Uma visita à noite

Sempre achei maravilhoso morar sozinho. Nunca me importei se a casa é pequena. Por ser apenas eu, não me sinto apertado. Por mim, eu viveria sozinho o resto da vida... Um pensamento que durou até à noite passada.

Ontem tive o desprazer de sentir a pior sensação de todas. Durante à noite, enquanto eu dormia, ouvi barulhos fora do quarto. Pareciam com estalos de madeira e às vezes com alguém esbarrando nos móveis. Mesmo que fosse perturbador, não dei importância.

A situação só piorou quando os sons se transferiram para dentro do quarto. Pude identificar passos em volta da cama. Era como se houvesse alguém de fato andando pelo cômodo. Mesmo de olhos abertos eu não avistei ninguém. Estava escuro demais para essa tarefa.

Foi difícil dormir, mas consegui. No final das contas eu não ia deixar esses acontecimentos me dominarem. Para mim é fácil não dar importância.

Acordei bem de manhã, com a luminosidade ainda baixa entrando pela janela. Eu estava de lado, com o rosto para a janela, quando abri os olhos. Tudo estava normal até que virei a cabeça para o pé da cama e vi um homem me olhando. Era alto e magro, cabelo escuro e curto. Seus olhos estavam bem abertos e fixados em mim. Será que estava ali desde à noite? Os barulhos do lado de fora e os passos no quarto provinham dele?

O homem só sumiu depois que me virei novamente e fechei os olhos contando os segundos.

Definitivamente, depois desse dia, não me sinto mais seguro em dormir sozinho. Não acho mais que morar só seja uma maravilha. Preciso da companhia de alguém. Talvez seja a hora de procurar uma namorada.

RENAN MOTTA
Enviado por RENAN MOTTA em 04/01/2017
Código do texto: T5872149
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