O PÂNTANO
 
Y
   
   
    Passei os olhos alucinados pela cerca de arame farpado. Tiago havia tentado fugir, mas fora dilacerado pelas laminas. Seu corpo estava pendurado pelo metade na cerca. A coisa havia devorado toda parte inferior de seu corpo, pelo menos, os membros que conseguira alcançar. Ricardo e Cintia tinham fugido de minha vista e a carcaça de Larissa continuará próxima do lago. A coisa começara toda sua pele do corpo. Estou com medo de não conseguir fugir. A saída está lá, a cerca por onde viemos, mas sei que aquilo está à espreita. Após termos nos separados, não fiquei sozinho, penso que esconder-me debaixo destes arbustos não seja uma solução definitiva. Creio portanto que alguma hora serei descoberto. Ele arrancou minha mão enquanto fugia. Então, se não me acha primeiro morrerei pela hemorragia. O cheiro de sangue é enjoativo e quase nem consigo ficar acordado. Faz uns dois minutos que ouvi um grito. Não tenho certeza se foi de Cintia. Não consigo acreditar que tenha visto algo tão grotesco como aquela coisa. Pensei ser apenas uma sacola flutuando na água. Não devia ter posto a mão no lago. Aqueles olhos vermelhos, estão me seguindo até agora. Ele está perto, ouço o barulho, o estalo entre as arvores. Tem algo ali na frente. Estou vendo o braço de Ricardo. Ai meu deus. Não. Ele matou ele. Ele está comendo seu braço. Vou vomitar. Ops. Ele me ouviu. Ele me viu. Não consigo correr. Ah!!!
Vinícius N Neto
Enviado por Vinícius N Neto em 17/01/2018
Reeditado em 17/01/2018
Código do texto: T6228311
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.