ESKELETON
Lá na Calunga
no manto das sombras
vagando entre as tumbas
choramingava uma dama
vestida de noiva
Arrastando o vestido
pelas traças corcomido
perseguida pelos insetos
pelo cheiro fétido
do corpo esquelético
O buque de flores
banhado de sangue
ressecado,desbotado
o véu rasgado
em farrapos desfiado
Eterna espera
espírito das trevas
morrida de amores
pelas mãos infames
do próprio homem
Até que um dia
o cortejo trazia
o esperado defunto
trajado de luto
socaram no sepulcro
A alma penada
partiu pro nada
deixando como herança
num ato de vingança
na lápide sua aliança
Os esqueletos dos mortos
dançavam em torno
sacodindo os ossos
do novo herdeiro
da morte,o ceifeiro.