Você sempre soube o que eu estava pensando? – fiquei um pouco assustado e confuso.
-Sim e não, você foi um pouco difícil de se entender, parecia sempre tão seguro de tudo. O menino mais jovem e corajoso que já conheci.
-Não me chame assim, eu só não gosto...
 

 
 
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 14/04/2015
Reeditado em 01/06/2015
Código do texto: T5207058
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