Luxuria

Parte 1- A mulher livre.

Almedina, mulher de meia idade, nunca casou, não tem uma vida turbulenta, tem emprego fixo, e dorme com quem quiser. Por levar esse estilo de vida, Almedina é constantemente filmada pelos olhos de vizinhos fuxiqueiros. Isso ela levava numa boa, sempre fora acostumada com gente falando mal dela. Porém uma noite ela saiu um pouco estressada do trabalho, da qual, ela todo dia tinha que sair ainda de madrugada de casa e chegava lá para as oito da noite, por conta do transito, que nesses horários, é cheio, por ser horário de pico. Ela logo mudou de humor, quando no ônibus conheceu um rapaz de boa aparência, alto, musculoso e moreno. Com cabelos longos e boca carnuda. Ela se derreteu na hora, e como nunca fora tímida, sempre fazia o que queria na hora que queria, ela tentou a sorte e foi em busca da sedução do tal rapaz. Ela também não era de se jogar fora, tinha o cabelo tingido de loiro e um belo corpo, sua face já não era mais tão encantadora como era quando tinha vinte anos, porém era madura e imprimia a confiança de uma mulher de personalidade forte. Fingindo um tropeço caiu em cima do moreno:

— Opa me desculpa, eu tropecei – disse ela fingindo arrependimento.

— Está legal senhora...

— Senhorita.

— Opa, foi mal, jamais imaginei que uma mulher tão bonita fosse solteira.

— É, e você, o que me diz?

— Solteiríssimo – disse escondendo o anel de compromisso no bolso sem Almedina perceber.

— Me chamo Almedina.

— Eu me chamo Tiago.

— Então Tiago, o que vai fazer hoje à noite?

— Estou sem ideia, me sugere alguma?

— Claro, varias, todas para fazer na minha casa.

— Gostei.

— Eu moro sozinha, a propósito.

Tiago vendo o olhar caliente de Almedina, logo viu que ia se dá muito bem naquela noite. Ela simplesmente disse:

— Eu desço na próxima parada, até mais querido, ou não – ela disse passando levemente a mão na sua coxa.

Tiago observou ela indo, e quando o motorista parou o ônibus, ele correu para descer também.

Chegando em casa aos beijos e risos no meio da rua com Tiago, logo saiu pela janela, a velha que todo mundo dizia ser macumbeira. Saiu rindo e dizendo:

— Essa casa é o antro do pecado, onde se viu uma mulher dessa idade nunca ter casado e se deitando com vários – disse rindo – O inferno te aguarda.

Almedina já puta da vida com tudo, explodiu:

— Olha aqui, minha senhora, vai cuidar da sua vida, a buceta é minha e eu dou pra quem quiser. Com certeza a senhora também tá precisando dá, para me deixar em paz, sua velha nojenta.

— Vai se arrepender do que disse – disse a velha com a risada macabra – vai se arrepender.

Os vizinhos que até então estavam dentro de casa saíram todos para fora com a barulheira, a procura de observar o barraco. Rapidamente começou a ouvir cochichos baixos, então Almedina gritou.

— Tão olhando o que bando de carniça, não tem nada que interessa a vocês aqui.

Tiago estava perplexo e sem entender o que era aquilo, Almedina rapidamente percebeu, então o chamou para entrar:

— Vamos entrar, não liga para essa gente não, eles gostam de encher meu saco.

Então eles entraram, e fizeram o que vieram para fazer ali. Depois Tiago se aprontou para ir embora, eram quase dez horas:

— Já vai? – Perguntou Almedina.

— Vou sim.

— Você pode ficar se quiser. – Ofereceu Almedina.

— Agradeço, mas tenho que ir, tem alguém me esperando em casa.

— Entendo.

Almedina logo entendeu o que aquilo significava, então quando Tiago saiu pela porta, se debruçou em sua cama, se cobrindo da cabeça aos pés com o seu lençol, como se estivesse boiando afogada, afogando toda a tristeza que sente em ser uma mulher de meia idade e ainda sozinha.

Parte 2 – A escrava da luxuria.

Todos achavam que a velha Alzira era uma macumbeira, devota de vários santos e que fazia mandinga, para acabar com quem mexesse com ela. Mal sabia eles que a verdade era bem pior, que macumba é um termo agradável para descrever o que ela fazia. Na realidade, a velha Alzira era uma feiticeira, praticante das artes da goetia, e fiel adepta de Asmodeus, a luxuria.

Ninguém tinha coragem de chegar perto de sua casa, com medo de macumba, porém se todos vissem o que havia ali dentro, com certeza mudariam de vizinhança. Havia desde pentagramas a quadros de entidades ocultas e um altar para rituais, sujo de sangue. Como adepta de Asmodeus, praticava luxuria para alimentar o seu senhor, as vezes passava o dia se masturbando, e ainda assim não matava o desejo, a fome de Asmodeus era enorme. Sempre na decima segunda lua, contado a partir da primeira lua nova, procurava um belo homem, para oferecer oferenda ao seu senhor, a luxuria. Naquele dia, em que discutiu com Almedina, Tiago caiu de bandeja para ela, como se o próprio Asmodeus era quem o tivesse mandado, então era o dever dela capiturá-lo, para este ser sacrificado. Desde que ele entrou com Almedina, ela estava à espreita esperando ele terminar o serviço com Almedina e sair. Já era quase dez, e nada dele sair, e quando já estava impaciente viu ele saindo em direção a parada de ônibus, "finalmente" suspirou, então deu inicio ao ataque para pegá-lo. Usando o colar da luxuria, um objeto dado pelo próprio Asmodeus, e que despertava nos outros a luxuria por quem o possuísse, ela saiu de casa. Tiago caminhando, nem percebeu o que o seguia entre as sombras, tão silenciosa quanto a morte, e por ventura também mortal. Quando Tiago chegou na parada, sentiu um frio na espinha, e fez ele virar para ver se tinha algo atras dele, porém não havia ninguém, olhou para um lado e para o outro, depois virou e assustadoramente na sua frente e lá estava ela, era uma linda mulher, a personificação do desejo sexual de Tiago, da qual ele não conseguiu lutar contra, foi direto ao seu encontro, e ela foi se afastando lentamente, enquanto ele a seguia hipnotizado, até chegar na porta da sua casa. Ela abriu a

porta e ele entrou como um cego seguindo em frente num precipício e quando ela fechou a porta, ele se entregou completamente aos seus instintos voluptuosos, agarrou ela com força e a imprensou contra a parede, levantando uma de suas pernas: acariciando, beijando sua boca e se enroscando nela. Agora já não tinha mais jeito, ele estava tomado pela luxuria, arrancou a calcinha dela, botou seu órgão para fora, e meteu com força, e estava metendo o mais forte que conseguisse, com toda sua paixão ardente, sem ligar em se machucar ou machucar a parceira, ronronava alto, e os barulhos vulgares da penetração estavam altos, e Alzira gemia como nunca e ria enquanto caia lagrimas prazerosas de seus olhos, e quando Tiago estava perto do gozo, ela entrou em êxtase e gozou primeiro, logo em seguida Tiago liberou todo seu liquido viril, como se tivesse passado vários dias estimulando sua libido. De tão intensa que foi a gozada, ele desmaiou, e Alzira caiu junto, e continuou pulando no seu pau semiduro, gritando várias palavras, “isso”, “vai”, “continua meu senhor Asmodeus”, até que se cansou, caiu no peito de Tiago e olhou sua face desmaiada:

— Eu sabia que você era a oferenda perfeita para meu senhor Asmodeus, nunca fui fodida tão forte, você possui o espirito da luxuria com você, perfeito.

Então, ela levantou com muito esforço, o enorme corpo musculoso de Tiago e o colocou no altar, o amarrando. Acariciando as partes de Tiago, e sua buceta molhada, disse com uma voz sufocada e trêmula:

— No sábado será o 14° dia de lua, faremos o ritual de invocação, minha luxuosa oferenda.

E novamente soltou seu gozo em fortes suspiros, e dessa vez estava cansada, como se a fome de Asmodeus tivesse se esvaído um pouco.

Parte 3 – Resistindo ao pecado.

Almedina acordou aquela manhã tristonha, por conta da noite passada. Começou a analisar suas ações, e imaginava que nunca ia encontrar ninguém, morreria solitária. Ela gostava do seu jeito livre, mas há sempre um momento em que todos querem sossego, e Almedina estava mais que passando desse momento. Então decidiu que a partir daquele dia ia se aquietar, e não mais ia atrás de fúteis casos de 20 minutos, ia esperar, que aparecesse aquilo que chamam de o amor da sua vida.

Como sempre, ela tinha acordado as quatro da manhã, fez seu café, merendou, pão com manteiga e uma xícara de café quente, com um aroma tão forte que despertaria até defunto. E foi para parada de ônibus. Entrando no ônibus, viu um rapaz muito bonito, tremeu de vontade de ir pedir seu número, para depois eles marcarem um encontro, porém lembrou que a partir daquele dia, não faria mais essas coisas. Ver um rapaz bonito e ir chaveca-lo era tão costumeiro no seu dia a dia que havia se tornado um habito, e hábitos antigos são difíceis, ser deixados de lado. Até falando normalmente com alguém, ela parecia está flertando, “tenho que deixar disso” pensou ela. Se auto analisando, percebeu ser presa aos seus desejos, e tinha que partir as correntes que prendiam-na.

Almedina era gerente de um sex shop, ganhava bem, dava para suprir suas necessidades e pagar as contas direitinho, todo mês, porém não tinha muito tempo para lazer. Embora tivesse uma vida sexual bem ativa,

mal saia para ir no cinema, festa ia uma vez ou outra e quase nunca viajava. Seus namoros até então, tinham sido muito curto. No passado tinha se apaixonado por um cara, foi o relacionamento mais longo que teve, ela pensava até em casamento, porém descobriu que ele a traia e deste dia em diante ficou desiludida com romances, e com aquilo que chamam de amor, mas no fundo não queria terminar sozinha. Encontrar pelo menos um homem bom para acabar com ela, essa era seu objetivo de relacionamento, mas não via bondade em nenhum dos homens com quem se deitava, e na noite passada Tiago tinha sido a gota d’agua, nunca havia tido nada com um homem comprometido, não ia mais fazer aquele tipo de coisa, estava cem por cento decidida.

O ônibus finalmente chegou na sua parada, nesse tempo todo, deu para ela repensar todas suas ações, e resistir ao desejo que estava bem na sua frente, em forma de um homem loiro e magro. Entrando na loja, e vendo aqueles objetos sexuais a sua volta, imaginou que não fazia bem a nova mudança que ela almejava, e depois de pensar bem, decidiu que ia pedir as contas. Depois do meio dia foi bater na porta da sala da dona da loja:

— Com licença chefa, eu posso entra? – Disse abrindo apenas metade da porta.

— Sim, entre Almedina.

Almedina entrou e se sentou na cadeira, bem à frente da mesa de sua chefe:

— Sabe o que é, eu vim pedir as contas – disse Almedina.

— Nossa, você Almedina? Parecia gostar tanto desse emprego – disse ela surpresa.

— E gosto, mas aconteceu umas coisas aí, eu decidi mudar.

— Entendo.

— Mas não vou te deixar na mão, ficarei até achar outra pessoa para pôr no meu lugar.

— Eu agradeço, vai ser difícil, pelo menos uma profissional como você, esse emprego é considerado imoral, e atrai apenas pessoas imorais, não sabe a sorte que tive em ter você como gerente dessa loja.

— Eu entendo, mas já tomei minha decisão. – Disse Almedina com firmeza.

— Então estamos entendidos.

Almedina se levantou da cadeira, e saiu da sala, “uffa! consegui, espero que tenha feito a escolha correta” pensou. E voltou para os seus afazeres, que consistia em checar embalagens, os números, valores, tudo organizado nos mínimos detalhes, além de botar ordem nas vendedoras e resolver casos de clientes insatisfeitos, era um trabalho bem puxado e cansativo, além de as vezes, ter que aguentar estresse dos clientes, mas Almedina gostava, era o jeito ideal para ela dá aquele “tapa na sociedade”, que na sua opinião, por mais moderna que estivessem as coisas, ainda impunha muito rigor nas mulheres, ou melhor, as mulheres ainda eram presas inconscientemente por doutrinações: A maioria ainda sonhava em casar, ter filhos e assim formar uma família, e não almejavam outra coisa acima disso. E Almedina queria fazer a diferença, no meio de todas essas doutrinações, claro, não queria morrer sozinha, mas se encontrasse alguém, não queria casar, apenas viver junto, não queria ter filhos, pois achava loucura botar mais uma criança nesse mundo doido. Então queria apenas adotar uma criança, achava muito mais vantajoso, pois ia cuidar de quem já estava no mundo, mas não tinha ninguém

para chamar de mãe, um ato nobre e caridoso. Contudo, não era fácil ser a única grega entre os troianos, com sua ideologia liberal, até as próprias mulheres a discriminavam, quando na verdade, muitas queriam ser iguais a ela, mas não tinham coragem.

Pouco mais das três da tarde, apareceu na loja um rapaz, estilo galã de cinema, apareciam muitos por lá, porém esse era diferente aos olhos de Almedina, esse provocou seu desejo sexual mais que os outros, ela não sabia como explicar, ele apenas tinha aquela coisa, e estava difícil resistir a isso. Ela viu ele falando com uma das vendedoras, parece que queria trocar um anel peniano defeituoso, Almedina foi lá tentar resolver:

— Olá em que posso ajudar? – Ela perguntou.

— Eu comprei isso aqui ontem, e não tá prestando. – Disse o rapaz mostrando o anel.

— Deixa eu ver – disse ela pegando o anel das mãos dele.

— É, realmente parece estar com problemas.

— Oh Melina, pega outro anel peniano para o rapaz – Melina é uma das vendedoras.

Almedina mal estava olhando para ele, parecia desconfortável, não somente ela, mas também as outras duas vendedoras estavam. Por azar de Almedina, que estava querendo mudar, ele percebeu, percebeu que todas ali estavam na dele, mas preferiu justamente, Almedina para flertar:

— Então, que horas você sai daqui? – Ele perguntou para Almedina.

— Eu?

— Sim.

— As sete.

— Poderíamos sair. – Sugeriu o Rapaz.

— Desculpa, mas não rola. – Falou Almedina, não muito firme, e as meninas olharam com cara feia para ela, como se dissessem “como ela pode? ”.

Ele olhou para ela também com essa mesma reação:

— Tem certeza? – Perguntou, com um sorriso malicioso e se exibindo, como se dissesse “olha o que tu tá perdendo” com todo o ego de um homem bonito feito ele.

— Não tenho, mas sempre fiz as coisas consciente e com certeza, e estou querendo mudar. – Falou ela.

— Tudo bem, você é quem sabe – disse.

Melina se aproximou lentamente com o anel peniano:

— Aqui está senhor – Disse tentando fingir que nada aconteceu ali.

Ele saiu da loja e parecia muito puto, talvez tenha sido o primeiro fora que levou de uma mulher, pois ninguém reagia a um fora daquela maneira. Depois disso Almedina respirou fundo, e viu o olhar das duas vendedoras, que imprimia cada um, respectivamente um “como conseguiu? ” E “porque você fez isso? ”, ela apenas ficou calada e entrou dentro de sua sala. Lá dentro imaginou “depois dessa, acho que eu consigo mudar, não me aparecendo tentações piores que essa”. E voltou a checar os produtos, com uma leveza e um sorriso na cara, que indicavam nenhum pingo de arrependimento.

Parte 4 – Asmodeus, a luxuria.

Alzira, nos últimos três dias, usava o corpo de Tiago para satisfazer a fome de seu mestre, e este ainda estava hipnotizado pelo o colar, só agia por instinto, não tinha um pingo de consciência, apenas luxúria. E assim foram-se três dias, até chegar no sábado de lua nova, o grande dia em que Asmodeus seria invocado. Naquele dia, de manhã ao acordar, ela tirou o colar da luxuria, e foi falar com Tiago:

— Acorda meu brinquedo luxuoso – disse ela.

Tiago acordou meio atordoado, e consciente dessa vez:

— Quem é você? Onde estou? – Perguntou.

— Você não se lembra, mas eu nunca me esquecerei dos últimos três dias – disse a velha com uma gargalhada.

Então Tiago viu que estava pelado, e sentiu um certo inchaço no seu pênis:

— O que você...O que você fez comigo – Perguntou ele nervoso.

— Tente lembrar.

Então aos poucos, a consciência de Tiago foi voltando, e se lembrou da noite com Almedina, e da parada de ônibus, e de uma bela mulher, aí deu um branco na sua memória. Novamente ele se lembrou da bela mulher, e sua imagem linda, do nada se tornou a imagem da velha bruxa que ele via a sua frente, então se lembrou de todas as noites de sexo frenético que teve com a velha, “meu deus” gritava e se debruçava, pensando no quão grotesco aquilo era para ele.

— Isso não aconteceu... foi um sonho – disse chorando

— Não, foi tudo real, sua alma já pertence ao meu mestre, você será minha oferenda.

— Não sua velha maluca, eu vou chamar a policia.

— Tente, estando preso aqui – disse gargalhando a velha.

Ela conjurou um encantamento e o rapaz do nada caiu no sono.

Enquanto Tiago dormia, ela foi preparar tudo para o ritual.

Era cinco da tarde quando ela terminou de desenhar o círculo magico, o triangulo e o selo. O círculo magico era constituído por um círculo menor dentro de um maior. Bem no centro do menor tinha um quadrado e ao redor do quadrado, coincidindo com cada vértice, hexagramas. Dentro do quadrado tinha o selo de Asmodeus, e entre as bordas do círculo menor e maior, uma serpente, preenchida por nomes em Hebraico. Fora do círculo, a poucos centímetros, tínhamos o triangulo, constituído por um círculo no centro, e outros nomes com estrutura concretas em Hebraico. Ao redor do círculo magico tínhamos pentagramas, e dentro de cada pentagrama, uma vela. Estava tudo preparado e na hora da invocação. Asmodeus era um dos poderosos reis do inferno, tinha um horário ideal para sua invocação, que era até o pôr do sol.

A velha colocou suas vestimentas, e pegou suas baquetas, acordou Tiago, e começou a recitar os encantamentos. Primeiro fez a Oração sobre as vestimentas, depois a Invocação Preliminar e por último a conjuração. Foi preciso recitar o encantamento três vezes, até sentir a manifestação. Então as velas começaram a soprar, madeiras velhas a ranger, objetos metálicos a se

bater, e Tiago estava gritando, morrendo de medo, porém muito curioso que do nada, seu pau endureceu. Então apareceu aquela figura sombria de três cabeças: um búfalo, a de um homem e um bode, soltando fogo pela boca. Aquele demônio era um dos reis do inferno, sua invocação atingiu a todo o quarteirão ao redor. Tamanha era sua presença, que por ali vivia um casal, que só estavam juntos só por estar, a muito não tocam um no outro, e do nada, começaram a se beijar como naquela primeira vez em que se conheceram, e a foder como animais. Por ali viviam também morando juntos dois amigos, eles eram héteros, ambos tinham namorada e nunca haviam tocado e nem pesando em tocar em outro homem daquela forma, porém o desejo carnal estava tão forte, e eles não sabiam de onde vinha isso, só queriam um buraco para meter o pênis. E o caso mais blasfemo, foi a dos dois irmãos que estavam sozinhos em casa, ambos eram muito unidos, nunca tinham pensado um no outro dessa forma, porem naquela noite, o mal preenchia aquele quarteirão fez a cabeça deles, os dois foram vitimas da luxuria. Aquele quarteirão estava parecendo sodoma e gomorra. Tudo que tinha penis, e buraco, estava encaixado: Pessoas na rua, pessoas e os animais de rua, buracos de prédios estavam sendo tampados, e galhos de plantas estavam tampando buracos.

Asmodeus olhou para Alzira esta mostrou logo o hexagrama de Shlomo, um artefato que faz com que o espirito não tome o seu invocador.

— Então, você é a magista que me invocou. – Disse o demônio – o que deseja?

— Meu grande mestre, trago-lhe essa humilde oferenda, e outra grande para lhe oferecer.

— Me dê, comece a expurgar sua alma para Asmodeus. – Disse o demônio baforento.

A velha foi em direção ao Tiago e este já estava hipnotizado de novo, desta vez não era um sexo comum, Asmodeus estava sugando a energia, e no momento do gozo de Tiago, esse virou os olhos desfalecidos, e fechou-os em seguida, dessa vez, sem vida.

— E a outra oferenda? – Perguntou o demônio.

— Essa eu quero que faça diferente.

— Como?

— Tome sua alma, quando ela ver seu pecado.

Alzira estava falando de Almedina, que mal sabia o quão grotesco era a criatura que viria atrás dela.

Parte 5 – O ônibus lotado de monstros.

Almedina teve um dia normal. Nesses últimos três dias, ainda estava se habituando a viver diferente da forma que vivia, havia muito empecilho, mas até agora, estava tudo indo bem. Estava aproveitando o tempo livre que sobrava em casa, fazendo algumas atividades relaxantes, e cada vez mais, via que viver daquela forma não era ruim, era até mais saudável, do que está quase toda noite com um homem diferente, num momento ínfimo de prazer. Aquela forma de viver, deixava era a vida toda, mais prazerosa e não só um momento, embora ainda fossem grandes os impulsos sexuais, mas nada que ela não pudesse controlar, até achar o tão bendito homem que ela queria.

Era muitas e muitas propostas de sexo que ela recebia, de ex-amantes e novos caras que tinham ouvido falar por aí que ela era fácil, mas Almedina rejeitou todas, e eles, claro, ficaram furiosos, xingavam ela de todo nome,

mas ela não estava ligando, estava tão bem que parecia mais jovem, e isso, só em três dias.

Dia de sábado, Almedina trabalha normalmente e sai as sete como de costume, e vai para a parada esperar o ônibus. Na parada, ela tirou um cochilo, e teve um sonho estranho. Havia um ser de três cabeças: Uma de um búfalo, a do meio de um homem e a terceira de um bode. Ela não sabia o que era aquilo, mas estava muito curiosa, e excitada, então começou a seguir ele em meio ao escuro. De repente ele sumiu, e logo em seguida todo o escuro a sua volta se moldou num luxuoso quarto de hotel, “o que é isso? ” Se perguntava Almedina. Ela escutou a maçaneta da porta girando, logo se preparou para a entrada da coisa grotesca, mas para sua surpresa, era Tiago que tinha entrado. Assustada, sem saber o que tava acontecendo, ela foi se afastando, até que chegou no limite do quarto e bateu numa comoda com espelho, Tiago se aproximou violento, virou ela de costa e a apoiou na cômoda, baixou as calças e começou a penetra-la. Ela nada conseguiu fazer para impedi-lo. Enquanto estava sendo penetrada e gemendo, fechou os olhos, e quando abriu viu o reflexo no espelho, da criatura que a penetrava e então, acordou num susto. “O que foi isso? “ Se perguntou, logo mais seu ônibus chegou e ela subiu.

Dentro do ônibus, ela sentou na cadeira reserva, que fica de lado. O ônibus estava vazio, só pessoas com suas respectivas caras de sono, ninguém suspeito, parecia ser tudo gente de paz. Com uns dez minutos de viagem ela começou a ver um branco, e sentir náuseas, baixou a cabeça por uns minutos com os olhos fechados. Quando levantou a cabeça, olhou para um rapaz forte e bonito, viu muito mais do que aquela pessoa em pé no ônibus, pode ver seu interior. Lá havia a lembrança dele com uma mulher, ela estava morta de bêbada, e ele estava levando ela para um lugar, e ela direto perguntando “ para onde você ta me levando? ” e ele disse “para sua casa, vou

cuidar de você”, ele levou ela para um lugar bem isolado, deixou-a no chão, e começou a penetra-la, quando ela começou a sentir o que ele estava fazendo com ela, ela começou a chutar e esmurrar ele, e ele segurou suas mãos com força, “você fica só fazendo joguinho neh, não querendo dá pra mim, você quer sim, olha como você tá gostando” disse ele enquanto a penetrava a força, e ela chorava e gemia, nem era de prazer e sim de dor. Almedina não entendia, aquele cara talvez não tinha dificuldade alguma de consegui mulher, então porque fazer aquilo? Ela mesmo não dispensaria ele, "o que ta acontecendo" se perguntou ela, ele era realmente um estuprador?. Ela ficou assustada, tirou os olhos dele e olhou dessa vez, para um senhor de setenta e poucos anos e viu ele num parque, observando uma menininha de 9 anos. Viu que ele passou uns oito dias em tocaia seguindo ela, e percebeu que a mãe dela deixava ela brincar sozinha no parque. Chegou de mansinho, deu um doce a ela, ela gostou, “tem mais lá na minha casa, vamos lá comigo? ” Perguntou o velho, “sim tio, o senhor é muito legal” disse a menininha. Almedina já sabendo no que ia dá aquilo, desviou o olhar e não quis mais ver. Dessa vez seu olha se encontrou com uma moça jovem e bonita. Na visão ela estava na companhia de um velho, esse velho parecia ter muito dinheiro, ela estava armando de rouba-lo. Essa moça sabia que o velho escondia o dinheiro num Iate, e o chamou para dá uma voltinha com ela, ele não questionou em aceitar. Lá enquanto transavam, ela pegou uma faca e tacou no seu pescoço, arrancou seu dedo mindinho e o levou para o cofre, cujo o acesso era biométrico, então conseguiu abrir e roubar o dinheiro. Depois de ver tudo isso Almedina surtou.

— O que está acontecendo comigo? – Gritou alto – motorista, para o ônibus, eu quero descer.

— Tá tudo bem moça? – Perguntou o senhor pedófilo.

— Se afasta de mim – gritou Almedina.

— Todos vocês se afastem de mim, seus monstros – disse apontando o dedo para o senhor, para o homem estuprador, e a mulher assassina.

O ônibus parou, e ela desceu trêmula.

— Valia que mulher louca – disse o homem estuprador, e os outros dois concordaram.

Foi uma reação muito normal, Almedina querer fugir daquele ônibus lotado de monstros, que se escondiam em aparências, não dava para ficar tranquila perto deles, sabendo de seus pecados.

Parte 6 – Rendição.

Atordoada e jogada em meio ao caos, vendo coisas, e não sabendo o que era real ou não, Almedina tentou ir o mais longe de onde tinha pessoas possível, pois estava vendo elas fazerem coisas ruins. Então se encontrou em um parque isolado, estava caminhando, indo o tão longe quanto seus pês conseguissem andar. Sem uma pessoa por perto no raio de quilômetros. Do nada Almedina começou a ver a imagem de um bode ao longe, e foi em sua direção para ver se ele era real, mas quanto mais ela se aproximava, parecia que a distância ainda não tinha diminuído, e ela andava cada vez mais rápido, para ver se chegava perto, e não chegava. Já tinha voltado para cidade seguindo o maldito bode. Já era madrugada, não tinha quase ninguém nas ruas. Por mais cansada que estivesse, continuava seguindo o bode, tinha que saber o que era aquilo, sua curiosidade, sua luxuria procurava aquilo, aquele maldito bode. Então ela era movida por essas forças, até que chegou o momento em que ela percebeu está se aproximando, dessa vez o bode estava parado, ela podia sentir isso então continuou com mais determinação sentindo se aproximar. Na carreira ela passou pelo sex shop, “pera, eu conheço esse lugar” ela pensou, então continuou, até chegar numa casa, onde bode estava parado, então ela correu em direção ao bode, e pulou em cima dele para pegá-lo, quando sentiu o que era, e tinha acordado do transe, ficou surpresa.

— Você – ela disse.

— A moça do sex shop o que faz aqui?

— Não, o que você faz aqui. – Perguntou assustada.

— Eu moro aqui. – Disse o rapaz, o que tinha aparecido no sex shop naquela vez – Meu nome é Paulo, porque você pulou em mim?

Ela não respondeu, do nada foi invadida por uma forte sensação de desejo, e tacou um beijo no rapaz.

— Eu sabia que aquilo na loja era só h – disse Paulo – vamos entrar.

Ele pegou ela pela mão e ela só o seguia, já não estava mais consciente, e então começou a beijá-la novamente, e ela agora parecia uma fera, pegou ele com uma força descomunal, da qual não tinha, jogou na cama e pulou em cima dele, arrancou suas calças e tirou as suas rapidamente, colocando o membro dele na sua buceta, e fodendo forte, pulando como se nada mais importasse, nada mais valia apena, só aquilo. Começou a apertar o pescoço de Paulo o sufocando, este tentou mais não conseguia se livrar, ela era muito forte. Depois de alguns minutos de loucura, ele gozou, seu suspiro no gozo fez tanta força com o diafragma, já que ele estava sendo sufocado, que quebrou uma de suas costelas, e esta furou

seu pulmão, e Almedina ainda estava inconsciente, pulando no pau dele semiduro, até que ela cansou, e ele faleceu por insuficiência respiratória. Almedina saiu de cima daquele corpo morto, recobrou a consciência e tomou um susto com aquele corpo morto na sua frente, "meu deus, o que é isso" era tudo que conseguia se perguntar naquela situação.

— Se acalma Almedina, isso só pode ser um sonho - murmurou.

Tentou acordar mas não conseguiu. Viu que no quarto tinha uma cômoda com espelho, semelhante a do seu sonho, então se aproximou, e viu seu reflexo, mas dessa vez, ela viu do lado a cabeça de Tiago e do outro a cabeça de Paulo, e no meio a sua. Limpou os olhos molhados de lagrimas, e olhou de novo, dessa vez seus olhos via, assim como no ônibus, pecados, e eram os seus. Sentiu como se seu corpo estivesse em chamas, começou a cair do teto em cima dela serpentes, se enrolando nela, e a picando, ela estava enlouquecendo, sua luxuria estava. De repente começou a sentir uma enorme falta de ar, e caiu no chão sem vida, morta por insuficiência cardíaca. Sua alma, não mais pertencia esse plano, nem ao céu ou inferno, mas sim ao ser cuja o nome e fome, nós humanos temos alimentado, Asmodeus, o demônio da luxuria.