SEU JUCA - 10 ANOS DEPOIS - EPÍLOGO

Dia seguinte, quarto da cabana de Seu Juca…

– Quer um energizante?

– Quero sim, Juca meu amigo –falou o elemental da floresta.

– Aconteceu alguma coisa ontem, para vc perder as forças? – perguntou Seu Juca curioso.

– Tive um embate com um elfo, mas fui achar que já tinha ganho e ele sugou minha energia com uma gema, quase que eu passo para o outro lado, tive que me atirar no rio e pedir a ajuda da Lady das Águas- disse o ser.

– Belo nome para tratar a Iara – disse rindo. Bom, com esse globo que tenho aqui você terá energia suficiente para dois anos. Mas quando recuperar a sua, guarde essa, porque está difícil conseguir a matéria prima para ela.

– Tudo bem Juca, meu amigo eu seguirei seu conselho.

– Gostaria de falar com você sobre uns pesadelos que venho tendo ultimamente.

– Pode falar, Juca.

– É que tenho uns pesadelos com ferraduras.

– Ferraduras, nossa, espero que não vá virar um burrico – brincou o elemental.

– Pare com isso, tenho que descobrir o que significa – disse Seu Juca apoiando a mão na testa.

– Você sabe que isso é proibido entre os elementais né? Mas para você que me ajuda muito eu faço, mas não comente isso com nenhuma outra criatura.

– Segredo nosso. Está perdendo a confiança em mim?

– Não Juca, mas quanto menos se comentar, menor será o risco. Se descobrirem, serei banido dessa existência e passarei a ser um objeto inanimado na natureza, como uma pedra por exemplo.

– Fique tranqüilo, que você não correrá esse risco.

O elemental sentou-se no chão e entrou em transe. O ambiente no quarto sumiu dentro de um novo ambiente e apareceu uma terra, onde reinava a escuridão, mas nada daquipo podia ser tocado. O elemental apareceu ao lado de Seu Juca quando várias criaturas dantescas apareceram correndo em direção a un local não identificado. Seu Juca tremeu.

– Juca, amigo, não fique com medo, isso não existe, não aqui em nosso planeta, ou nossa dimensão. Essas coisas tem relação com a ferradura, mas ainda não está claro.

De repente:

– Veja, dois homens Juca.

– Ele está usando uma espécie de poder nas criauras, o outro usa o computador para combatê-las.

– Engraçado, isso aqui parece a terra, mas não é.

De repente a visão desapareceu e apareceu a visão de vária ferraduras em brasa caindo do céu e a certo ponto do cão elas giraram e ficaram de “cabeça para baixo”, parecendo um sinal de intersecção.

– Olhe só estão se complementando os pés da ferradura e…

– Juca , isso não é uma ferradura, mas sim a letra grega ômega.

Assim que o elemental terminou de falar, tudo sumiu e devagar o cenário do quarto na cabana foi se restabelecendo.

O Elemental saiu do transe, mas não ficou exausto.

– E a visão o que era? – perguntou Seu Juca.

– Eu não tenho idéia, mas pareceu-me haver uma tremulação no véu de energia invisível que separa as dimensões, mas não sei o que tem a ver com seu sonho amigo Juca.

Na mesma hora, na estrada para a capital do estado de Pernambuco…

– Tio o Sr. acreditou naquele velho louco? – perguntou Rosa sentada no banco do carona.

– Claro que não, querida, a vida no interior faz com que essas pessoas tenham essas idéias na velhice.

– É verdade. Imagine que quase acreditei quando Dona Marieta chegou lá e falou que eles eram irmãos.

– Pois é, Rosa, certas coisas jamais poderão ser sérias.

– Onde o Sr. foi de manhãzinha?

– Fui assinar o contrato do meu mais novo livro.

– Aqui em São Bento da Trindade? Não acredito.

– Pois é – falou Valeriano sem jeito.

O que ele teria ido mesmo fazer de manhãzinha em que lugar?

– Ei tio pára, pára, pára, pára pára o carro. Olha quem veio aqui.

Rosa saiu do carro correndo e pulou no homem que havia chegado. Deu um abraço e continuaram a conversar.

– Pois é Lucivaldo, fiquei feliz que você tenha vindo me buscar, imagine a volta para a capital com o tio Valeriano dirigindo.

Rosa gritou para Valeriano segui-los de carro após entrar no Subaru de Lucivaldo.

– Essa menina está impossível – disse Valeriano pegando uma pasta que estava em cima do banco traseiro de seu carro.

– Ai ai, essa juventude de hoje…mas não posso reclamar, ela mesmo sem saber, me deu um grande presente.

Nas mãos de Valeriano, um contrato assinado por Seu Juca autorizando a publicar sua próxima obra de ficção. Será que é ficção mesmo? Pergunte para Seu Juca em São Bento da Trindade.

FIM?

Alci Santos
Enviado por Alci Santos em 10/05/2016
Código do texto: T5631498
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