A MARCA DO ANTI-HERÓI
Meus olhos a perseguiram pela calçada e não consegui desviar o olhar quando me notou. Pensei que viraria o rosto, mas continuou me olhando, atentamente, enquanto andava distraída, seus olhos vidraram-se nos meus e então, soltou sorriu, como se me chamasse. Não notei, nem mesmo ela, nem as pessoas ao redor mas havia um caminhão vindo, a roda desconectou, girou meio metro e avançou contra o ponto de ônibus lotado, acertado duas pessoas que estavam sentadas. Ouve tumulto, as pessoas começaram a gritar atordoadas. Raquel surgiu no chão, sendo esmaga pela multidão descontrolava que a pisoteava. O caminhão tombou do lado do motorista. Houve a princípio um estrondo forte, então tudo prosseguiu em câmera lenta.
O caminhão aproximava-se, raspando no asfalto, indo na direção de Raquel. As pessoas que estavam no caminho eram esmagadas. Corri na direção de Raquel, estupefato, meus braços contraiam-se, somei então mais força aos pés, tomando mais impulso até que finalmente cheguei aonde estava caída. A perna de Raquel estava presa abaixo da roda do caminhão. Ela gritava suplicando que a tirasse dali. Não tinha como levantar duzentos quilos de borracha, e se permanecesse mais cinco segundos ali seria esmagado também, então, deixei-a e fugi, pulando para fora do alcance do impacto.
O Caminhão girou na pista num ângulo de 90º graus, e então acertou o ponto de ônibus. O momento do impacto, houve uma explosão, estava próximo e um estilhaço metálico perfurou meu braço. Joguei-me no chão, e fiquei agachado até que não ouvisse mais nada. A fumaça cobria-me, meus olhos envoltos sombras escuras dançavam procurando a luz. Então, minutos depois alguém apareceu e puxou-me para fora da fumaça.
Temo que isso esteja se repetindo, afinal, já é a vigésima vez que aquele caminhão explode.
O caminhão aproximava-se, raspando no asfalto, indo na direção de Raquel. As pessoas que estavam no caminho eram esmagadas. Corri na direção de Raquel, estupefato, meus braços contraiam-se, somei então mais força aos pés, tomando mais impulso até que finalmente cheguei aonde estava caída. A perna de Raquel estava presa abaixo da roda do caminhão. Ela gritava suplicando que a tirasse dali. Não tinha como levantar duzentos quilos de borracha, e se permanecesse mais cinco segundos ali seria esmagado também, então, deixei-a e fugi, pulando para fora do alcance do impacto.
O Caminhão girou na pista num ângulo de 90º graus, e então acertou o ponto de ônibus. O momento do impacto, houve uma explosão, estava próximo e um estilhaço metálico perfurou meu braço. Joguei-me no chão, e fiquei agachado até que não ouvisse mais nada. A fumaça cobria-me, meus olhos envoltos sombras escuras dançavam procurando a luz. Então, minutos depois alguém apareceu e puxou-me para fora da fumaça.
Temo que isso esteja se repetindo, afinal, já é a vigésima vez que aquele caminhão explode.