KNOCHEN-4
O tempo passava devagar para as duas irmãs, presas dentro do velho moínho, na companhia dos esqueletos de ossos. Finalmente anoiteceu.
Quando o sino da capela no vilarejo do Corvo, badalou 9 vezes, a porta se abriu com um rangido. Uma fila de pessoas vestindo mantos negros e mascaradas de caveira entraram, se postando num círculo em redor do altar, repetindo as palavras:
- KNOCHENGOTT, KNOCHENGOTT, HARE SERGULATH!
Um deles serviu uma bebida num osso dum crâneo e depositou no altar.
O guru da seita da Santa Morte usava um colar e um cinto de ossos de mãos e pés humanos. Ele acendeu um incenso numa pira e o recinto foi tomado por uma névoa com cheiro de enxofre.
Dois adeptos da seita levaram Janet para a frente do altar, retiraram a vestimenta que a imobilizava e cobriram seu corpo e cabelos com cinzas.
O guru tomou uma catana envolta num morim vermelho e levantou para o ar. Os membros louvavam seu gesto repetindo:
- KNOCHENGOTT, KNOCHENGOTT, HARE SERGULATH!
Juliet se mantinha em silêncio, tomada de pavor vendo que sua irmã seria sacrificada e morta para o demônio SERGULATH. Quantas pessoas eles já haviam matado para seu Deus dos Ossos ninguém podia contar.
Na sua mente aparecia apenas a imagem que ela havia visto, aquele espectro do cavaleiro da morte montado num cavalo descorado, munido com uma gadanha no alto dos rochedos da ilha, mirando o mar.
Janet tentava invocar um demônio, proferindo mentalmente algumas palavras que havia aprendido em suas pesquisas do seu trabalho de conclusão na escola, sem resultado nenhum. Tudo era apenas superstição
do povo, auto-sugestão de estado psíquico desequilibrado e fanatismo religioso.
Juliet mantinha os olhos fixos na caveira sentada no trono. O vento vindo pelo vidro quebrado da pequena janela no teto, trazia até seus ouvidos um relincho e o barulho de cascos das patas dum cavalo se aproximando cada vez mais, aumentando seu pânico da morte...
• segue no cap-5
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