COMA PACIENTE ZERO- fim

O dia amanheceu,vamos no refeitório comer,disse Gerard.

No final do corredor havia uma cozinha e uma sala com mesas servidas com frutas e verduras,uma tigela de mingau de aveia. Alguns pacientes lambuzados comiam com as mãos e não havia talheres. Um homem possante observava os pacientes comerem.

-Quantas pessoas vivem aqui,perguntou ela.

No início eram quarenta,agora deve ser vinte e cinco. O hospital tem um pomar de frutas onde o jardineiro proíbe a entrada e anda armado com uma pistola de água,ele afirma que é ácido sulfúrico.Todos tem medo dele.

Se olharem muito pra voce,finja que está endemoniada,eu continuarei com a farsa do exorcismo.

Mesmo se conseguirmos roubar as chaves de uma ambulancia,o dr.Brow deve ter tirado a gasolina.A bateria pode estar vazia,estão paradas há muito tempo.

-Eu tenho um plano,num dos seus armários na sua sala existem anestésicos.Vamos aplicar nele uma injeção de narcose forte.

Voce tenta distrair ele,o resto deixe comigo.

Os dois foram para o outro andar esperar por dr.Brow. Quando ele saíu de sua sala,Gerard o padre se aproximou dele:-Dr. o senhor deve comparecer na capela para a unção de óleo consagrado,Deus me pediu que fizesse isso com todos para ajudar na recuperação das doenças que o diabo nos manda atacar.

Karen já dentro da sala carregou a seringa com anestésico. Ela chegou por trás dele enfiou a agulha na sua jugular. Ele se virou para ela supreso e ela enfiou uma fronha dum travesseiro na sua cabeça.Ficando sem oxigenio ele tombou ao chão. Ela retirou as chaves do seu bolso.

-Vamos trancar ele num quarto,em cima duma cama. Os outros pensarão que ele está dormindo. Ela escreveu numa folha de papel: Não perturbe e pendurou na porta. Os dois se afastaram do lugar em direção a uma especie de ala onde estavam duas ambulancias cobertas com roupas sujas.

Gerad girou as chaves,o carro deu sinal de vida e ele pisou no acelerador,rebentando a parede de tijolos e amassando a lataria da ambulancia. Eles passaram pelo pomar de frutas a toda velocidade espatifando os canteiros de verduras enquanto o jardineiro os destratava de loucos,terroristas e mais.

Gerard desceu por uma ruela estreita e eles deíxaram o lugar.

-Nós estamos livres, conseguimos!

Após vinte quilometros havia a placa de uma cidade.Os dois procuraram um distrito policial. Após escutar a sua estória um dos policiais foi procurar na internet e achou algo interessante:-Aqui conta que um ano atrás morreu o pai Herbert e seu filho Jean de 16 anos num acidente.Sua esposa foi levada para uma clínica com ferimentos internos e colocada em coma induzida. Algumas semanas depois o lugar foi danificado por um vendaval. O teto desabou,na correria alguns pacientes fugiram,alguns continuam desaparecidos.Os pacientes foram transferidos para outros lugares.Creio que a senhora é uma deles.

-Eu não me lembro de acidente nenhum,há fotos deles?

O policial buscou pelas páginas e mostrou no monitor:-Veja aqui está sua foto ao lado do seu filho e do seu marido num jornal da época.

Ao ver aqueles rostos Karen viu como num filme sua vida passar na sua frente.

-Jean und Herbert estão mortos! Eu me lembro de tudo agora.A cidade que eu morava se chama Brindell,rua Constant 1523. Minha sogra Martha morava conosco. Ela ainda deve estar morando na casa.

Iremos dar uma busca nesse manicomio,parece ser uma bando de fugitivos duma psiquiatria,não acharemos nada de bom por lá,isso é óbvio.

Aliviados Karen e Gerard,abasteceram a ambulancia num posto de gasolina e pegaram a estrada rumo a cidade de Brindell.Karen não via a hora de voltar para seu lar e terminar com aquele pesadelo todo.

De repente o motor começou a falhar exalando um cheiro estranho,segundos depois a ambulancia explodiu numa labareda de fogo.

Os dois foram carbonizados no lugar.

Dr. Brow sabia o que fazia,ele era louco mas não burro.Ele havia colocado uma bomba bem escondida entre as peças da máquina.

A policia revistou o velho hospital arruinado mas nunca foi encontrado ninguém e nenhuma pista de nada que comprovasse a estória daqueles dois. Talvez os loucos fossem eles mesmos e tivessem apenas inventado tudo aquilo. O caso foi arquivado sem solução.

FIM

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 03/03/2020
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