LUPUS HOMINIS- 1

Karen era bio química e trabalhava no laboratório duma pequena fábrica

de cosméticos e perfumes. Filha única de pequenos agricultores idosos e já falecidos, havia vendido as terras para um vizinho e se comprado um apartamento na cidade onde vivia.

Ela tinha três semanas de férias e decidiu viajar. Fez uma reserva num chalé rustical perto das montanhas, numa vila de nome Rosenthale. Naquela época fazia frio e haviam poucos turistas no lugar, ideal para se descansar.

Com as malas no carro ela deixou cedo a cidade, seriam seis horas de viagem até Rosenthale. Três horas depois foi obrigada a parar. Na auto estrada havia uma fila de carros. Um transporte de leite estava tombado, os bombeiros e a polícia no local. Aquilo iria atrasar sua chegada nas montanhas, decidiu voltar e pegar outra estrada adjacente.

Depois de dirigir por uma hora, avistou finalmente uma placa com o nome Rosendhale. Rodando por uma estrada cada vez mais estreita sendo cercada de árvores, chegou num vilarejo.

O lugar era muito diferente do mostrado nas fotos da internet.

Um povoado abandonado, casarões de madeira desabitados, ruelas de chão batido e poeira. Corvos ciscavam nos telhados danificados.

Ela havia sido enganada por um charlatão e pagado adiantado.

Furiosa, abriu a bolsa e olhou a nota onde tinha feito as reservas.

O lugar se chamava Rosenthale, com a letra T. Onde ela estava o nome era Rosendhale com D. Os nomes eram parecidos, havia confundido e ido parar no lugar errado. O pior é que estava anoitecendo e ameaçando chuva. Ela ligou para o hotelário dos chalés, mas o celular mostrava não ter conexão.

Era melhor dormir, esperar a chuva passar, descansar até o dia amanhecer para depois seguir de viagem.

Ela deitou-se no banco, se enrolou num cobertor e adormeceu.

Algum tempo depois acordou com um ganido agudo. Quatro lobos enormes rondavam seu auto rosnando.

Lobos vivem numa alcatéia, logo estariam muitos deles ali. Um grande lobo negro continuava a uivar chamando os outros.

Vilarejos desabitados, cercados por bosques é o lugar ideal para essa espécie de animais.

Um deles subiu em cima do carpot do auto e a encarava atentamente pelo vidro, pronto para atacar.

Ela não tinha arma nenhuma para se defender, iria servir de refeição para aquelas feras.

Karen fechou os olhos e rezou sua última prece.

No final da rua lamacenta se movimentou uma sombra, devia ser o ceifeiro vindo buscar sua alma...

* Segue no próximo capítulo

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 30/09/2020
Reeditado em 27/01/2021
Código do texto: T7075977
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