DVA

Capítulo I

Naquela manhã Álvaro acordou bem disposto. Já se sentia preparado para o grande dia. Depois de um longo tempo de preparação era enfim chegado o momento tão aguardado. Naquela noite aconteceria o assalto e nada poderia dar errado.

Na secretária eletrônica havia uma mensagem.

“Esta tudo no esquema, essa noite entraremos para historia”.

Apesar de toda confiança demonstrada por Miguel naquela mensagem, Álvaro ainda se sentia receoso quanto aquilo tudo. O planejamento e as ideias eram perfeitas, mas aquela sensação esquisita lhe incomodava bastante.

Deve ser apenas besteira minha, pensava Álvaro enquanto acariciava a coxa de sua acompanhante.

Depois de um tempo os seus pensamentos mudaram. O que vinha em sua mente naquele momento era a quantidade de dinheiro que ele poderia receber caso o plano fosse bem sucedido. E dinheiro era o que lhe causava alegria. Desde criança, sempre fora ambicioso e egoísta, seu lema era sempre: Dinheiro em primeiro lugar. Havia entrado na vida do crime justamente por isso, porque ali faturava alto e podia desfrutar da boa vida que sempre sonhara em ter quando criança. E aquela seria a sua oportunidade de ouro, o assalto que mudaria a sua vida para sempre. Ele já se imaginava em um Iate acompanhado de belas mulheres, tomando um vinho caro e curtindo a vida, tudo aquilo se tornaria possível caso o seu plano fosse bem sucedido.

Ele se levantou da cama e caminhou ate o espalho. Fitou o seu corpo musculoso e sorriu, imaginou o que lhe esperava, as glorias que lhe seriam concedidas. Eu sou mesmo um sortudo, pensou sorridente. Logo após se dirigiu á cozinha e foi tomar seu café, afinal era preciso se alimentar bem, pois o dia seria corrido.

***

Do outro lado da cidade estava Miguel. Um dos lideres daquela gangue de assaltantes. Bem mais instruído do que Álvaro, Miguel ditava as ordens e os detalhes daquela operação que aconteceria ao anoitecer. Os seus colegas lhe apelidavam de “O especialista em assaltos”, tal apelido se fazia jus, pois Miguel conhecia muito bem a sua área de atuação.

Miguel não era menos ganancioso do que Álvaro, mas enxergava além, possuía uma visão que poucos assaltantes possuem, Miguel era caridoso, e sempre que podia ajudava crianças e pessoas carentes. A sua atitude impressionava a todos que o conheciam, pois era bastante contraditória, era como um assassino que consola a família de sua vitima após tê-la assassinado. Mas mesmo com toda a desconfiança e suspeitas, ele não se importava, sabia o porquê de suas atitudes e não se importava com a desconfiança que partia por parte dos amigos ou conhecidos.

Sua mente estava distante naquela manhã, estava concentrado, queria que tudo desse certo, mas ao mesmo tempo temia que algo de ruim pudesse acontecer, afinal havia sido anos de preparação de planejamento, nada poderia dar errado.

- O que foi amor? – Indagou Joana preocupada.

- Não é nada, só estou pensando.

Apesar de toda concisão emitida em sua fala, ele sabia que Joana, de algum modo, conhecia as suas aflições e preocupações, afinal ela era a pessoa com quem ele passava a maior parte de seu tempo, ás vezes ele chegava a pensar, que ela o conhecia bem mais do que ele próprio.

- Está bem. É impossível esconder algo de você!- Disse em um tom melancólico.

- Sim, eu lhe conheço muito bem. – Ela falou com um breve sorriso.

- Mas o que te preocupa tanto?

- Sinceramente não sei dizer, mas de uma hora para outra senti uma sensação estranha.

- Deve ser o cansaço, afinal, você passou boa parte da noite acordado.

- É, deve ser. – Ele assentiu.

Depois de encerar a conversa ele partiu para o seu quarto e deitou. Joana estava certa, ele precisava de um bom descanso.

Os outros integrantes daquela equipe eram Marcos e Tiago, ambos possuíam habilidades extraordinárias. Marcos era perito em armas, cara durão 1 metro e noventa de músculos, gostava bastante de tatuagens e rock pesado. Havia servido ao exercito durante cinco anos, mas depois de uma discursão com o General, foi expulso, e decidiu se juntar ao mundo do crime, pois ali ganhava bem mais, e era bem menos importunado.

Já Tiago possuía habilidades intelectuais, era o celebro daquele grupo. O cara era tão inteligente que uma vez conseguiu hackear o site do governo, ele também entendia sobre eletrônica e tudo que fosse relacionado a sistema de segurança.

O outro que mais tarde se juntaria ao grupo era Bruno, o irmão de Álvaro, ele seria o responsável por guiar o furgão que os conduziria até o banco central.

Aquela equipe estava junta há algum tempo, todos se conheciam muito bem e se relacionavam melhor ainda, apesar das diferenças cada um se respeitava o máximo que podia. As desavenças que acostumavam a acontecer eram sempre entre Álvaro e Miguel, os lideres daquele grupo. As brigas aconteciam por causa da ganância que ambas as partes possuíam, Miguel não aceitava receber ordens de Álvaro e o mesmo acontecia por parte de Álvaro.

Joana sempre acabava com as brigas, ela era a pessoa mais serena daquela equipe. Apesar de não concordar com aquilo tudo, fazia o possível e o impossível para manter a paz na equipe.

Ela havia conhecido Miguel em um estacionamento de supermercado, na primeira investida o ignorou, mas com toda aquela insistência por parte de Miguel, foi difícil recusar o seu convite para um jantar. Não demorou até que ela descobrisse o real emprego de Miguel, mas mesmo achando arriscado decidiu que continuaria ao seu lado, pois já estava completamente apaixonada.

Capítulo II

- E ai, esta tudo preparado para hoje à noite? – Perguntou o Tenente George Willian.

- Sim, eles nem desconfiam de que estamos a par de todo o plano. – Disse um dos investigadores.

- Hoje finalmente irei apreender o Miguel! – Disse George com um brilho nos olhos.

- Sim chefe, hoje ele não escapa.

George tinha certeza de que naquela noite apreenderia Miguel e sua gangue, havia acordado com aquele sentimento de vitória. Confiança, era a palavra que definia aquele momento, era preciso muita confiança e determinação, ainda mais se tratando de George, que apesar de toda a reputação que possuía não se dava bem quando o bandido a ser investigado era Miguel, haviam sido varias e varias tentativas fracassadas. Mas algo lhe dizia que naquela noite a sorte mudaria.

Ele possuía uma espécie de confiança inabalável, que frequentemente utilizava em situações difíceis. Havia herdado isso de seu pai, George Johnson, que também fora policial, mas o destino quis com que o seu pai falecesse exercendo a sua profissão, algo que George já havia resolvido. Apreender o responsável pelo assassinato de seu pai fora um dos momentos triunfais de George em sua carreira policial, o outro havia sido a promoção que havia recebido.

Sua esposa Beth era o seu porto seguro, ele havia lhe conhecido na faculdade, e desde aquele dia não sairia mais de perto da sua amada. A sua fama de galanteador acabou ali, mesmo sendo um “tipão”, só tinha olhos para a sua amada.

- Você tem mesmo certeza de que os meliantes assaltarão o banco central hoje à noite? Estou investindo muito nessa investigação, não quero me arrepender por confiar em você. – Disse o superior Derrick Green.

- Fica tranquilo chefe, vai dar tudo certo.

- Espero que de mesmo, pois estou disponibilizando grande parte da minha frota para essa missão.

Derrick era um dos poucos que não se dava bem com George, um dos principais motivos daquela inimizade era porque George havia descoberto alguns de seus planos ilícitos e o ameaçado. Desde aquele episodio, seu ódio crescera ainda mais por George e ele procurava fazer de tudo para dificultar o seu trabalho.

Capítulo III

A noite havia chegado e os membros estavam reunidos na casa de Miguel. Eles repassavam a estratégia que seria utilizada por ambos naquela noite.

- O plano é o seguinte: Enquanto o marcos e o Bruno rendem os seguranças eu e a Joana, adentraremos pela parte dos fundos, o Tiago ira desativar o sistema de alarme de dentro do furgão, quando ele terminar, me enviara um sinal e nesse exato momento iremos invadir com força total. – Disse Miguel.

- Gostei disso, força total! – Disse Marcos enquanto carregava a sua arma.

- Lembre-se não machucaremos ninguém, esse é o assalto que mudará nossas vidas, não podemos colocar tudo a perder! – Alertou Álvaro.

- Nem um pouco de diversão, logo agora que eu queria estourar alguns miolos.

- Álvaro está certo! Devemos agir com cautela. – Completou Tiago.

Logo após terminarem com a conversa eles partiram em direção ao banco central.

No caminho Miguel procurava se distrair com um jogo de vídeo game, ele não havia contado a ninguém, mas desde que acordara sentia algo estranho, parecia que estava prevendo que algo de muito ruim fosse acontecer naquela noite.

- Você esta bem amor? – Perguntou Joana.

- Sim, só estou ansioso, pois quero acabar com isso logo.

- Fique tranquilo vai da tudo certo, logo estaremos nadando no dinheiro e poderemos fazer aquela viagem que você me prometeu no mês passado.

- Sim, irá dar certo! – Finalizou Miguel.

Capítulo IV

Já estava tudo pronto. George transmitia os seus últimos recados à tropa policial que lhe acompanharia naquela missão.

Para aquela missão George havia recrutado os melhores homens que estavam disponíveis. Albert, Brian, James e Kirk, todos eles eram membros das forças de operações especiais.

- Só iremos agir, quando tivermos a certeza de que é a hora certa. – Dizia George enquanto caminhava ao redor da sala.

- E quando teremos essa certeza? – Perguntou um dos oficiais.

- Seguiremos o nosso instinto policial.

Do outro lado da sala Derrick sorria ao ouvir as instruções que George repassava aos seus oficiais.

“E mesmo um imbecil esse George.” Pensava Derrick enquanto se dirigia á sua sala.

Depois que finalizou as instruções George partiu com a sua equipe para o local onde seria realizado o assalto. Seu semblante era de extrema confiança, George havia acordado com aquela sensação de vitória, e sentia que o dia que sempre esperou chegaria finalmente, e que prenderia Miguel e sua equipe de assaltantes.

Os policias eram conduzidos por carros comuns, à operação deveria ser discreta e não poderia levantar suspeitas. No carro onde estava George também estavam Albert e Brian, no carro á frente estava o resto de sua equipe.

Os carros haviam sido estrategicamente posicionados para o cerco aos assaltantes. O carro onde George estava havia sido estacionado em frete ao banco e o outro veiculo vigiava a entrada dos fundos.

Capítulo IV

- Pessoal temos um problema. – Disse Tiago enquanto mexia em seu notebook.

- O que foi agora Tiago; espero que seja importante. – Disse Miguel.

- Se você considera o fato de policiais estarem ao redor do banco importante, então isso é importante.

- O que? – Questionou Álvaro.

- Como você descobriu isso.

- Estou capitando sinais de radio, eles estão disfarçados em carros comuns.

- E... Como você conseguiu capturar esses sinais? Indagou Joana, com um tom de preocupação.

- Ninguém foge do radar do Tiago!

- E o que faremos agora?

- Teremos que alterar um pouco o nosso plano, e vocês não vão gostar muito bem, porque não será nada agradável.

- Fala logo moleque. – Disse Marcos.

- Se não podemos entrar nem pelos fundos e nem pela porta da frente, entramos por cima.

- O que você quer dizer com isso? – Questionou Miguel.

- Primeiro teremos que seguir pelo esgoto, de lá sairemos a um antigo prédio vizinho ao banco, e através desse prédio, teremos acesso à parte superior do banco, onde é utilizada para pousos de helicópteros, de lá será fácil acessarmos ao banco.

- E como saberemos se estamos no caminho certo?

- Eu tenho um mapa.

Miguel não sabia muito bem se aquele novo plano poderia dar certo, mas não poderia adiar por mais tempo aquele assalto, havia sido anos de planejamento e ele não iria desistir agora.

- Eu gostei do seu plano é isso que iremos fazer. Joana você ficara aqui com o Tiago, eu e o resto do pessoal iremos para o banco, se alguma coisa der errada quero que você dirija o furgão, Tiago, proteja ela.

- Não preciso que ninguém me proteja. – Resmungou Joana.

- Isso esta fora de discursão, a minha decisão já foi tomada e será cumprida!

Capítulo V

Os assaltantes caminhavam pelo esgoto da cidade, a visão que tinham agora não era nada encantadora. Havia ratos e baratas por toda a parte, o cheiro que pairava no ar era tão horrível que era impossível respirar, o local era escuro e era preciso usar lanternas para não se perder.

- Eu mato o Thiago. – Resmungou Marcos.

- Somos dois, só aquele nerd mesmo para nos fazer andar por esse lugar fedido. – Concordou Álvaro.

- Vocês sabem que eu posso ouvir, não sabem? – Disse Tiago no radio comunicador.

- Eu não me importo. – Disse Marcos.

- Vocês querem parar com isso, estão parecendo crianças. – Disse Miguel.

- Tiago e agora, aonde iremos?

- E só subir essa escada que se encontra a sua direita, e você irá chegar ao antigo prédio.

Ao apontar a lanterna para a sua direita Miguel percebeu que a escada estava ali.

- Certo. – Disse ele.

Capítulo VI

Em frente ao banco os policiais aguardavam impacientes os assaltantes.

- Esta acontecendo alguma coisa, por que eles estão demorando tanto? –Questionou Brian.

- Eu não sei, provavelmente estão atrasados. – Disse George.

- Ou nem vem. – Disse Albert.

- Eu tenho certeza que eles virão, Miguel não é de desistir tão fácil assim.

- Aquele filho da puta do Derrick, deve estar rolando de rir à uma hora dessas.

- Não se preocupe com ele, pois o que é dele está guardado.

George não queria demonstrar, mas em subconsciente sentia que algo de estranho estava acontecendo, pois ele conhecia muito o Miguel, e sabia que a essa altura do campeonato ele não iria cancelar o plano. E se ele souber que estamos aqui. E se alguém lhe avisou que estaríamos aqui, George pensava a todo instante sobre as possibilidades e uma possível resposta, para os seus questionamentos.

Capítulo VII

O plano havia saído como o esperado, logo após saírem do esgoto os assaltantes passaram pelo prédio abandonado e logo após desceram ate o andar superior do banco, tudo com muita rapidez e discrição.

Era hora de agir. Pelo radio comunicador Thiago havia confirmado que o alarme do banco havia sido desativado. Marcos e Bruno desceram armados ate a sala dos seguranças e os rendeu com muita facilidade, pois todos estavam desarmados e desprevenidos. Depois dessa ação Miguel e Álvaro correram ate o cofre sem levantar suspeitas, pois já sabiam a sua localização exata. Do furgão Tiago passava as instruções e os códigos de segurança, enquanto isso Marcos e Bruno amarravam os seguranças e corriam para o cofre com as sacolas nas mãos.

Depois de 10 minutos eles já estavam dentro do cofre. Àquela montanha de dinheiro fazia os seus olhos brilharem, o banco havia acabado de ser abastecido, por isso escolheram aquele dia. Rapidamente Miguel ordenou a todos que enchessem as sacolas, aquilo teria de ser rápido, pois a qualquer momento os policiais poderiam desconfiar de algo e adentrar aquele banco.

Após acabarem eles saíram apressados pelo local onde haviam entrado. Marcos que era o especialista em armas havia trago com sigo um pequeno explosivo, antes de sair e sem que ninguém percebesse o mesmo instalou o presentinho em um caixa eletrônico.

“Vou deixar isso mais divertido”.

Pensou Marcos enquanto saia sorridente por aquela porta.

Ao chegarem à entrada do esgoto, os assaltantes escutaram um enorme barulho.

- O que foi isso? – Perguntou Miguel.

- Foi uma surpresinha que deixei para aqueles filhos da puta.

Capítulo VIII

- Eu não acredito nisso! – Esbravejou George logo após ter adentrado ao banco.

- Os filhos da puta, entraram por cima. – Disse um dos seguranças que acabara de ser solto pelos policias.

George estava furioso, havia sido longos anos de investigação jogados no lixo, ele não acreditava que aqueles filhos da puta estivessem desaparecidos, sem deixar rastro, deveria ter algo que ele pudesse fazer naquele momento para impedir aquela fuga. Após um longo tempo de silencio George chegou a uma conclusão, ele iria mandar rastrear os veículos que estivessem trafegando por aquelas rodovias, mas queria fazer aquilo sozinho, pois o maior responsável por aquele fracasso era ele.

Logo após concluir o seu pensamento partiu apressado por aquela porta, sem dar satisfações aos oficiais que lhe fitavam com curiosidade.

- George aonde você vai? – Perguntou Brian confuso.

- Agora não, Brian. Preciso resolver uma coisa.

No caminho George ligou para Henrique, um perito do departamento que era responsável por rastrear carros suspeitos.

- Henrique, eu preciso que você rastreie um veiculo para mim.

- Boa noite para você também George. – Falou o investigador do outro lado da linha.

- Desculpe pela falta de educação parceiro é que estou em meio a uma perseguição. Você me entende, não é?

- Você sabe que eu estou brincando, é claro que eu entendo. Mas voltando ao assunto, que tipo de carro você procura.

- Cara eu não faço a mínima ideia, mas suspeito que possa ser um carro que caiba muita gente, como uma van, por exemplo, ou furgão, ou ate um micro-ônibus...

- Vou ver o que posso fazer por você. – Disse Henrique finalizando a ligação.

Ao dirigir por aquelas ruas George só pensava em Miguel, aquele cara não lhe deixava em paz, desde que entrara na policia. Suas suspeitas sobre um possível boicote só aumentavam e ele já imaginava bem o possível suspeito.

- Aquele filho da puta. DROGA!

Enquanto trafega por aquelas ruas em alta velocidade George se concentrava, buscava esvaziar a sua mente, ele queria pensar como Miguel, queria invadir a mente do suspeito e imaginar para onde o mesmo fugiria. Ao se concentrar nisso, veio em sua mente um possível local que não costumava a receber muitas pessoas.

- A mata de Harold. - Disse em voz alta.

George conhecia bem o local, pois costumava visita-lo quando criança, seu pai sempre o levava naquele local quando iam pescar e acampar, só que o local estava interditado, pois no mesmo havia animais ferozes que costumeiramente atacavam os turistas e curiosos que se aventuravam por aquelas redondezas.

É perfeito, pensou George.

Seu raciocínio foi interrompido pelo toque alto do seu telefone que vibrava freneticamente.

Capítulo IX

Capítulo X

Bruno dirigia pelas avenidas estreitas da marginal 305, o suor escorria pelo seu rosto e a tensão aumentava a cada segundo. Na parte de trás de furgão estavam Miguel, Tiago e Joana, ao lado deles estavam as sacolas de dinheiro.

Os olhos de Álvaro brilhavam ao olhar para a grande quantidade de dinheiro que estava ali ao seu lado, prontinha para ser gasta.

- Com esse dinheiro podemos nos aposentar. – Disse sorridente.

- Calma Álvaro, não é bem assim, primeiro temos que despistar os policiais. – Disse ----- - Miguel em tom de preocupação.

- Porque não é bem assim? Já estamos com a grana.

- Sim, o plano era perfeito até alguém estragar tudo. Agora teremos que despistar os policiais.

- Ei não olhe assim para mim, eu só fiz o que me deu na teia. – Murmurou Marcos.

- Por fazer o que deu na teia todos...

- Pessoal, pessoal, temos um problema. – Interrompeu Tiago.

- Lá vem você de novo com os seus problemas. – Disse Marcos.

- Não é culpa minha. Não fui eu quem explodi o banco.

- Da para parar. – Interrompeu Miguel.

- Fala Tiago o que aconteceu? – A voz de Miguel soou preocupada.

- Tem alguém tentando nos rastrear.

- O que? Como assim?

- É isso mesmo que você ouviu, estou detectando um sinal dos ratos, eles estão nos rastreando por satélites. – Ratos eram como eles chamavam os policiais.

- Impeça eles então. – Disse Marcos.

- Impossível, isso levaria tempo e tempo é uma coisa que não temos.

Miguel pensou por alguns por alguns segundos, teria de haver alguma solução um meio de despistar os policias, logo após esse pequeno intervalo de tempo ele disse:

- O que iremos fazer então?

- De acordo, com o mapa da cidade, é possível despista-los, mas para fazer isso deveremos sair da avenida principal e pegar essa pequena estrada que dá acesso a uma velha estrada rural e lá teremos que abandonar o veículo. – Disse Tiago apontado para o mapa que estava na tela do seu notebook.

- Como assim abandonar o veículo? Como iremos carregar todo esse dinheiro a pé. – Questionou Álvaro.

- Se você não quiser perder todo esse dinheiro e apodrecer atrás das grades, temos que abandonar o veículo.

- A ideia de Tiago é boa, e eu conheço uma casa abandonada que fica por aquelas redondezas, dificilmente a polícia nos encontrara por lá. – Disse depois de um longo tempo em silencio.

- Está decidido é isso o que iremos fazer. – Finalizou Miguel.

Bruno trafegou pela direção oposta e acelerou por aquela estrada vazia que agora ganhava traços de horror e suspense.

Capítulo XI

- Você conseguiu rastrear o veículo.

- Você pensa que está falando com quem, é claro que eu consegui.

- Nem um pouco convencido. Desembucha logo. – Disse George sorridente.

- Eu encontrei poucos veículos que bate com a descrição que você me disse, mas depois de analisá-los friamente, cheguei à conclusão de que o veículo certo se trata de um furgão. Pois a algum tempo atrás ele estava estacionado as proximidades do banco e partiu minutos depois da explosão.

- Cara você me salvou te devo uma.

- Não só uma, duas, não lembra daquela vez que quebrei seu galho, ou três?

- Nunca mais te elogio.

- Você nunca me elogiou.

- Está bem, agora vamos parar com isso, me diz logo onde eles estão.

- Pensei que nunca ia perguntar. Pelo diz o meu computador, eles estão pegando um atalho em direção a velha estrada rural.

- O que, você tem certeza disso.

- Absoluta, afinal, eu nunca erro.

George desligou o telefone e acelerou em direção ao endereço passado por Henrique.

Capitulo XII

O homem descia as escadas da velha casa com certas dificuldades, a velhice chegará rápido para aquele moribundo. Ele se apoiava nos velhos corrimãos aborrecidos e infestados de cupim.

- Droga. – Amaldiçoava o homem em voz baixa.

Ele estava cansado te ter de fazer aquele percurso todos os dias, não via a hora daquilo terminar, mas ao contrário do que imaginava, o pesadelo só estava começando.

Ao chegar ao térreo sombrio, ele observou-o deitado, quieto e imóvel, deu um assovio para que o mesmo acordasse. Ele não se comunicava apenas observava o velho com o olhar de respeito, o olhar de medo. O velho abaixou e colocou o prato a beirada do velho colchão.

- Carne mau passada, do jeito que você gosta.

Ele assentiu e se aproximou lentamente do prato, e o atacou assim como uma fera ataca a sua presa, cedendo e faminto por sangue.

- Coma direito, não seja tão bruto.

Ele olhou lentamente para o velho e se virou desaparecendo na escuridão que encobria todo o ambiente.

O velho subiu as escadas com mesma vagareza que havia descido, ainda estava aborrecido, pois sabia que teria que voltar no dia seguinte e realizar o mesmo trabalho cansativo.

Capítulo XIII

- Daqui em diante teremos que seguir a pé. – Falou Tiago enquanto apontava para entrada deserta da pequena e pacata estrada rural.

Bruno estacionou o carro enfrente a alguns arbustos e velhas arvores que emoldavam o local. A escuridão dificultava muito a visibilidade de todos. O mesmo era iluminado com auxilio das lanternas que Tiago havia trago em sua mochila.

Miguel permanecia calado em grande parte do percurso, tudo o que conseguia fazer naquele momento era pensar, e pensava muito sobre aquela sensação estranha que estava lhe acompanhando desde o inicio do dia. Pensava sobre o plano e em todo o planejamento, tudo havia saído do script, nada era como ele havia planejado por longos e longos anos.

- Até que não esta sendo tão ruim assim. – Disse Tiago sorridente.

- Você esta maluco, Tiago? Como assim não é tão ruim, estamos perdidos no meio do nada, em um lugar escuro que me causa arrepios, e você tem a audácia de dizer que não é tão ruim. – Protestou Marcos com muita agressividade em sua voz.

- Não estamos perdidos a Joana disse que sabe onde fica a velha casa, não é Joana?

- Sim, eu sei, fiquem tranquilos já estamos chegando. – Concordou Joana.

Miguel saiu de seu transe e apertou mais forte a mão de Joana, sorriu em direção aos seus companheiros, apontando para a velha casa que ficava a poucos metros de onde eles estavam.

Capitulo XIV

Ao adentrarem a velha casa eles se sentiram seguros. Apesar do cheiro forte de mofo e dos velhos moveis empoeirados, o lugar era o esconderijo perfeito, a policia nunca suspeitaria de tal lugar e provavelmente nem imaginariam que tal casa existisse, pois aquele não era um lugar muito visitado.

A casa era antiga e estranha, mas possuía certo zelo, era como se alguém ainda morasse ali, como se alguém respirasse por debaixo de seus ouvidos. Não possuía iluminação, mas havia velas na cozinha e elas serviram como uma iluminação provisória. Os cômodos eram grandes e espaçosos, o piso de madeira e as paredes emolduradas por um papel de parede florido e encardido por decorrência dos anos. Em alguns cômodos era possível observar retratos obscuros pendurados na parede, um deles chamava muita atenção, era um retrato gigantesco que encobria toda a parede da velha dispensa. No retrato havia uma família. Seus rostos eram melancólicos e obscuros, no centro estava um homem que aparentava ter uns 50 anos, os cabelos começavam a ganhar tons de brancura, no seu braço havia um garotinho loiro de olhos azuis que chorava ao fitar o possível fotografo que havia retirado aquela fotografia, ao lado havia uma mulher e um homem abraçados, que provavelmente seriam os pais da criança.

- Gente estranha. – Comentou Marcos ao observar o retrato.

Todos decidiram que ficariam na sala, pois era o cômodo central daquela casa e a iluminação naquele ponto não seria percebida pelos que passassem do lado de fora da velha casa.

Era chegado o momento tão aguardado por todos, naquele instante iria acontecer uma reunião e nela seria descido o futuro daquela enorme quantia de dinheiro. As sacolas já estavam espalhadas por toda parte da sala.

Miguel ainda buscava concentração, sabia que precisaria dela tanto como antes, precisaria ter pulso firme para liderar aquela reunião. Ele sabia que era preciso regras e muita cautela, pois no dia seguinte a imprensa começaria a divulgação sobre o assalto, as investigações também começariam e qualquer passo que fosse dado em falso seria o fim para todos.

- Bem vamos começar a reunião. – Falou com firmeza.

- Todos vocês sabem que esse dinheiro não poderá ser gasto em grande quantidade, pois isso causaria uma enorme suspeita. Vocês se lembram do acordo que firmamos no inicio desse plano?

- Sim, eu me lembro. – Disse Tiago.

- É qual foi Thiago.

- O acordo é que se alguém for preso, o mesmo não poderá divulgar os nomes de nenhum integrante.

- Correto! E para que isso não aconteça precisaremos ter muita cautela e discrição.

- E quando poderemos torrar essa grana? – Questionou Marcos.

- A qualquer momento, desde que seja moderado.

- Entendi.

Miguel observou que Marcos não estava satisfeito com a suas regras e que era muito provável que no dia seguinte o mesmo desobedeceria ao acordo firmado pelo grupo.

- É só ter paciência, Marcos, logo você poderá disfrutar do dinheiro.

- Assim eu espero.

A conversa continuou por mais alguns minutos, nela ficou claro a preocupação que Miguel sentia em relação à segurança de seus companheiros, ficou claro também que nem todos gozavam do mesmo pensamento e da cautela de Miguel.

- Bem é isso, passaremos a noite aqui e amanhã bem cedo sairemos e cada um seguirá o seu caminho.

O que Miguel não sabia e que aquela noite seria longa, muito longa.

Capítulo XV

George passava pela rodovia 166 quando avistou o velho furgão azul-marinho, estacionado aos redores daquela antiga mata.

Bingo, pensou. Aquele gordo acertou de novo.

Mas ao se aproximar do furgão percebeu que o mesmo estava abandonado. Logo imaginou que teriam fugido a pé para tentar despista-lo, ou teriam roubado outro carro.... As possibilidades eram infinitas.

Ele então decidiu caminhar pelo acostamento e seguir o caminho a pé, para não chamar atenção dos bandidos, caso ainda estivessem por aquelas redondezas.

Naquele momento George tentava pensar como um dos integrantes daquele bando, tentava imaginar qual seria sua ação se estivesse no lugar dos mesmos. Se roubaria um carro, se seguiria pela mata a dentro, ou se simplesmente tentaria despistar a polícia.

Os pensamentos de George foram interrompidos por um ruído que vinha muito próximo dali. O mesmo correu, mesmo não podendo ser nada, seus instintos lhe fizeram agir de tal forma.

E estava certo, não era apenas um animal, ou galho de arvore que havia despencado sobre o chão, era mais do que isso, algo que George não imaginar em um lugar como aquele, era simplesmente...

- Parado aí. – Ordenou o policial

O homem levantou as mãos frágeis e cansadas e olhou assustado para aquele homem que lhe fitava com uma arma nos punhos.

- Não tenho dinheiro senhor, sou apenas um pobre velho, que caminha nessa estrada escura e sombria.

- O que faz andando por aqui sozinho? – Questionou George levando uma das mãos ao seu bolso.

O velho homem ficou mais assustado ainda, pensava no que George poderia retirar do seu bolso.

George retirou do bolso o seu distintivo e apontou para o velho dizendo.

- Não sou um policial.

Ao olhar para o distintivo e reconhecer o símbolo da polícia da cidade o velho se sentiu mais tranquilo, soltando um longo suspiro de alivio.

- Você me assustou, achei que queria me roubar, ou coisa pior.

- Fique tranquilo, não vou lhe fazer mal, a menos que não me diga o seu nome e o que faz por aqui a essa hora da noite.

- Sem problemas, vou lhe dizer tudo que pediu, mas primeiro tenho que acabar de pegar essas lenhas. Você quer me ajudar?

George não tinha tempo disponível para perder, mas imaginou que aquele velho poderia lhe ser útil em sua busca.

- Apesar um pouco apressado vou lhe ajudar, pois também precisarei que você me ajude.

- Ótimo, ao trabalho.

Capítulo XVI

A reunião já havia terminado. Todos haviam escolhido um lugar para descansar, pois havia sido puxado. Marcos havia escolhido a varanda, pois ali poderia fumar sem ser repreendido por Joana que odiava o cheiro de cigarro.

“ Quem ele para me tratar assim, se acha que eu vou seguir essas regras escrotas está muito enganado, vou pegar a minha parte da grana e gastar como eu bem entender, pois trabalhei para conseguir isso e se não fosse por mim talvez eles nem teriam conseguido. ”

Marcos pensava enquanto observa aquela paisagem obscura que pairava sobre suas vistas. O silencio angustiante, os ruídos dos grilos e dos animais noturnos que perambulavam por aquelas redondezas, tudo contribuía com os pensamentos revoltosos de marcos.

- Quer saber eu vou embora é agora, eles que se fodam, vou pegar minha parte e vou dar o fora, é isso que vou fazer. – Disse Marcos após acabar com último cigarro que estava naquele maço.

Caminhou ferozmente até a porta e se dirigiu até aonde estavam as sacolas de dinheiro. Ao chegar juntou a sua parte e colocou dentro uma mala que havia pego na varanda, mas ao visualizar toda aquela quantia decidiu que merecia mais do que aquela simples merreca.

- Pera aí, isso está errado. O que a Joana fez, ela não fez nada, então não merece ter a sua parte, vou pegar a metade para mim, e pegarei do Tiago também, quer saber vou pegar de todos. Quando esses idiotas acordarem estarei bem longe.

Ao terminar de encher a maleta que custou a fechar, devido a quantidade de sacolas que estavam dentro, Marcos ouviu um ruído, um ruído que vinha muito próximo de onde ele estava. Olhou ao seu redor e não viu ninguém. Recomeçou a sua caminhada, mas novamente ouviu e dessa vez mais forte. Percebeu que aquele barulho vinha de trás daquela enorme fotografia. Queria ignorar o barulho e ir embora, mas a sua curiosidade foi mais forte. Largou a maleta em canto e caminhou em direção a fotografia. Teve dificuldades para retira-la da parede, pois pesava muito, mas com muito esforço conseguiu. Ficou surpreso com o que viu atrás dela, havia uma porta, uma porta de madeira consumida por cupins.

Sua curiosidade foi maior, mesmo podendo ir embora e ignorar aquilo, ele não o fez, pois ele não gostava de deixar as coisas mal-acabadas. Recuperou o folego, girou a fechadura e abriu a velha porta, que fez um barulho estridente.

- Droga. – Praguejou em voz alta.

Logo após adentrou o local escuro e abafado. Percebeu que havia uma escada de madeira que se encontrava no mesmo estado que a velha porta. Desceu por ela cuidadosamente, pois não queria fazer barulho e tinha receio de que aquela escada não suportasse o seu peso.

Ao chegar ao térreo sentiu um enjoo. Um cheiro insuportável entrou em suas narinas, seus olhos encheram de lagrimas e uma sensação terrível lhe fez arrepiar.

Não conseguia enxergar, pois ali a escuridão era plena, tomava conta de todo o local. Tentou levar a mão ao bolso para pegar o seu smartphone, mas não teve tempo de fazê-lo, pois sentiu um vento frio soprar em seu pescoço. Por instinto ele correu desesperadamente para fora do lugar, mas a escuridão lhe fez tropeçar aos pés da escada e quando o mesmo ligou a lanterna de seu smartphone e foi surpreendido por um rosto desconhecido que lhe fitava atentamente.

Capitulo XVII

Jack colocava algumas toras de lenha em sua lareira para aquecer a velha casa, enquanto George o aguardava impacientemente sentado naquele velho sofá. A casa não era lá grande coisas, possuía algumas fotografias, uma instante com meia dúzia de livros empoeirados uma humilde lareira que esquentava o ambiente e algumas espingardas penduradas ao lado de uma cabeça de urso empalhada.

- Você é caçador? – Perguntou George enquanto observava atentamente a cabeça de urso empalhada.

- Já fui há muito tempo atrás, hoje sou só um pobre velho solitário a espera da morte.

Jack apontou em direção à cabeça de urso e falou:

- Esse ai foi o premio da minha ultima cassada, cassei com meu filho, essa foi a ultima vez que...

- Você aceita uma xicara de café? – Perguntou Jack mudando de assunto.

- Adoraria.

- Um minutinho volta já.

Enquanto Jack partia em direção a cozinha, George observava pensativo e desconfiado sobre o passado daquele velho. Pensava em como um sujeito como aquele poderia viver em um lugar tão isolado e imaginava o que teria acontecido com o seu filho, pois o mesmo não havia terminado de lhe contar. Notou que havia algo mais naquele historia, pois sentiu uma tristeza no olhar de Jack quando o mesmo falou de seu filho.

Jack voltou da cozinha com uma bandeja de madeira em uma das mãos, ela estava carregada de guloseimas e uma garrafa de café, colocou-a aos pés de George e lhe ofereceu. O mesmo aceitou e começou a devorar alguns biscoitos, afinal estava morto de fome.

- Então, o que você quer saber, George?

- Eu estou atrás de alguns fugitivos e pelas informações que tenho eles vieram para essa região.

O velho ficou surpreso ao ouvir aquelas palavras, mas disfarçou rapidamente para não levantar nenhum suspeita.

- Impossível. Não mora ninguém por essa região, não vem ninguém aqui e mesmo se viessem se perderiam, pois o local é como um labirinto.

- Pode até ser, mas as minhas fontes não costumam errar.

Jack se levantou e caminhou até a janela e depois um de longo suspiro se dirigiu até George.

- É melhor você ir embora, não há como encontrar ninguém aqui a essa hora da noite.

- Ou melhor, passe a noite aqui, será mais seguro.

George pensou bastante sobre a oferta de Jack, não poderia aceitar, mas por outro lado estava cansado e sentia que estava perto dos fugitivos e que Jack sabia de alguma coisa.

Capitulo XVIII

Bruno não conseguia dormir, estava preocupado com o que lhes poderia acontecer. Ele não sentia tanta segurança naquele lugar como os seus companheiros sentiam, queria mesmo era pegar o carro e fugir para o mais longe possível, mas isso não seria possível ao menos não sozinho e ninguém toparia fugir naquela hora da noite, ninguém exceto Marcos, ele sim toparia na hora, pois já cheio daquilo e assim como Bruno não concordava em passar a noite ali.

Tomou a decisão se levantou e foi á procura de Marcos, sabia que o mesmo havia ido para a varanda então caminhou até onde ficava a mesma.

Ao chegar à varanda Bruno percebeu que Marcos não estava mais lá. As únicas coisas que restavam dele, ali, eram os restos de cigarro que o mesmo havia fumado.

“Fumando de novo, deixa a Joana ver”. – Pensou Bruno enquanto voltava para dentro da casa.

Caminhou por todos os cômodos até chegar á dispensa, lá notou que havia alguma coisa de errado, pois as sacolas de dinheiro estavam pela metade e havia uma mala carregada com a outra metade. Achou estranho, pois notou que a grande fotografia não estava mais pendurada na parede e no seu havia uma porta de madeira que estava entreaberta. Caminhou até ela e a empurrou. Passou em sua cabeça que Marcos estava ali e que provavelmente estaria fumando. Sorriu ao imaginar o mesmo fumando escondido e depois adentro o local chamando pelo seu nome.

- Marcos, Marcos, você esta ferrado cara, se a Joana lhe pegar fumando ela vai arrancar as suas bolas e dar para o cachorro dela comer.

Ele não obteve nenhuma reposta. Chamou por mais duas vezes e nada, então decidiu descer as velhas escadas e verificar se o amigo estava mesmo ali.

Ao descer sentiu o cheiro podre que vinha das profundezas daquele cômodo, tapou o nariz rapidamente para não se enjoar e seguiu descendo as escadas até que chegou ao térreo. A escuridão era penetrante, não era possível enxergar nada ali, a solução que Bruno foi a de ascender um pequeno isqueiro que carregava em seu traseira. Ao ascender o mesmo notou que o local estava infestado de sujeira e ratos mortos, havia também restos de comida espalhada pelo chão, Bruno foi caminhado por aquela pequena sala escura iluminando o local com o seu isqueiro que teve reacender por umas duas ou três vezes. Ao se aproximar de colchão percebeu que aquele lugar estava sendo abitado por alguém, de inicio imaginou que pudesse ser algum maconheiro ou morador que estava se aproveitando daquela moradia, mas percebeu que não, pois observou que debaixo daquele colchão havia alguém, alguém estava ali. Assustado ele recou tinha receio de que aquela pessoa pudesse lhe fazer mal, mas ao observar os tênis, sentiu seu coração disparar, pois conhecia aquele par tênis, isso fez te lembra de um velho amigo. Desesperado levantou o colchão, sua intuição estava correta, aquele corpo que estava ali era de Marcos, o seu melhor amigo.

Capítulo XXIII

Joana ainda não aceita a decisão que Miguel havia decretado. Punir os seus até então melhores amigos, era uma grande loucura, mas quem era ela para argumentar, ainda mais sendo todos a favor daquela ideia descabida.

“Eu não aceito, deve de ter alguma explicação, eu os conheço, eles não fugiriam assim, nunca nos trairiam, e não seriam loucos de sair no meio da noite com a policia nos perseguindo”. – Joana disse com certa angustia em sua voz.

- Nunca confie em alguém ambicioso como Marcos, você não lembra, ele já serviu o exercito, mas saiu para ao mundo do crime, por pagar mais. Diante tanta grana os homens são capazes de fazer loucuras. São incapazes de raciocinar e perdem toda a moral que um dia tiveram.

- Eu sei... Eu sei Tiago, Marcos até que vai, mas o Bruno eu o conheço, ele nunca nos trairia e...

- Seu mal é que você cofia demais nas pessoas. Lembre-se, até o diabo já foi um anjo. – Tiago deslizava por aquela pequena sala afagando a sua barba pontiaguda.

- Me de uma chance de te provar, vamos revirar essa casa, eu suspeito que a algo estranho acontecendo por aqui, senti isso desde que colocamos os pés nessa casa. – Disse Joana tentando convencer Tiago de que sua ideia seria correta.

- O que você está sugerindo é uma perda de tempo, mas vou lhe ajudar, se isso que você precisa para aceitar a realidade é isso o que iremos fazer, pois afinal, não temos a fazer mesmo.

Logo depois de terminada a conversa, Joana e Tiago seguiram pelos cômodos da casa. Aquela ideia de que havia algo mais naquele caso instigava Joana a revirar cada canto daquela velha casa. Tiago não entendia muito bem onde Joana queria chegar, mas lhe ajuda naquela busca por algo que ainda não sabia. Os cômodos mais afastados não possuíam iluminação e era preciso uma lanterna para guia-los naquela busca por informações.

No andar de baixo a busca não foi produtiva como ambos esperavam que fosse não encontraram nada que viesse a ser útil. Mas no andar de cima no velho sótão coisas interessantes foram encontradas, um velho álbum de fotografias, alguns farrapos de roupas femininas usadas e um pequeno mapa da residência, que chamou muito a atenção de Tiago que olhava fixamente para aquele velho pedaço de papel.

- Eu não acredito nisso. – Disse Tiago em tom de admiração enquanto fitava o velho mapa.

- O que foi Tiago? Achou algo de interessante.

- Sim achei. Essa casa é bem mais velha do que eu imagina, e pelo que diz nesse mapa ela foi refugio para tropas na primeira guerra mundial.

- O que? – Indagou Joana incrédula.

- É isso mesmo que você ouviu Joana. Olhe bem aqui, veja, essa é a planta original da casa, e o mais interessante de tudo são as entradas secretas que a mesma possui.

- Entradas secretas? – Perguntou Joana ainda com certa duvida, não entendia onde Tiago estava querendo chegar com tudo aquilo.

- Sim isso tudo é interessante, mas no que isso vai nos ajudar.

- Você não percebe, Marcos e Tiago podem ter descoberto uma dessas saídas e se escondido lá para nos despistar.

- Não, eu não acredito nisso. – Falou Joana.

- Você queria me ajuda eu estou lhe ajudando, não custa averiguar se a minha é mesmo verdadeira.

- Ok, vamos então.

Eles seguiram as indicações contidas no velho mapa e encontraram a velha fotografia que ficava despensa.

- Estranho, aqui diz que a primeira entrada fica aqui.

- Esse mapa deve estar errado. – Disse Joana.

- Não, não esta. Você nunca assistiu filmes? Geralmente essas fotografias gigantes servem para camuflar entradas secretas.

Por um momento tudo vazia sentindo para Joana, desde a primeira vez que vira aquela foto havia achado estranha e assustadora, não entendia por alguém a colocaria bem ali e não na sala principal, mas agora entendia motivo, quem a colocou ali queria esconder alguma coisa.

- Sim você está certo.

Com a ajuda de Joana Tiago retirou a grande fotografia e a colocou em outra parede. Sua intuição estava certa, atrás daquela fotografia ficava uma velha porta de madeira. Uma expressão de contentamento se formou no rosto de Tiago que sorriu ao olhar para Joana.

- Eu não te falei, os filmes e as series que eu assisti valeram a pena.

- Sim, você estava certo. – Disse Joana sorrindo.

- Agora vamos logo com isso, abra essa porta logo.

Tiago abriu a porta com certo receio e olhou em direção a Joana com olhar de mistério, jogou a luz da lanterna em seu rosto e disse.

- Primeiro as damas.

Capítulo XXIV

George permanecia em silencio, o constrangimento tomava conta de todo o seu ser.

-Então você entra na minha, eu te acolho, e você faz isso. É essa a sua retribuição.

-Desculpe, mas esse é o meu instinto policial. - George sabia que estava errado, mas não queria admitir, aqueles livros estranhos lhe fizera desconfiar daquele velho.

-É essa a sua desculpa, instinto policial. - A voz de Jack vinha carregada de fúria.

-Malditos policias, não se pode confiar em ninguém mesmo. - Disse o velho coçando a sua barba enquanto andava de um lado para o outro.

George pensou em usar outro argumento, mas não havia nenhum, Jack estava mesmo certo, a sua atitude havia sido imprudente e desleal, o mesmo se sentia culpado por aquilo, mas nada poderia fazer para amenizar aquela situação.

-Você se parece muito com um velho amigo, ele era policial como você. - Disse o velho apontando na direção de George que permanecia ao lado da velha estante.

-Tivemos bons momentos, ah como tivemos, gostava bastante daquele idiota, ele me entendia, conhecia o meu jeito, só ele naquela corporação era capaz de me entender e compreender os meus pensamentos, mas seu instinto policial estragou tudo. - Finalizou Jack com uma triste expressão em seu rosto.

-Mas por que a amizade acabou? - Quis saber George curioso.

-Isso é uma longa historia, talvez um dia eu ainda lhe conte, ou você descubra por si mesmo.

George ficou intrigado com aquela historia, qual seria o segredo que Jack escondia. O velhinho doce e assustado que encontrara na mata era bem mais do que aparentava a ser, possuía alguma coisa de muita suspeita que guardava a sete chaves dentro daquela velha casa.

-Me perdoe Jack, mas você tem de compreender a minha situação, passei por muita coisa hoje, estou com a cabeça quente e não consigo dormir, não consigo tirar aqueles assaltantes da minha cabeça, mesmo que pareça estranho existe uma coisa dentro de mim que me diz que eles estão perto, muito perto de nós.

Jack se dirigiu até aonde George estava, deu um breve e carinhoso tapa nas costas de George e o guiou até a porta.

-Olhe para a frente George, olhe bem, e mesmo assim não conseguirá enxergar nada além de arvores. Você acha mesmo que alguém que não conhece essas regiões iria se aventurar por aqui?

-Eu.. Eu não sei, estou confuso.

-Não precisa se envergonhar George, os melhores já erraram, o instinto nem sempre poderá lhe ajudar, mas a logica sim, pois essa nunca falha.

-É você está...

Um barulho estrondoso ecoou pelos arredores interrompendo aquela conversa, George pareceu assustado, mas já sabia que o velho Jack estava errado, a logica poderia ajudar mas dessa vez fora seu instinto policial que prevaleceu.

Capítulo XXV

Joana pendia sem vida nos braços musculoso de Miguel. Seu rosto angelical possuía a feição triste e sombria da morte, seu pescoço havia sido rasgado por uma afiada navalha. A única coisa que Miguel conseguia naquele momento era derramar suas lagrimas enquanto beijava o rosto pálido e frio de sua amada.

Bem mais longe de onde se encontravam estava o corpo de Tiago com um machado encravado nas costas, o assassino havia sido cruel e nenhum pouco piedoso, seu rosto estava coberto, não teve nem a dignidade mostrar a aparência, mas Miguel já desconfiava, e tudo porque, tudo por causa do maldito dinheiro.

“Marcos seu desgraçado, você irá pagar por isso.” Pensou Miguel com fúria.

E pensar que ele havia saído da casa e deixado a sua amada sozinha, tudo aquilo era culpa dele, pois não a havia escutado e aquele maldito pressentimento sentido ao longo do dia agora fazia sentido, ela estava ali sem vida em seus braços, a única pessoa que realmente lhe amou agora estava morta e o único responsável pelo crime se divertia as custas do seu sofrimento.

Álvaro havia seguido no encalço daquele maldito assassino, provavelmente o pegaria, o primeiro tiro passou de raspão, mas como conhecia bem o amigo sabia que o segundo não falharia e Marcos enfim apodreceria no fogo do inferno.

“Se eu estivesse chegado a tempo, mas não, fiquei feito um tolo bamboleando de um lado para o outro daquela maldita mata, atrás dos desgraçados que haviam nos traído, mas eles aqui a todo momento só esperando a hora certa para atacar, e eu lhes dei o momento certo para agirem.

Os pensamentos martelavam a cabeça de Miguel, nada fazia sentido naquele momento, só Joana lhe importava e foi durante o momento de distração que George adentrou a velha casa e apontou a sua semiautomática na cabeça de Miguel dizendo:

“Você está encrencado, amigo.”

As palavras de George soaram como um golpe.

- Como assim, você não está pensando que fui eu?

- Não estou pensando, tenho certeza, ou você está vendo outro alguém aqui.

Miguel estava muito abalado para tentar se defender ou protestar sobre a sua inocência, na verdade estava cansado de tudo aquilo, sua vida perdera todo o sentido desde o momento em que entrara por aquela porta e vira o assassino retirar o último folego de vida que restava em Joana.

- Leve-me se assim desejar, afinal nada que eu disser irá lhe convencer.

George algemou Miguel e imediatamente acionou todas as unidades policias que estavam disponíveis.

Enquanto fazia suas anotações percebeu brevemente um olhar de preocupação vindos de Jack, mas o ignorou completamente, afinal suas haviam se voltado para a cena do crime e para o principal suspeito.

Miguel permanecia cabisbaixo ajoelhado ao lado da velha lareira, observava os movimentos frenéticos de George que anotava cada detalhe da cena do crime. “Ele pensa que fui eu, pensa que seria capaz de matar a minha própria amada” Sua distração era tão grande que ele nem havia notado a presença de um estranho velho que havia chegado junto a George, mas agora ele conseguia perceber, pois o velho lhe fitava atentamente, como se dizer alguma coisa e foi o que ele fez, assim que George se retirou da sala o velho se aproximou e chegou bem próximo ao ouvido de Miguel dizendo as seguintes palavras.

“Você não sabe o que você fez.’’

Capítulo XIX

“Mais um corpo foi encontrado nas margens do Grande rio”. A polícia suspeita que o indivíduo seja Álvaro BIANUCCI, Um dos integrantes do grupo de assaltantes que foram brutalmente assassinados, pelo seu próprio comparsa, Miguel Rodrigues. O filho da mãe conseguiu mais uma vez, sorriu Álvaro ao comtemplar a manchete de jornal daquela manhã. Ao lado do jornal havia também sua identidade. - James Brown. – Leu em voz alta. - Ele só pode estar de sacanagem comigo. Mas deixou com que aquilo passasse despercebido, afinal o que mais importava era que agora não precisaria se preocupar com a polícia, pois era um homem morto. Agora poderia se concentrar em seu objetivo sem interrupções. O amigo fora preso injustamente e ele sabia perfeitamente. Ao ligar o computador e acessar o seu e-mail, comtemplou com alegria o extenso arquivo que Gian havia enviado logo pela manhã. Tratava-se de um longo e extenso relatório sobre todos os crimes que haviam ocorrido na pacata cidade. “Homem é assassinado por lavrador após discursão em um bar.” “Mais uma vitima do Açougueiro e encontrada mutilada as margens do grande rio.” Esse não se parece com o assassino, pensava a cada caso que lia. Todos os assassinos que ali estavam contidos eram antigos. Os mais recentes raramente tratavam de um assassino em serie, todos relacionados com gangues rivais ou traficantes de drogas que haviam sido mortos. Estava prestes a desistir de sua quando se interessou por uma manchete que dizia: “Mulher de oficial de policia é encontrada morta” O misterioso assassino conhecido como o Devorador de Almas faz mais uma vitimam. Veronica Willians de 37 anos até então casada com John Harris, foi encontrada morta em sua residência. Assim como as outras vitimas ela estava sem o polegar da mão esquerda, o que facilitou o trabalho dos policiais de identificar o assassino. Não pode ser, pensou atônito. Um flash veio lhe a tona. Na sena do crime quando ele e Miguel aviam encontrados os corpos o corpo de Tiago pendido no chão estava sem um dos dedos e o mesmo dedo era o polegar esquerdo. Ele não havia dado muita atenção naquele instante, mas agora tudo fazia sentido, o responsável por aquelas mortes era o tal Devorador de Almas. Não faz sentido, pela data do crime esse cara já deve ser um idoso, não haveria como um idoso fazer tudo aquilo que o mesmo fez, pensou outra vez. - É um imitador, um desgraçado de um imitador. – Concluiu em voz alta

Capítulo XX

Estava naquela pequena sala escura há tantos dias que mal se lembrava de como era os brilhantes raios de sol que outrora havia fitado.

As suas refeições eram feitas uma vez no dia, a comida era deixada enquanto ele dormia, mas ele sabia que quem á colocava ali não era o seu mestre e sim lacaio contratado.

“Irá se exercitar no tempo certo, primeiro terá de se submeter ao isolamento, isso lhe servirá de lição para que aprenda quem é comanda por aqui.”

Aquelas palavras haviam ficado em sua mente, nunca quisera ser maior do que sempre foi, mas a sensação sombria que o ódio trazia começava lhe excitar, por vezes sonhava com o cadáver de seu pobre mestre ensanguentado em suas mãos, os gritos de tortura que ecoavam da rouca garganta, os apelos por piedade, a retina fria dos olhos que imploravam por misericórdia.

Isso é errado, pensou.

Mas não era totalmente ruim imaginar o aprendiz superando o seu mestre.

O Dia que sucedeu passou assim como os outros, a entediante escuridão que lhe servia de companhia, a fria refeição e o café amargo que a persona desconhecida havia lhe servido, tudo ocorrerá nos conformes.

Já no dia seguinte ele estava ali em sua frente, o observava com aquele mesmo olhar cansado de sempre, eram tão verdes os seus olhos, tão verdes como os rios em que costumava se banhar nos tempos de menino, mas por trás daqueles olhos verdes-esmeralda existia algo obscuro, algo tão obscuro que nem mesmo o aprendiz poderia prever.

- Você tem passado muito tempo aqui. Não é bom que um atleta fique muito tempo sem exercício. Afinal, não podemos deixar com que você enferruje. – Disse o Homem sorridente.

- Você esta pronto para brincar?

- Sim. – Respondeu seco e direto.

- Me esqueci de que você é um cara tímido, mas elas vão gostar de um carinho, afinal ganhavam a vida com isso.

- Siga-me. – Disse se dirigindo á escada.

Ele apressou em ficar de pé e logo após correu com alegria pelas escadas. Estava pronto para aquilo, almejava tanto que não conseguia conter o sorriso macabro que surgia levemente em sua atabalhoada face.

- Aqui estão. – O mestre disse apontado para as mulheres que sorriam ao fita-lo.

- Então é ele que nos dará prazer? – Questionou a ruivinha de curvas tentadoras que agora rebolava na frente do aprendiz.

- Sim, muito prazer. – Foi o que conseguiu dizer antes de entrar na sala treinamentos.

A sala era um lugar modesto que aparentava ter uns 12 metros de área quadrada. A cama que havia ali era uma espécie de maca de hospitalar, possuía travas para prender o pulso e os tornozelos das vitimas.

- Um, ele é sadomasoquista, adoro! – A morena de peitos grandes foi quem falou dessa vez.

- Deite-se.

- Mas não quer que eu tire a roupa, amor?

- Deite-se. – Ele insistiu.

- A ruiva foi a primeira a se deitar.

- E eu? Não vai sobrar nada pra mim? - Questionou a morena.

- Aguarde a sua vez. – Ele disse.

- Mas você terá alguma para mim quando acabar com ela?

- Pode ter certeza que sim.

Levemente retirou o seu punhal do bolso sem levantar suspeitas. Acariciou de leve o pescoço da linda mulher, foi descendo e descendo, deslizou suave as suas mãos sobre o mamilo que enrijecia a medida que ele o tocava. A mulher de olhos fechados arfava a cada toque recebido, uma breve encenação como de costume, mas Michael sabia que aquilo tudo não passava de um teatro. Dessa vez deslizou a faca suavemente perto do umbigo.

- Você realmente gosta de um jogo perigoso. – Disse a mulher.

- E como eu gosto.

A Faca deslizou por entre as coxas e subiu até a virilha, o movimento foi mais intenso e mais forte, a faca começava a cortar a carne branca que agora se tornava vermelha.

- Você está me machucando.

- Essa é a ideia.

Antes que a outra mulher pudesse se aproximar, Michael aplicou um corte certeiro que abriu a garganta de sua vitima.

A outra mulher permanecia em pânico, gritava ao fitar o corpo ensanguentado de sua companheira, pálido e sem vida, bem em sua frente.

Saiu correndo desesperada procurando pela saída, mas a porta foi fechada pelo mestre que disse:

- Você não vai a lugar nenhum.

Quando ela se virou lá estava ele a lhe observar.

- Chegou a sua vez docinho.

JH Ferreira
Enviado por JH Ferreira em 22/05/2016
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