CASTELO DE CARTAS
 


   Tirei o revolver do coldre, impaciente e temeroso. Ansiei em atirar, mas não tive coragem o suficiente, então recuei. Bruna correu na minha direção segurando a faca, estava atordoada e não dava sinais de lucidez. Tendo conseguido me alcançar, rolamos no chão, disputando a faca e o revolver. Tentei gritar do meio da rua, mas as 03h00 horas da madrugada ninguém se atreveria a sair de casa. Enquanto disputávamos nossas armas, Bruna deixou a faca escapar de seus dedos e então segurou o gatilho do revolver. Ela estava tão diferente, não parecia mais minha esposa, não com aquela força sobre-humana. Ela virou o cano da arma para mim e apertou o gatilho, o som estridente deixou-me surdo no minuto que a bala estourou na minha barriga, cai de costas no chão. Bruna se levantou com a arma, apontando-a para mim, enquanto via-me morrer. Senti algo na minha coluna, a faca estava sobre meu ombro. Quando ela se aproximou, peguei a faca com a mão direita e ligeiramente a acetei no calcanhar, num golpe circular rápido. Bruna caiu de joelhos e consegui tirar-lhe a arma. Estava sangrando muito e percebi que logo perderia a consciência. Eu sabia que Bruna não cederia, então atirei...

   Chame-me de burro, otário, trouxa, não me importo, afinal o erro foi meu. Não devia ter aceitado o convite ao clube do castelo de cartas, tenho certeza que havia algo na bebida, Bruna foi a única que tomou o especial da casa, aquele liquido verde florescente. Tenho tentado encontrar o clube novamente, mas eles despareceram, procurei em sites e até na polícia, mas ninguém sabia do que estava falando, parecia que o castelo de cartas fora apenas um pesadelo, mas como poderia se o cadáver dela está na minha garagem.
Vinícius N Neto
Enviado por Vinícius N Neto em 27/01/2018
Reeditado em 27/01/2018
Código do texto: T6237577
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