NOITE EM FAMÍLIA.

Você está de castigo! Berrou Kátia, mãe do pequeno Ryan Gabriel.

Mas mãe foi a Heloise que começou! Lamentou o pequeno garoto de onze anos de idade.

-Não quero saber, ela só tem três anos, você já é um homenzinho tem que começar a entender as coisas! Retrucou a mãe o pegando pelo braço e o jogando no quartinho desocupado da casa da tia dele.

Ryan detestava aquele quarto era escuro, não tinha luz, há muito tempo estava desocupado, era usado apenas para guardar pertences que a família não precisava mais.

Ryan detestava ir para casa da sua tia, não havia crianças para brincar com ele, e sempre ficava morrendo de tédio, contava as horas para ir embora, só existia uma coisa que ele detestava mais do que estar ali e era ficar no escuro.

Virou-se para a porta e começou a bater pedindo para sair, mas era em vão sabia que sua mãe não abriria a porta, ela era rigorosa com os castigos impostos, lamentando começou a chorar baixinho e ficou sentado encostado na porta e abaixou a cabeça.

Escutou um som parecido com uma respiração, assustado tirou o celular do bolso e iluminou todos os cantos do pequeno quarto, mas aparentemente ele estava sozinho.

As únicas coisas que lhe faziam companhia era uma cama de solteiro velha, um armário com a porta dependurada e uma pá encostada na parede.

Mesmo assim ele não se sentia seguro, de dois em dois segundos ele iluminava a sala com a lanterna do celular.

Resolveu jogar candy crush para passar o tempo, mas começou a escutar estalos vindos da cama, iluminou o local e viu um anão sentado olhando fixamente para ele, os olhos eram totalmente negros, sem íris e sorria para ele, começou a gritar chamando a mãe dizendo que não estava sozinho naquele quarto, olhou para trás e viu o anão vindo em sua direção fazendo estalos com a boca: TA-TA-TA.

A sua mãe abriu a porta e ele saiu correndo, tropeçando mandando a mãe fechar a porta porque o bicho iria sair.

Caído no chão ele viu a criatura passando pela mão e sorrindo para ele.

-ele esta saindo mãe, não deixa, ele quer me pegar! Gritava Ryan desesperado.

A mãe nada via, sabia que o filho tinha pavor ao escuro, mas não imaginava que ele ficaria tão traumatizado.

O garoto correu para a sala, ela foi atrás dele e o abraçou: calma, calma já passou! Tentou acalmar o menino.

O menino ainda chorando olhou para trás, mas a criatura havia desaparecido e aos poucos ele se acalmou.

Mais tarde naquela mesma noite a família toda se reuniu na sala para assistir a um filme da pixar, Ryan estava gostando do filme, o que ocorrera mais cedo era uma lembrança distante, sua irmãzinha estava se divertindo brincando com uma Barbie e sua mãe e sua tia estavam quietas vendo a animação.

Olhou para a estante e viu o anão sentado em cima olhando fixamente para ele, horrorizado começou a apontar e gritar mostrando para a mãe que mais uma vez nada via, a tia estava confusa e sua irmã se assustou com sua gritaria e começou a chorar.

Ele tá descendo! Gritou tentando escapar, mas sua mãe o impediu o abraçando.

O anão desceu e foi em direção a ele, ele gritava, implorava, mas a mãe não lhe dava ouvidos.

O anão parou em frente a ele e sussurrou; carne fresca! Sumindo em seguida.

A mãe de Ryan o levou para o quarto e ficou com ele até que ele pegou no sono: - Não apaga a luz mãe, disse ele antes de dormir.

Acordou de madrugada sentindo aquela presença ameaçadora dentro do quarto, procurou pelo cômodo e viu o anão sentado sobre o peito da sua irmã, ao se aproximar viu que ele estava devorando o corpo sem vida da menina, desesperado, começou a gritar pela mãe e jogou-se em cima do anão o esmurrando na cara!-Morre! Morre! Morre! Gritava ele. O anão apenas sorria, sangue espirrava na blusa e em toda extensão do rosto de Ryan, a criatura arranhou o pescoço do menino, mas em nenhum momento deixou de rir.

A porta do quarto foi escancarada adentrando apressadamente a mãe e a tia de Ryan.

A mãe deu um grito de horror e desmaiou, a tia ficou perplexa com o que via; Ryan empapado em sangue em cima do corpo deformado e morto de sua irmã Heloise.