Sombra – Ato X
 
Capítulo 7
 
   Encontrar Carolyn havia se tornado uma missão para mim. A viagem até Nova York nos reservou surpresas indesejáveis.
-O que é isso? – Questionou Charlie após o ônibus parar em um cruzamento.
-Todas as luzes estão apagadas. – Observou Catherine.
-Quem são eles? – Évie apertou meu braço.
-Eles? – Perguntei antes de olhar pela janela e avistar uma dezena de sombras se aproximando.
   Estava chovendo, o que deixava, toda aquela situação ainda mais perturbadora, segurei as mãos de Évie e tentei acalmá-la. Catherine se levantou e caminhou devagar pelo corredor até a porta.
   Antes de poder fazer algo, Évie se tele transportou para fora do ônibus, todas as sombras a cercaram. Catherine desembarcou e correu até ela. Charlie se abaixou quando viu os olhos brilhantes de Évie.
   Tudo explodiu, os veículos foram arremessados a pelo menos cinco metros de distância dela, Catherine estava deitada contra o ônibus com alguns ferimentos nas costas. Caminhei até Évie, que estava de joelhos chorando.
-O que é isso? – Perguntou um dos homens que estava em um carro de passeio.
-Não é nada. Afaste-se, liguem para a emergência! – Gritei.
   Todos os passageiros do ônibus desembarcaram espantados. Charlie tentava conter os estranhos que tentavam se aproximar. Évie se levantou, e correu entre todos os carros parados.
-O que foi? – Perguntei ao segui-la.
-Ela está aqui. Posso sentir.
   Não demorou muito para que Évie parasse, logo a nossa frente estava uma garota com cabelos escuros e olhos castanhos. Ela correu até nós e logo abraçou Évie.
-O que está fazendo aqui? – Perguntou Carolyn.
-Bem, Derek e Charlie me encontraram na estação. Eles me levaram até seu grupo e estávamos seguindo para Nova York.
-Nova York?
-Sim.
-Em um grupo tão pequeno? Vocês só podem ser malucos.
   Nos reunimos em um café próximo da rodoviária, Catherine ouviu todas as informações que Carolyn poderia contar, ambas se sentaram a duas mesas de distância. Charlie demonstrava um certo censo de insegurança.
-O que houve? – Perguntei.
-Catherine. Creio que ela esperava que nossa visita a Nova York fosse como ir a um parque.
-Acredita mesmo em Carolyn?
-Você não? Olhe para os olhos dela, não há como ela estar mentindo. Sei reconhecer isto.
-Existem mais daquelas coisas? – Perguntou Évie.
-Milhões. – Respondeu Catherine ao se aproximar de nós. – O que precisa saber é que está segura, e talvez, seja a mais forte de nós. Então não há com o que se preocupar. – Suas palavras não soavam da maneira com que gostaria.
-Estamos aqui, Évie. Vamos protegê-la de tudo e de todos. – Respondi tentando corrigir a situação criada.
-Obrigada.
   Charlie me chamou para irmos até lá fora, Catherine assentiu e pediu para que cuidássemos do perímetro. Então, paramos na esquina a aproximadamente trinta metros do café.
-O que há de errado contigo? – Perguntei.
-Ela está estranha, posso sentir. – Claramente se referia a Catherine.
-Talvez seja uma das consequências de se tornar líder de um grupo. Tomar decisões.
-Não, você entende que Évie é algo que não compreendemos, não é?
-Não.
-Qual é, desde quando alguém como nós tem poderes como os dela? Lhe digo uma coisa, tenho quase certeza de que ela não é humana.
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 08/05/2017
Reeditado em 08/05/2017
Código do texto: T5993605
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