O ajudante
Vigino fechava pasteis de carne que venderia nos portões das escolas durante os intervalos. Ao virar-se, uma pancada, escuridão. Damiao, jovem de 23 anos, segurava uma marreta de amassar carne, olhava para o senhor com um corte na cabeça. Era o ajudante de Vigino e sua mulher, esta havia saído, propiciando a execução de um plano arquitetado há meses. Calado, olhar fixo, pensamentos obscuros de um jovem perturbado.
- Está louco?- Perguntou Vigino ao abrir as pestanas ensanguentadas.
Damião tampou a boca do pasteleiro com guarda naipo e com a marreta começou a estraçalhar o joelho direito de Vigino. Parou, acendeu um cigarro, foi até a geladeira, encontro um litro de Uísque, voltou para a cozinha, encheu um copo, tomou-o de uma vez, tirou seu pó do bolso das largas calças e cheirou sentado enfrente a Vigino. Olhava-o fixamente, enquanto sua presa se retocava de dor, já não tinha sua perna direita, sem movimenta-la por causa dos esmago da marreta.
Tirou do bolso uma fotografia de uma década atrás, queria que seu patrão o visse e recorda-se, mas o sujeito não conseguia , estava desmaiando de dor. Damião, Cansado de perguntar, Injetou uma dose de heroína o que lhe fez ganhar sobre vida.
- Reconhece?- Perguntou Damião.
- Sim... É você! – Respondeu Vigino
- Não sou eu filho da puta do caralho! É do cachorro que eu estou te perguntando! Reconhece?
- Não me lembro.
- Logico que não se lembra? Vocês mataram tantos desses, matam animais de crianças carentes como se tomassem seus doces, só para fazer essas porcarias de pasteis.
- Desculpa- Disse Vigino ao abrir suas pupilas.
Damião queimou um de seus olhos com a piúba de sue segundo cigarro. Era noite de festa no bar da esquina, os sons abafavam os gemidos e o arrastado de coisas na casa do pasteleiro. Damião carregou-o para o porão. Na forca destinada aos cães roubados, Vigino estava ocupando o lugar dos irracionais, em volta de seu pescoço uma corda. Damião mijou em sua cabeça para desperta-lo, o levantou e viu se debater com sua única perna ainda em funcionamento, olhou até o ultimo suspiro do velho , depois amarrou a corda em uma barra e deixou-o dependurado.
Marta Vigino entrou na cozinha, Damião realizava seus afazeres.
-onde está Vigino? – Perguntou Martha
-foi receber um dinheiro na zona Sul, disse que voltaria em 50 minutos.
Martha abraçou-o por trás.
- Dá pra fazer muita coisa até ele voltar- Disse enquanto colocava a mão nas calças do ajudante.
Na cama transaram selvagemente, Damião mais feroz que nunca, segurava os cabelos de Martha e os arrancava, mordia seus lábios até sangra-los, já assustada ela queria parar, mas seu parceiro não. Após o gozo, o rapaz apertou o pescoço da fêmea, olhando seu desespero, o arranhava, mas seus esforços foram em vão.
Tomou banho, vestiu uma roupa limpa, pegou o dinheiro dos comedores de cachorro e saiu com sua mochila em direção a rodoviária.
Na primeira cidade, conseguiu um emprego de servente de obras. O lanche dos trabalhadores, pasteis, comia quando algo incomodou sua Arcádia dentaria, ao tirar, um pedaço de uma orelha humana, horrorizado, o jovem pulou de edifício.