Verde Vivo - CLTS 13

Tudo o que eu sabia sobre a simpática casa em que deveria me hospedar pelos próximos dias era que ela havia sido construída com uma técnica sofisticada na qual foram usadas grandes estruturas pré-moldadas, todas elas transportadas de balsa através do rio Paraguai e montadas em uma baía permanente, não muito longe do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense.

Para ser sincera, nada ali me indicava os eventos que se sucederiam após a minha chegada. Parecia ser, na verdade, o melhor trabalho que eu já tivera durante minha curta carreira de modelo, desde o segundo lugar no concurso de Miss Mato Grosso.

A construtora responsável queria se firmar como vanguardista no mercado lançando uma casa ecológica, chamada Lar Sustentável, cem por cento abastecida por energias renováveis e cujo material do qual era constituída era feito de uma fibra sintética altamente resistente à umidade, o que lhe permitia ser colocada no meio do pantanal, suspensa sobre as águas como uma palafita.

A empolgação de ser o rosto que iria estampar a campanha de divulgação de um projeto tão bacana e inovador talvez tenha me deixado cega, impedindo-me de ver de imediato qualquer problema no playboyzinho que encontrei tirando foto de si mesmo no meio da sala quando cheguei e abri a porta, ouvindo o barco do meu guia regressando para a fazenda de onde partimos.

Cléber Courtz, fotógrafo e também filho do fundador e diretor da construtora Courtz & Silva, deixou de fazer caras e bocas para o celular um instante e fez o favor de olhar para a modelo plantada como uma palmeira no canto do cômodo.

– Deve estar cansada, não é, querida...?

– Janaína, por favor – falei.

– Então, Janaína, pode deixar suas coisas no quarto e descansar um pouco. Daqui a pouco começaremos.

Sem ter como me perder em uma casa tão pequena, arrastei a mala até a porta mais próxima, a língua coçando para comentar alguma coisa sobre o peso da bagagem. Por estar muito ocupado admirando os próprios bíceps, meu companheiro não pode me ajudar, mas, ao ver o belo quarto com uma vista fascinante emoldurada pela janela, preferi não ficar chateada e focar no trabalho.

Horas depois, almoçamos na mesinha redonda que podia girar, dobrar e aumentar de tamanho. Ela era como a maioria dos móveis ali, cujo design arrojado permitia que se transformassem e tivessem mais de uma utilidade, dobrando e desdobrando, fazendo-me pensar, às vezes, que estava em uma casa de brinquedo.

O trabalho, por outro lado, não era nada fora do comum. Como tinha viajado adiantadamente, combinamos que eu faria algumas fotos adicionais somente com o fotógrafo, antes da chegada da equipe do estúdio. Começamos no interior; com o sol ameno, coloquei um belo maiô e posei no deque que se projetava sobre a baía, apoiando-me no guarda-corpo de madeira e encarando o tapete de aguapés que chegava até perto de onde estávamos.

– Maravilha! – Cléber se aproximou com a câmera profissional, aparentemente convencido, pelo menos por enquanto, de quem realmente devia ser o alvo das lentes. Tirou uma última foto minha tendo como pano de fundo a paisagem pantaneira e deu aquela sessão por encerrada. Quando apoiou o pé direito no espaço entre as tábuas do guarda-corpo, reparei melhor nas botas de couro que usava.

– Gostou? – Ele percebeu minha atenção. – É couro de jacaré.

– Autêntico?

– Eu tenho cara de quem compra coisa falsa? Super-real. Comprei no Amazonas mês passado e estou inaugurando hoje. Achei que tinha a ver, sabe? Combina com o ambiente em que estamos.

Fiquei um tanto desconcertada e me contive para não jogar na cara dele que não, não tinha nada a ver. O projeto em que trabalhávamos celebrava a comunhão com a natureza. Era um chamado à preservação, não uma apologia ao uso de animais como peças do vestuário.

– Não há perigo de uma, digamos assim, má interpretação? – indaguei com cuidado. A questão era pertinente, visto que o fotógrafo aparentemente queria aparecer mais que o objeto central da campanha. – Algumas pessoas podem se incomodar com o couro de animal.

Cléber fez uma expressão de desdém.

– Bobagem. E, se quer saber, o jacaré que estou vestindo mereceu morrer. Era enorme e particularmente difícil de matar. Estava aterrorizando uma comunidade ribeirinha do Amazonas até que deram cabo dele com ajuda de uma espécie de curandeiro da região. Quem me contou isso foi o artesão de Santarém que me vendeu.

– E você acreditou?

– Por que não? Aliás, talvez possamos colocar essa história em algum lugar. Nem que seja em uma nota de rodapé na revista. Não gostou da ideia?

– Envie para o pessoal do marketing. Quem sabe não aceitam? – falei, tentando não me estender no assunto, embora o assunto me perseguisse.

No dia seguinte, logo cedo, encontrei Cléber todo paramentado para uma excursão, as botas de couro de jacaré ainda nos pés dele, como se fossem indispensáveis para uma caminhada no mato.

Após me arrumar para mais uma sessão, saímos com o barco motorizado, nosso único meio de acesso ao Lar Sustentável, e navegamos pelo pantanal em plena temporada de cheias – um tanto perigoso, pensava comigo, mas com um visual muito bonito.

– Por que aceitou esse trabalho, Cléber? – perguntei, enquanto procurávamos um lugar seco. – Com o pai que tem, poderia estar em qualquer parte do mundo agora.

– Está brincando? Olha esse visual ao nosso redor! Além do mais, essa casa é uma aposta valiosa da construtora, e preciso estar por dentro dos negócios da família. – Ele piscou para mim.

Ignorei o gesto e desci do barco em um pedaço de terra ilhado, com poucas e esparsas árvores, o que permitia uma bela visão do horizonte e do voo das aves.

Estávamos indo muito bem, até que ele praticamente jogou a câmera em minhas mãos. Pensei, por um instante, que ele queria que eu visse as fotos, mas a intenção era outra.

– Tire umas fotos minhas

– Suas? – Eu o encarei. – É modelo também?

– Não. É só para minhas redes sociais.

Respirei fundo e o fotografei fingindo não estar torcendo para ele afundar os pés em algum lugar e perder os calçados – afinal, precisava me lembrar de quem ele era filho antes de recusar um favor, ainda mais um simples.

Pelo menos, não demorou muito. O tempo começou a fechar, e Cléber achou que a iluminação que tínhamos ao ar livre não o estava favorecendo. Na volta para casa, ele me fez pilotar o barco enquanto se concentrava em fotografar o ambiente sob as primeiras gotas de chuva. Nas palavras dele, havia “conceito” em mostrar o pantanal mais “selvagem”, com nuvens pesadas e ventos fortes.

Logo que atracamos e entramos, o temporal se formou completamente.

– Devíamos tirar uma foto – disse Cléber, observando através do acrílico das portas que davam para o deque.

– Perto da entrada?

– Lá fora mesmo.

– Sei lá. Não quero pegar um resfriado. Achei que tiraria fotos na água somente quando fôssemos ao parque nacional.

– Quanto mais fotos, melhor. Eu entro com você na chuva – ele insistiu. – Vai ser divertido. Postaremos em nossas redes sociais assim que tivermos internet. A campanha nem vai começar e todas as suas amigas vão estar roxas de inveja.

– Não é o tipo de coisa que eu queira incentivar.

– A inveja dos outros, você quer dizer? – Ele me olhou com uma expressão interrogativa, como se fosse uma surpresa ouvir aquilo de uma modelo.

– Sim. Há coisas que não se deve alimentar – eu falei, preferindo não ser muito específica, porque, na verdade, não se tratava das outras pessoas, mas dele. Àquela altura, podia ver que ele acabaria transformando o banho na chuva em algo sobre ele, algo para aparecer mais, para ser mais paparicado, e eu não queria alimentar aquele ego que já estava grande o suficiente.

Cléber não insistiu mais no ensaio na chuva. Pôs a câmera de lado e se jogou no sofá-cama com botas e tudo, não se dispondo a tirá-las ou fazer qualquer outra coisa durante todo o resto do dia. De repente, havia se tornado o comodismo em pessoa, apático e insosso. Cheguei a pensar que aquilo se tratava do efeito do “não” recebido mais cedo, mas, pelo visto, não era só isso.

– Você está bem? Estou te achando meio verde.

– Estou ótimo. Só quero ficar de boa.

– Não devíamos estar fazendo alguma coisa agora? – falei mexendo nos armários. – Vem cá, vamos ficar sozinhos aqui até quando?

– Com esse temporal, por mais um ou dois dias. A equipe do estúdio não vai poder vir ou trabalhar debaixo desse aguaceiro, nem os técnicos contratados pela construtora. Mas, se quiser fazer alguma coisa, pode subir no telhado para conferir os painéis solares e consertar a conexão via satélite no lugar deles.

– Afinal, você é que não fará isso, não é?

– Quer relaxar um pouco? Não tem nada com que se preocupar. Estamos equipados com tudo o que precisamos. Você está procurando o que mesmo?

– Kit de primeiros socorros. Quero saber onde está para o caso de alguma emergência.

– Está no banheiro. Eu mostraria onde exatamente, mas esse climinha chuvoso está me deixando... – Ele procurou por palavras. – Sonolento.

– Preguiçoso – eu o corrigi em um sussurro, embora pudesse falar em alto e bom som, já que Cléber estava “de boa” demais para se importar com qualquer coisa que eu falasse ou fizesse.

Achei o kit de primeiros socorros em uma gaveta no banheiro e o levei para o quarto, para que ficasse mais perto e visível caso algo acontecesse. Queria estar o mais preparada possível para alguma das muitas possibilidades que se passavam em minha mente, ao mesmo tempo em que repetia para mim mesma o que Cléber havia falado, sobre estarmos bem equipados e não termos nada com que nos preocuparmos; afinal, o mandachuva da Courtz & Silva não mandaria o filho para o Lar Sustentável se não fosse seguro, não é? Era uma boa pergunta para se pensar.

De fato, a casa em si não oferecia perigo; restava saber se seus habitantes também. Especialmente Cléber, é claro.

Parecia que ele queria compensar toda a falta de energia do dia anterior comendo tudo o que visse pela frente quando eu o encontrei pela manhã, jogado no sofá-cama que mais parecia um chiqueiro com tantas embalagens e migalhas espalhadas. Porém, toda a sujeira não me embrulhou o estômago tanto quanto ver as malditas botas ainda nos pés dele.

– É sério que dorme com isso?

– O quê? – ele perguntou de boca cheia, espirrando farelos de salgadinho na roupa. – Elas? Gosto das minhas coisas bem perto de mim.

– Está sovinando esse par de botas que está se acabando nos seus pés? Quem você pensa que vai pegá-lo? Eu?

– Não, não. Nada pessoal. Sou ciumento das minhas coisas mesmo. Não consigo controlar.

– Pois é melhor se controlar, especialmente no que se refere à comida. Está acabando com nossas provisões.

– Relaxa. Não é como se fôssemos passar um mês aqui. Em breve o temporal passará e o pessoal vai chegar. Acho que podemos até dar uma saída antes da sessão de fotos. – Ele esticou mais as pernas, cruzando-as sobre o estofado imundo e balançando os pés distraidamente, como se não visse a hora para um passeio. Assim, pude ver melhor os calçados, especialmente a coloração do couro, que evoluía agora para um verde mais viscoso, assumindo texturas que não tinha antes. Sinceramente, não queria estar por perto quando ele finalmente tirasse aquilo.

Virei-me sem mais discussões e fui para a copa pegar o que precisava para passar o dia no meu quarto. Fiquei culpada em alguns momentos, pensando se não seria falta de educação deixar Cléber sozinho esse tempo todo, mas ele parecia bem entretido comendo feito um porco do outro lado da parede. Ele estava satisfeito, e, em breve, o resto da equipe chegaria para nos salvar daquele confinamento. Pelo menos, era no que eu lutava para acreditar.

A tempestade não dava trégua em momento algum, castigando o pantanal a ponto de eu suspeitar que toda a região acabaria submersa, um verdadeiro mar no Centro-Oeste brasileiro. Se eu soubesse que a estação iria ser tão chuvosa, teria assinado para esse projeto? A empresa teria adiado os planos? Sem dúvida, não podemos prever tudo, e só o que me restava era aguardar por tempos melhores.

Mal podendo distinguir o que era ou não dia, acabei pegando no sono mais cedo do que de costume, acordando no meio da noite. Lá fora, a chuva ainda banhava o vidro da janela, lançando o lampejo dos relâmpagos para dentro do cômodo. Podiam ter se passado minutos ou horas desde que eu fechei os olhos entre os cobertores pela última vez.

Pus os pés nos chinelos e verifiquei o relógio, faltando apenas conferir o que Cléber estava fazendo antes de voltar a dormir. Andei até a porta e a abri devagar, encontrando a sala iluminada pelo abajur de parede e o piso molhado pela água trazida pelo vento que entrava pelas portas abertas do deque. Por todo o lugar, não se via um sinal, uma pista do paradeiro de Cléber, apenas a máquina fotográfica jogada no sofá-cama desarrumado.

Conferi na copa e no banheiro, não encontrando nem sombra dele. Voltei para a sala e olhei as pegadas espalhadas de modo confuso pelo assoalho. As marcas das botas no molhado não deixavam claro para qual direção ele teria ido. Mas não havia muitas opções, havia?

Perscrutei pelo deque e nada. Peguei na maçaneta da porta da frente, mas estava trancada. Dando meia-volta, abri as gavetas ao lado do sofá-cama e encontrei um molho de chaves em um cordão, tilintando como um sino quando o levantei. Em resposta, ouvi um barulho que destoava da típica trilha sonora da tempestade.

– Cléber? – Aproximei-me da entrada para o deque. – É você?

Um vulto assomou-se entre as sombras, pulou o guarda-corpo e pareceu deslizar em minha direção. Pisquei os olhos, afugentando a água que respingava em meu rosto e atrapalhava minha visão. Mas eu não estava enganada quanto ao que via: Cléber realmente estava no meio da chuva, inteiramente nu, com exceção dos pés ainda enfiados nas botas lodosas e com estranhos sulcos que pareciam separar dedos com garras. Além disso, uma espécie de tintura verde subia pelas pernas, ao invés de escorrer pelo chão.

– O que significa isso?

– Senti um calor e uma, sei lá, excitação forte agora à noite. Então, parece-me uma boa hora para nadar.

Olhei-o fixamente nos olhos, simplesmente não acreditando.

– Não pode estar falando sério.

– É claro que estou. – Ele agarrou meu pulso e me puxou para a chuva. – Vem. Vai ver como é agradável. Por que a caretinha? A água nem está tão fria.

– Suas unhas. Estão me espetando.

– Vou ser mais carinhoso, então. – Ele colocou os braços fortes ao meu redor, em um abraço molhado e um tanto áspero, como se uma árvore me agarrasse.

– O que está havendo com você? – Não sei com que tom minha voz saiu ao fazer a pergunta. As palavras se perdiam em meio ao barulho de cascata do cair das águas. Contudo, palavras não seriam suficientes na situação em que eu estava mergulhada. Não havia racionalidade com a qual argumentar quando fui pressionada contra o piso, os gritos abafados pela chuva.

Ele estava me segurando com uma força desumana, a voz grave – balbuciando dizeres sobre relaxar e sobre aquilo não precisar ser interessante só para um de nós – ia ficando mais distante, gutural, irreconhecível à medida que o ato se consumava.

Recobrei a consciência depois de um lapso de tempo. Parecia que minha mente se recusava a registrar o pior, mas as dores e os arranhões não me deixariam esquecer. Ergui-me somente o suficiente para começar a engatinhar em direção à entrada. Podia sentir uma presença obscura atrás de mim, totalmente estática sob a tempestade, não sendo possível saber se morta ou apenas desacordada.

A última coisa com que queria me preocupar era o estado de saúde dele, mas, já praticamente dentro da sala, virei minha cabeça para conferir o que se passava, e um relâmpago me revelou que não era Cléber quem estava estirado no deque. O que vi no lugar tinha a aparência de um jacaré, embora muito maior do que qualquer um que eu já tivesse visto.

Com o grito que não pude evitar, ele abriu os olhos curiosos e procurou pela fonte do som estranhamente mais agudo que os conhecidos trovões. As pupilas refletindo a luminosidade oriunda do interior da casa se voltaram para mim, a curiosidade se transformando em um interesse mais hostil.

Apressei-me, forçando meu corpo dolorido a entrar, e tateei por alguma coisa para me defender. Apenas a câmera profissional parecia dura e grande o bastante para servir de arma, além do molho de chaves. As pequenas peças metálicas pontiagudas certamente seriam mais úteis para destrancar a porta da frente e alcançar o barco, mas um réptil gigante podia ser muito rápido, principalmente em um piso molhado.

O jacaré se atirou em minha direção, dando-me tempo apenas para colocar a alça da câmera e o cordão das chaves ao redor do pescoço e correr para o quarto, segurando a porta ao fechá-la e sentindo o impacto do animal do outro lado.

A fechadura e eu rapidamente cedemos às investidas fortes e furiosas da fera escamosa que jogava o próprio peso contra a entrada bloqueada. Com um estalo, a porta abriu, jogando-me para trás, e o jacaré caiu para dentro do quarto. Foi a vez da bocarra se escancarar, os dentes expostos com intenções homicidas.

Em um impulso, peguei a câmera pendurada em meu pescoço, ergui o aparelho e o arremessei exatamente na garganta. Enquanto o animal se engasgava, contorcendo-se na entrada, virei-me para trás e encarei as poucas chances que tinha. Teria que tirar forças do puro instinto de sobrevivência se quisesse fazer algo por mim mesma.

Abri a janela, subi no peitoril e me atirei no outro lado, as dores latejando com o choque do meu corpo na água. Não conseguia ver nada além dos relances expostos pelos clarões dos relâmpagos, mas eu sabia em que direção devia ir. Contornei a casa a nado e cheguei onde o barco estava atracado.

As chaves continuavam comigo, e esperava que tivesse a agilidade e calma necessárias para dar a partida. Subi a bordo e comecei a desatracá-lo. Com a embarcação solta, acionei o motor de popa, que roncou sob a chuva e pareceu dialogar com um grunhido forte e selvagem que se esgueirava por baixo da casa. Algo se aproximava, e, a julgar pelo silêncio dentro da residência e a entrada do deque deixada aberta, não era difícil imaginar quem ou o que era.

O barco começou a se afastar, até que um solavanco o fez cambalear sem uma direção certa. Os ventos e a água que entrava no barco devido à chuva pareciam problemas pequenos diante daquele dorso que deslizava perigosamente próximo.

Confrontando a própria ira da natureza manifestada através da tempestade e do animal, acelerei e consegui evitar que o casco fosse ferido pelos dentes afiados que investiram contra a embarcação. Esta ziguezagueou alguns metros antes de eu retomar o controle e pilotar em direção à saída da baía. Tendo apenas o auxílio dos relâmpagos para ver aonde ia, segui o fluxo do rio enquanto a fera em meu encalço ficava cada vez mais distante.

Tema: Noites tempestuosas brasileiras.

Jorge Aguiar
Enviado por Jorge Aguiar em 31/10/2020
Reeditado em 26/07/2022
Código do texto: T7100674
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.