O Maldito Monstro!

Jonas acordou com os gritos da dona Elaine, sua vizinha. Assustado, olhou para o relógio. Seis horas da manhã. Levantou de um pulo. Ouviu a vizinha gritar mais uma vez e correu para abrir a porta e sair para o quintal. Foi até o muro. A vizinha gritava inconsolada. Alguém havia matado seu cachorro. O coitado do animal tinha sido degolado.

Jonas imediatamente pensou no estranho homem que tinha mudado para a casa ao lado da casa da dona Elaine. Ele estava morando ali á apenas quinze dias, mas tinha sido o suficiente para Jonas o achar estranho. Ele voltou para dentro. Tomou banho, se arrumou, tomou café e saiu para o trabalho.

Uma semana depois, às seis e meia, o despertador o acordou. Levantou, tomou uma ducha, se arrumou, tomou café e abriu a porta para trabalhar. Para sua surpresa, a praça em frente estava cheia de carros da polícia e até carro do corpo de bombeiros.

Um homem tinha sido decapitado na praça. Jonas se lembrou do cachorro da vizinha. Que estranho! A polícia veio falar com ele e falou também com todos os vizinhos, inclusive com o homem estranho. Ninguém havia visto nada.

Dois dias depois, o corpo de dona Elaine, foi encontrado. Decapitado.

Para Jonas era evidente. Tinha sido o estranho vizinho. Pensou em ir á polícia. Tinha que denuncia-lo. E foi o que fez. A polícia chamou o estranho para depor. Com um mandato revistou a casa dele e nada. Sem provas contra ele, a polícia o soltou.

Na próxima vez que viu o vizinho, teve a impressão que ele o olhou de uma maneira estranha. No sábado seguinte, mais um vizinho, o senhor Renato, foi encontrado degolado. Mais polícia, mais investigação, mais depoimentos, mais confusão e, mais uma vez, ninguém tinha visto qualquer coisa que fosse. Para Jonas estava claro. Tinha sido o estranho vizinho. A polícia tinha revistado todas as casas e não encontrara nada. Continuava investigando.

Um mês havia se passado desde que o corpo do senhor Renato tinha sido encontrado. Jonas não tinha visto o vizinho ultimamente e perguntou para si mesmo. Será coincidência? Foi só o vizinho se ausentar e as mortes pararam.

Na quinta feira seguinte, quando chegou em casa no final da tarde, viu o estranho vizinho. Ele o encarava. Jonas fingiu que não percebeu e entrou. Não sem trancar o portão antes.

Na madrugada de sexta feira para sábado, Jonas chegou em casa por volta das duas horas da manhã. Guardou o carro, trancou o portão e quando foi abrir a porta, para sua surpresa, ela estava destrancada. Mas que vacilo o meu. Eu me esqueci de trancar a porta de novo.

Ele entrou, trancou a porta, foi até o quarto, deixou seus objetos, tirou a roupa, pegou uma bermuda, a toalha e foi tomar banho.

Enquanto tomava banho, teve a impressão de ter ouvido barulho dentro da casa. Desligou o chuveiro e por alguns segundos tentou escutar algo. Não ouviu nada e concluiu que tinha sido impressão. Assim que terminou o banho e desligou o chuveiro, ouviu outro barulho, mas não conseguiu identificar o que era. Esperou alguns segundos e nada ouviu. Com pressa e com o coração ligeiramente disparado, terminou de se enxugar, ainda atento para ver se ouvia mais alguma coisa. Nada. Colocou uma bermuda e, lentamente, abriu a porta do banheiro. A casa estava toda escura. Engraçado, achei que tinha deixado a luz do quarto acesa....

Deixou a luz do banheiro acesa e, com cuidado, foi até o quarto e acendeu a luz. Estava tudo tranquilo.

Saiu do quarto e, andando lentamente, foi até a cozinha. Acendeu a luz. Estava tudo quieto e onde deveria estar. Deu uma olhada em volta e saiu em direção á sala. Quando estava quase chegando, ele sentiu o sangue gelar nas veias. Escutou um barulho. Não conseguiu identificar o que era, mas sabia que tinha vindo do quarto. Voltou para lá. Andando devagar e procurando não fazer barulho. Agora, o coração batia tão forte que ele teve a impressão que se tivesse algum ladrão dentro da casa poderia ouvi-lo.

Chegou até a porta do quarto e, com cuidado, olhou para dentro. Tudo parecia tranquilo, mas..., então ele viu, sentiu o sangue gelar de novo. As pernas amoleceram e ele engoliu em seco. Um arrepio de medo passou pelas suas costas. A gaveta do criado mudo estava aberta. Ele tinha certeza que a gaveta estava fechada na primeira vez que fora ao quarto. Ao invés de entrar no quarto, foi até a cozinha pegar uma faca. Para seu desespero, a gaveta dos talheres também estava aberta. Merda! Tem alguém dentro de casa. Ficou sem saber o que fazer. O celular estava na sala, ou no quarto? Não sabia onde tinha deixado. Pensou em sair da casa. Foi até a gaveta dos talheres e pegou uma enorme faca. Agora sim. Estava armado. Saiu da cozinha e foi em direção a sala. O celular tocou, no quarto. Ele levou um susto enorme e ficou sem saber o que fazer. Ficou parado no corredor. Então, teve a certeza. Depois do celular três vezes, alguém desligara o aparelho. Ele sentiu vontade de correr, mas se conteve. Virou em direção á sala de novo e caminhou para a porta. Então, se desesperou. A luz do quarto tinha sido apagada e ele escutou um rosnado. Um estranho rosnado. Teve certeza. Algo muito estranho estava dentro do quarto. Pensou no vizinho. Recomeçou a andar em direção á porta da sala. Assim que entrou na sala e olhou para a porta, se desesperou mais uma vez. A chave não estava na porta, é lógico. Provavelmente estaria no quarto. E agora? Estava preso. Não tinha como sair. Mais um rosnado..., passos..., em sua direção. Ele estava apavorado e não sabia o que fazer. Encostou as costas na porta e ficou de olho na curva que a parede da sala fazia. Dali ia aparecer algo. Escutou passos..., se arrastavam..., uma respiração lenta e pesada..., vinha em sua direção..., rosnado..., ele segurou com força o cabo da faca, mas percebeu que a mão tremia. Outro rosnado. Desesperado, ele se preparou para lutar por sua vida..., então a fera apareceu. Jonas abriu a boca e arregalou os olhos. Mas, o que era aquilo? A fera devia ter dois metros e meio de altura. Cheia de pelos e seus olhos eram vermelhos e sua boca..., cheia de dentes afiadíssimos. As unhas..., talvez vinte centímetros..., eram como laminas e ele pensou nas pessoas decapitadas. Soube que não tinha o que fazer, mas tinha que tentar. Pulou em direção a fera e tentou espetar a faca. Levou uma patada e voou por dois metros até cair no chão A faca caiu longe. De um salto, a fera estava ao seu lado. Não havia o que fazer. Ele se encolheu e a fera o atacou. Jonas foi decapitado e a fera bebeu seu sangue até se saciar. Então, se levantou e saiu. Foi para sua casa. Era o estranho vizinho..., um maldito monstro!

JRobson
Enviado por JRobson em 08/06/2015
Código do texto: T5270661
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.