ESPANTALHO CITY-fim

[ Tema- Horror- Fantástico ]

Ao amanhecer do dia eles perceberam que o Trailercar estava alagado, próximo do mar, encalhado na areia.

— Todos filmes estão danificados, não se pode aproveitar mais nada.

Tudo indica que o Motorhome foi empurrado de propósito, durante a noite, há pegadas estranhas de sulcos, mas não são de calçados.

Os moradores vieram ajudar trazendo vacas e bois de carga para puxar o Trailercar, conseguindo retirá-lo da água.

— Voces foram avisados, não deveriam ter entrado e profanado a casa abandonada e espiritada da feiticeira, praticante de wodoo e magia negra. Foi o espantalho dela que fez isso para voces.

— Quem era a tal de Aburaya, como foi que ela morreu?

— Aburaya vivia isolada e sofria de uma doença esquisita, não suportava a luz do sol. Pregou as portas e janelas com tábuas para se proteger da claridade. Saía apenas de noite para colher suas ervas e raízes no mato.

Ela foi encontrada morta, envenenada por suas poções de raízes. Seu corpo foi cremado e as cinzas jogadas na sua casa. Seu espírito ficou preso no lugar. Ela se manifesta no fantoche espantalho wodoo que criou e vaga feito zombi pela noite, se diverte em destruir os outros espantalhos, rasgando-os em pedaços.

— O motor não está estragado, ainda funciona normalmente. Juntem os aparelhos, vamos procurar outro lugar como cenário. Esse vilarejo Nagoro só nos causou prejuízos.

O Motorhome deixou o lugar, sob os olhares de alívio dos habitantes idosos, e dos espantalhos também.

— O que voce está olhando tanto Yudi?

— Eu juraria que o maldito espantalho macabro no matagal, levantou sua mão acenando para mim.

Em Nagoro os moradores continuaram a costurar espantalhos, vestir com as roupas de seus defuntos, para preservar suas memórias e distribuir pelo vilarejo, encher de vida e animar as ruas, afinal um espantalho a mais não faz mal a ninguém. Desde que não seja um fantoche wodoo zombi, amigo dos corvos e predileto das bruxas, que retornam do mundo das trevas, para assombrar quem encontram pelo caminho, se mostrar para aqueles que não acreditam nelas, apreciar os descrentes fugirem assustados, como o diabo que foge da cruz.

FIM

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