BORDEL MACABRO-fim

Adam olhava a agenda com os horários reservados pelos clientes onde estava escrito: Sala 5-Zoraya, sala 7-Abigail, sala 9-Brenda e outros nomes femininos.

- Grace quem são essas mulheres, voce contratou funcionárias?

- São minhas pombinhas, elas estão descansando nos seus aposentos. Amanhã teremos muitos clientes novos para atender.

Adam subiu as escadas e vasculhou todas as peças mas não havia ninguém. Ele parou no alto da escada ao ouvir Grace falar com alguém.

- Garry voce quer regularizar os documentos para reabrir o cassino de jogos? Voce não passa dum vigarista, já esqueceu o que aconteceu por causa dos seus roubos?

Adam observava que Grace falava sózinha, ignorando sua presença.

Ela vestiu sua roupa de domina e foi para uma das salas atender um dos seus fregueses.

Adam foi atrás dela e abriu a porta. Grace andava com sapatos de salto alto e finos sobre o corpo dum homem desnudo, deixando marcas doloridas, e ele parecia gostar.

Grace virou-se para ele: - Hei seu voyeur tesudo, aguarde sua vez!

Adam percebeu que ela agia como se estivesse transtornada. Aquela mulher não podia ser sua esposa Grace.

Das outras salas vinham vozes e risos de clientes homens, que se divertiam com prostitutas que apenas eles podiam ver.

Adam saíu para fora, entrou no carro e parou em frente uma pensão, no centro da cidade. Depois de alugar um quarto, ligou o Note Book para

buscar informações sobre o casarão. Havia o registro duma notícia antiga do lugar. No bordel de luxo, funcionava também um cassino de jogos.

Um cliente depois de ter perdido uma fortuna, descobriu que seu parceiro Garry, usava cartas falsas. Ele sacou uma arma e atirou em todos que se encontravam no recinto. O ladrão Garry e mais trinta pessoas, homens e prostitutas foram mortos. Depois o cliente se suicidou também.

A esposa do autor da chacina, ficou na miséria. Ela era uma xamã e jurou vingar a morte do marido. A mulher fez um ritual de magia negra, riscou um círculo com sal e cinzas, pó de ossos de animais e terra de cemitério ao redor do casarão, prendendo assim todas as almas dos mortos para sempre naquele lugar.

Impelido por uma força estranha, Adam carregou o cartucho da sua pistola e retornou ao casarão.

Grace o recebeu com um sorriso: - Voce sentiu saudades de sua Luzinda

baby? Estamos todas aqui ainda, como nos velhos tempos.

Adam atirou na sua cabeça e ela caíu morta.

Outros clientes vieram correndo atraídos pelos tiros. Minutos depois havia vinte mortos no chão, um deles era Adam. Ele havia se suicidado.

Uma hora depois a polícia e a funerária retiravam os cadáveres do lugar.

Os vizinhos assistiam a cena comentando:

- A chacina se repetiu outra vez. Grace e Adam não quiseram escutar, esse lugar é amaldiçoado, agora suas almas também estão presas eternamente junto com as outras no casarão.

Tarde da noite, se ouvia som de música, ecos de risadas, lamentos, queixas, estralos, e muitos vultos de espectros vagando pela sinistra vila maldita. No bordel macabro brilhava ainda uma placa luminosa com o nome 'CARÍCIA', assombrando a rua adormecida.

FIM

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