O velho astuto

Lá estava o velho sentado em sua velha cadeira de madeira, observando o tempo, como se ele não tivesse passado ainda. Sozinho em sua casa, pois, todos já se foram. Restavam apenas o velho, o seu cavalo branco e seu cachorro, que também estava velho.No horizonte apenas aquela luz avermelhada de um fim de tarde. Era uma mania mesmo, todos os dias sentar-se alí observando os piados dos pássaros e barulhos de animais menores no fundo da mata. De repente um clarão surge no horizonte bem distante, era uma grande explosão no céu, pronto! o velho se apavorou e pensou! aquilo foi uma bomba atômica. E o cogumelo se formou no céu, cor acinzentada e crescendo a cada instante e ele teria uma certeza! Foi mesmo uma bomba atômica. ...e pensou o velho: mas, quem será este estúpico que detonou uma coisa dessas? Não pode ser! Uma bomba desta magnitude poderia arrazar o mundo, acabar com as plantações, animais e as pessoas. Seria a bomba com uma potência de uns 10 megatons ou seria 20 megatons. O velho era mesmo entendido dessas coisas, afinal esteve uns tempos fora do país e sabe lá por onde andou! Mas ficou alí observando aquele acontecimento insólito e de relance levantou-se da cadeira e foi buscar sua velha bacamarte, pois, pensou o velho: se aparece algum maluco por aqui eu arrebento-lhe as orelhas. Nesse interim o velho cochilou um minuto e pensou estar acordado e percebe que tudo já estava escuro. Ele estava só e o seu cavalo já não estava mais por alí e nem seu cachorro, não ouviu barulhos e nem piados de pássaros como era de costume. De repente começa a aurora, mas, as árvores perderam as folhas e tudo ficou cinza. Olhou para o seu lado direito e viu o esqueleto do seu cavalo e mais adiante o esqueleto do seu cachorro e seguindo mais adiante pássaros mortos e animais menores, nada vivo. O velho olha para sí e percebe que sua pele já não era mesma e suas pernas estavam em carne viva e os dedos caindo. Ele sabia! foi a bomba e com a sua velha espingarda quase faz uma besteira, pois, daquele jeito era difícil viver. Sentiu algo lamber seus ouvidos, era o seu velho cachorro e algo lambe sua cabeça, era o seu cavalo. O velho estava todo molhado de suor, pois, acabava de ter um pesadelo e acordou. Olhou para todo lado, estava ouvindo os animais na mata e os pássaros, olhou para o céu, estava tudo azul e nem sinal de fumaça ou explosão. Foi apenas um pesadelo muito terrivel. Sorte minha e sua e sorte do mundo também, pois, nenhum ser humano seria capaz de arriscar tanto para nada. O mundo já tem muitas esperiências com esse tipo de arma e espero que nunca mais as usem contra nós pensou o velho. O velho voltou para a sua cadeira velha de madeira e passou o resto do dia, pensando e sonhando com um mundo melhor.

EJ.

Ejedib
Enviado por Ejedib em 06/01/2016
Código do texto: T5502030
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