O ÚNICO CRIME QUE PODEMOS SAIR LIVRES
 


— Está dizendo que não fez nada. Certo. Temos cinco testemunhas que colocam você na cena do crime, espancando a vítima até sua morte...
— Eles não sabem porra nenhuma.
— Opa, então você os conhece.
— Eles fazem parte de uma gangue.
— Ah, agora estamos começando. Diga Denis, que merda fez com o garoto.
— Não tinha intenção.
— Mas matou ele.
— Não, não... não foi minha culpa.
— Para Denis, o cara era um mendigo, quem melhor para dar uma surra, descontar aquele ódio juvenil.
— Ele veio para cima de mim, não queria briga.
— Certo, certo, você estava no local, bateu nele, agora só preciso do motivo. Se foi por ódio ou simplesmente porque era um mendigo.
— Não queria que ele morresse.
— Mas um de seus amigos, nome dele estar aqui... é Gustavo, ele disse que você disse diversas vezes frases como — Eu ódio mendigos. — Mendigos não precisam viver. — Vamos acabar com essa raça maldita.
Denis começou a chorar.
­— Não faça isso Denis, não era o machão.
— Já disse que não quis fazer aquilo.
— Mas você fez. Ficou excitado por acaso. Por isso pediu para os outros mijarem nele depois que ele morreu.
— Não sei o que pensou, talvez — Eu não vou ser pego —, sabe, tenho nojo de você. Achando que pode ser melhor que qualquer outro. Você é um merda.
— Não pode me tratar assim.
— Não, verdade, eu não posso, mas sei quem pode...
Mario levou Denis até o subsolo, e durante o caminho não disse uma só palavra. Havia uma espécie de jaula em uma das salas. Ele soltou as algemas dele e empurrou-o para dentro da jaula.
— O que está fazendo?
Mario puxou uma cadeira que havia próxima dali e ficou sentado a frente da jaula observando atenciosamente.
— Ei, não pode fazer isso comigo.
— Eu não... mas ele pode.
Denis se virou, a princípio não tinha notado, mas havia mais alguma coisa dentro da jaula com ele. Quatro dedos longos cruzaram seu pescoço, em seguida um rosto deformado apareceu, puxando-o para dentro do escuro. Denis começou a gritar, em seguida pode-se ouvir o som nítido de carne sendo rasgada e estalos contínuos de ossos se quebrando. A mão de Denis tentava puxar a barra de aço da jaula, mas logo perdeu força, e soltou caindo no chão.
— Tem mais cinco...
— Pode trazer. — Gritou uma voz aguda e rouca dentro do escuro.
Mario levantou-se, guardou a cadeira e saiu assoviando pelo corredor.
 
 
 
 
 
Vinícius N Neto
Enviado por Vinícius N Neto em 09/08/2018
Reeditado em 10/08/2018
Código do texto: T6414626
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