A corrente

A corrente

Estava escurecendo quando ela visitou o último cliente. O estabelecimento era uma lojinha pequena e escura. Por trás do balcão uma moça pequena e feia a observou com cara de poucos amigos. A representante não se intimidou e entregou os produtos que haviam sido pedidos por telefone. Minutos depois saia aliviada daquele ambiente sufocante. A garota estranha foi ate a porta e a observou descer a rua.

Ao chegar ao estacionamento a representante encontrou o carro com os pneus cortados. Desorientada procurou o responsável pelo local, mas não o encontrou. O lugar estava vazio. Decidiu pernoitar na cidade e pela manhã resolver o problema do carro. Descobriu, porém que naquela parte da cidade não havia hotéis, era preciso caminhar uma grande distancia para conseguir um. Determinada ela colocou a mochila nas costas e seguiu na direção indicada. Andara uma boa parte quando ouviu conversas e risadas. Eram três rapazes e uma moça. Perguntaram para onde ela estava indo e disseram estar indo para o mesmo lugar. Um dos rapazes trazia consigo uma corrente e a girava sem parar. A representante não gostou dos jovens e disse que preferia seguir sozinha. Nesse momento o que estava com a corrente falou algo baixinho no ouvido da moça do grupo e essa começou a gargalhar insanamente. A representante começou a se afastar depressa e ao passar por um bar gritou por socorro. Os ocupantes a olharam indiferentes. Ninguém ofereceu ajuda, alguns riram ao verem os jovens que a seguiam. Desesperada a garota começou a correr, mas foi atingida nas pernas pela corrente e caiu. Um dos integrantes do grupo tomou-lhe a mochila e começou a chutá-la impiedosamente. Após alguns instantes ela foi colocada de pé teve as mãos amarradas por um pedaço de tecido e foi obrigada a caminhar á frente enquanto apanhava com a corrente. O sangue escorria por um ferimento na cabeça e as costas latejavam por causa das chibatadas.

A representante estava quase desmaiando quando passaram enfrente á uma igreja. Reunindo suas últimas forças ela gritou por ajuda. As portas foram fechadas em resposta. Na casa vizinha uma luz se acendeu e um senhor apareceu com uma espingarda nas mãos. Com voz firme deu ordem para que soltassem a moça e ameaçou atirar. Debochadamente eles a desamarraram, e libertaram. O idoso então colocou a jovem no carro e a levou ao hospital próximo.

Já medicada a representante dormia sobre o efeito dos medicamentos quando a porta se abriu devagarzinho e os jovens malditos entraram. A corrente foi passada por seu pescoço e a morte chegou de forma dolorosa e precisa.