LUPUS HOMINIS- 4

Karen tentava aparentar uma calma que não sentia diante da atitude dele.

- Jean, voce não é um veterinário, também nunca deixou esse vilarejo. Voce é filho do genético Karl Stakemayer. Conte-me o que aconteceu aqui, na verdade.

- Meu pai mudou-se para cá com sua esposa. Éramos mantidos aqui como prisioneiros, as cobaias de seus experimentos macabros. Ele fabricou um soro de nome Lupus 45 e costumava injetar doses alternadas em minha mãe. Depois que eu nasci, passou a aplicar em mim também.

O maldito exagerou na dose e minha mãe morreu. Eu jurei que iria me vingar dele um dia. Ele morreu sem saber que seu soro havia funcionado em mim. Quando eu tinha dez anos, passei a sofrer uma mutação, mas escondia isso dele. De noite eu fugia pela janela do meu quarto e ia me juntar com os lobos no matagal. O desgraçado me tornou uma espécie de Lupus-Wendigo. Não se perde o raciocínio humano mas se adquire instintos e comportamento dum lobo.

Eu prendi meu pai no quarto junto com o corpo de minha mãe morta, para ele reconhecer o que havia feito. Ele nunca se arrependeu de nada.

Uma noite retornei do matagal e o matei, e mataria outra vez.

- Jean, seu pai fez uma coisa horrível, voce era apenas um bebê inocente, ele era um fanático e um assassino. Se eu estivesse no seu lugar, iria matá-lo e esquartejar, depois jogar para os abutres comerem.

Seu pai nunca conseguiu criar um antídoto para regredir a metamorfose?

- Aquele maldito nunca tentou nos ajudar, apenas destruír.

Ele preparou uma seringa com um soro escuro e injetou na veia do braço dela.

- Em poucos dias, voce também será uma lupinus como nós. É preciso diversas doses ainda para se obter os resultados.

Jean abriu uma porta para outra peça. Lá havia uma grande jaula com barras de ferro.

Ele empurrou Karen para dentro, trancou a porta e saíu levando a chave.

No porão escuro, Karen pensava numa maneira de fugir, mas não encontrava nenhuma saída para aquela situação louca.

Ela tentava se convencer que tudo era um pesadelo e logo iria acordar.

Mas os uivos dos lobos lá fora, provavam o contrário...

* Segue no próximo capítulo