CONTO DE TAROT-2
Annelise reclamou ao pai que os peixes na fonte do jardim haviam morrido.
— Vamos comprar outros, isso acontece com peixes quando trocam de ambiente repentinamente.
No dia seguinte os novos peixes também estavam mortos.
A menina de 10 anos escutou uma voz lhe dizer: — Fui eu que matei os peixes, continuarei a matar todos se voce não fizer o que eu mandar.
Ela olhou para a estátua do Sátiro e respondeu: — Eu sabia que era voce, seu demônio, voce é um ser do mal.
— O próximo será seu gato feio e fedorento, se quiser que ele continue vivo, deve fazer o que eu digo. Vá na casa de sua amiga Betsy, retire da bolsa da mãe dela o teste de gravidez e coloque na sua mochila. Procure uma costureira e providencie uma fantasia de mim mesmo, esconda no forro do manto de inverno de seu pai. Cumpra minhas ordens ou matarei seu gato ridículo e repugnante.
— Deixe de ofender meu gato, feio é voce seu bode de cornos!
Annelise passou a ser dominada por aquela voz e obedecia seu comando, sem saber o que se ocultava por trás de tudo.
Magda ajudava ela nos deveres de casa e ao retirar o livro da mochila, viu o envelope do teste anônimo do laboratório e leu o resultado.
— Annelise, isso é um teste de gravidez! Voce tem apenas 10 anos.
— Eu não quiz te contar para voce não ficar triste. É cria do Fauno, ele vem sempre durante a noite na minha cama.
— Aquilo é apenas uma estátua de mármore, conte-me a verdade.
— Procure nas roupas do pai e irá entender tudo.
Magda foi no outro quarto e achou a fantasia de Sátiro escondida no forro do manto de inverno de Kalvin.
— Um pedófilo, um tarado, asqueroso, seviciador da própria filha e agora ela está grávida do próprio pai. Mostro pedofilia maldito, ele irá pagar por cometer crime de incesto.
— Vamos fingir que não sabemos de nada Annelise, preciso de provas contra ele, pegá-lo em flagrante no ato. Voce devia ter me contado antes, eu nunca havia percebido nada.
Vou avisar a mãe de sua amiga Betsy para vir buscá-la e voce ficará na casa dela por alguns dias, arrume suas coisas.
Magda observava o auto da mulher se afastar levando as meninas junto.
Ela foi numa loja de armas e comprou uma pistola 22 e munição.
No final da tarde Kalvin voltou do seu trabalho e foi recebido com um sorriso.
— Então seu cafajeste, pedofília, como voce teve coragem de fazer isso com nossa filha!! Ela está grávida do próprio pai, sabe o que significa para uma menina isso, seu cão sarnento?
— Magda o que voce está dizendo? Eu jamais iria fazer isso com Annelise! É uma loucura essa história!
Ela jogou para ele a fantasia do Fauno.
— Eu achei a prova no seu guarda- roupas, voce se vestia de Sátiro para
agradá-la e abusar dela, seu depravado pedófilo.
Ela apontou para ele a pistola que empunhava na mão, escondida nas costas.
— Magda eu sou inocente, voce está errada, nada disso é verdade!
— Morra seu mostro maldito, aborto do diabo!!
Kalvin tombou morto numa poça de sangue, após receber cinco tiros à queima- roupa.
Depois de enrolar ele num lençol, ela atirou o corpo na fonte do jardim, cobriu com terra, pedras e vegetação, nos pés da escultura do Sátiro.
O vento noturno soprava no ar um sinistro toque de flauta, como sussurros vindos do além. . .
-----------> segue no cap.3
_____________________________________________