ESKELETON

Lá na Calunga

no manto das sombras

vagando entre as tumbas

choramingava uma dama

vestida de noiva

Arrastando o vestido

pelas traças corcomido

perseguida pelos insetos

pelo cheiro fétido

do corpo esquelético

O buque de flores

banhado de sangue

ressecado,desbotado

o véu rasgado

em farrapos desfiado

Eterna espera

espírito das trevas

morrida de amores

pelas mãos infames

do próprio homem

Até que um dia

o cortejo trazia

o esperado defunto

trajado de luto

socaram no sepulcro

A alma penada

partiu pro nada

deixando como herança

num ato de vingança

na lápide sua aliança

Os esqueletos dos mortos

dançavam em torno

sacodindo os ossos

do novo herdeiro

da morte,o ceifeiro.

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 31/07/2020
Reeditado em 31/07/2020
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