666, O Numero Da Besta.

Não sei se você já ouviu falar, provavelmente já escutou da boca de alguém as seguintes palavras: “666, o numero da besta.” Provavelmente já ouviu, e com certeza pensou que isso era apenas um boato. Como sei? Eu também pensava assim, ao menos até aquele dia.

Antes de começar quero me apresentar. Chamo-me Luiz, tenho 17 anos, na época do acontecimento tinha 14, era fissurado por qualquer coisa relacionada ao sobrenatural; desde filmes, livros, revistas e etc... E a proposito colecionava pôster de filmes clássicos de terror, mas isso não vem ao caso.

Na minha casa moravam eu, minha mãe e meu irmão mais novo o Juliano, ele não era como eu, na verdade ele tinha pavor dessas coisas. Minha mãe tinha apego por aquelas coisas por ser uma escritora e blogueira que escrevia bastante sobre esse tema. Lembro que na época de escola a brincadeira da moda era invocar espíritos através do jogo do copo, fazíamos rodinhas na hora do recreio, até que era divertido, mas nem se comparavam com a brincadeira que eu acabava de descobrir em um livro de magia negra que havia ganhado de minha mãe. Você pode estar se perguntando, que diabos sua mãe estava pensando ao lhe dar de presente um livro de magia negra? É que a minha mãe era cética e não ligava muito para religiões.

A brincadeira era escura e macabra, o seu nome era bem sugestivo e já alertava que era perigoso. O nome era: “Nunca ligue para o “666” durante a madrugada.” A descrição ensinava passo a passo como o jogo deveria funcionar. Como o nome já dizia, eu teria que jogar de madrugada e precisaria de companhia só por vias das duvidas. Convidei meus dois amigos que também curtiam aquele tema, Thiago e Paulo. Expliquei a eles como funcionava e marcamos para jogar em uma sexta feira 13, pois seria bem mais emocionante.

Esperamos ansiosamente até que aquele dia chegasse, confesso que estava um pouco receoso quanto aquilo, havia feito uma breve pesquisa na internet e havia encontrado alguns comentários bem desanimadores a respeito do jogo.

“Nunca façam isso, vocês irão se arrepender.”

“Isso é real, por favor, não brinquem com isso.”

Era o que diziam a maioria dos comentários, mas mesmo sabendo que os comentários não eram otimistas decidi que continuaria e tiraria minhas próprias conclusões a respeito daquele jogo.

Enfim era chegado o tão aguardado dia. Um dos motivos pelo qual havíamos escolhido aquela data; era de a casa estar vazia naquele dia, pois minha mãe iria viajar e iria levar o Juliano junto dela. Era tudo que agente queria, poderíamos jogar a vontade sem correr risco de interrupções.

Organizei tudo na parte da manha e fiquei aguardando ansiosamente que meus amigos chegassem á minha casa. O primeiro a chegar foi Thiago, ele havia trazido com sigo o seu kit contra fantasma: O kit era composto por crucifixos, agua benta e sal grosso. Logo após alguns minutos Paulo também chegou.

O jogo só poderia ser jogado após as 03h00min da manha que para muitos era considerada a hora do demônio, como ainda era cedo fomos jogar vídeo game e comer pipoca e outras guloseimas que eu havia preparado.

- Será que não é arriscado jogar esse jogo? – Disse Thiago.

- Não estou acreditando que você esta com medo. – Falei tentando encoraja-lo.

- Você sabe que não irá acontecer nada, é só um jogo, relaxa. – Continuei.

- É Thiago, deixa de ser medroso. – Comentou Paulo.

A hora passou depressa. Finalmente chegava a hora de jogarmos o tal jogo. Corri para a cozinha para pegar as velas pretas e o giz que seria usado para desenhar o pentagrama. As regras do jogo eram as seguintes: O local teria que ser iluminado por duas velas pretas; No chão teria de ser desenhado um pentagrama invertido; Era preciso também um telefone ou um celular para ligar para o numero 666.

Eu seria o responsável por discar para o numero da besta, confesso que estava com um pouco de receio, pois o ambiente depois de finalizado era um pouco assustador, mas teria de superar os meus medos e discar.

Depois de organizar tudo peguei o meu celular e disquei para o numero, já havia feito aquilo antes, só que de tarde, na ultima vez em que fiz a mensagem que escutei foi a seguinte: “O numero que você ligou não recebe chamada ou não existe”.

Liguei otimista que ouviria a mesma mensagem novamente, antes disso coloquei o celular na viva voz, para não haver nenhuma suspeita de fraude. Após alguns segundos de indecisão apertei o botão para chamar.

“Tu, tu, tu...” Confesso que fiquei assustado quando ouvi aquele barulho de ocupado, aquilo nunca havia acontecido antes. Meus amigos estavam tão assustados quanto eu, mesmo com todo aquele medo continuei na linha. Após alguns segundos o barulho parou, naquele momento pensei em desligar, mas a curiosidade era maior.

- Oi, tem alguém ai? – Perguntei.

Ninguém respondeu, apesar disso havia alguém do outro lado da linha, pois a chamada ainda estava correndo.

- Oi, eu sei que você esta ai, me responda. – Continuei.

Naquele momento ouvimos um barulho alto e ensurdecedor saindo pelo alto falante do meu celular, as luzes que iluminavam a sala se apagaram deixando tudo completamente escuro, o barulho ensurdecedor dava lugar a gemidos e gargalhadas sinistras. Tentei correr até o interruptor, mas fui bloqueado por uma força invisível que me arremessou contra o sofá. Estávamos apavorados, o barulho continuava cada vez mais alto, parecia que o demônio estava ali naquela sala e que a qualquer momento ele nos mataria. Nossa única saída foi apelar para fé, começamos a orar o pai nosso em voz alta, os gritos aumentavam e uma voz completamente obscura gritou: “Vocês me queriam aqui, agora não tentem me expulsar.” Os quadros da sala eram arremessados e os moveis se moviam, causando arrepios. Naquele momento lembrei que havia lido naquele livro que a única maneira de expulsar o diabo seria quebrar o celular ou telefone, rapidamente corri em direção ao aparelho e pisei varias vezes em cima do mesmo. Após alguns segundos todo aquele horror se sessou, as chamas das velas voltaram a se acender e os moveis e quadros voltaram aos seus lugares de origem.

No dia seguinte combinei com os meus amigos que não contaríamos nada daquilo para ninguém, ate porque dificilmente alguém acreditaria na nossa historia. E você acredita que isso pode ser possível? Ao relatar esse acontecimento quero deixar bem claro que não aconselho ninguém a fazer isso, mesmo que seja, ateu, cético ou tenha outra religião, o mal sempre vai existir, acredite você ou não.

JH Ferreira
Enviado por JH Ferreira em 09/08/2015
Reeditado em 10/08/2015
Código do texto: T5340701
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