DE VOLTA AO PESADELO.

'É muito triste tornar-se um lixo aos olhos da pessoa a quem você ama, e que um dia te amou também...' (Augusto Branco)

Já sabendo que suas mensagens ainda não teriam sido respondidas, otimista o rapaz olha novamente para seu celular... e como já esperado, apenas visualizado. Por mais que já sabia disso, ainda em seu coração otimista, bem no fundo, ainda assim otimista, ele ainda tinha alguma esperança de ser respondido.

- Entendo... - Sussurra o rapaz enquanto da um leve sorriso.

Mais uma vez ele olha para baixo, mas a madrugada estava tão escura que nem o rio ele podia enxergar mais... apenas aquela quantidade absurda de neblina, que mais pareciam que as nuvens tinham descido do céu. Então, ele solta sua garrafa vazia de whisky, e conta os segundos...

- Um...

- Dois...

- Três...

- Quatro...

- Cin*Plaaft*

Escuta a garrafa se despedaçar antes de concluir.

"Se eu não tivesse certeza que aqui em baixo é um rio, eu pensaria que é concreto puro... "- Pensa o rapaz enquanto engole seco, e solta seu último suspiro congelado, então de olhos fechados, ele da um passo a frente, onde já nem tem mais chão, ficando apoiado com apenas um pé sobre aquela ponte.

- ESPERA!!! - Uma voz feminina desesperada

O rapaz ao ouvir aquilo, volta imediatamente com os dois pés apoiado sobre a plataforma, seus olhos se abriram totalmente ao ouvir aquela voz, que era melhor do que qualquer melodia que os anjos poderiam criar em mil anos.

- Não faz isso, Alan. - Implora a moça

O rapaz caminha até ela, ainda desacreditado:

- Eu achei que você não se importava... - arrependido diz o homem

- Mas é claro que me importo.

- Você nem ao menos me respondia... há mais de um mês já.

- Eu apenas não sabia o que dizer, me desculpe... eu pensei bastante, e realmente errei também... eu falhei com a gente... - Diz a mulher enquanto deixa uma lagrima escapar sobre seu olho.

- Você errou, eu errei... quem se importa com isso agora ? - O rapaz segura uma das mãos da moça, e limpa aquela lágrima que ainda estava sobre a bochecha dela.

- Vamos para casa... ? - Ela propõe

- Mas é claro, meu amor. - Os dois se abraçam como em seu primeiro encontro

No carro e ainda incrédulo, o rapaz questiona

- Como sabia onde eu estava ?

- Eu te procurei por todo lugar... por sorte te achei a tempo. - Diz a moça enquanto presta atenção na estrada

- Pensei que você já estivesse com outra pessoa...

- Eu estava. Porém notei que aquilo não fazia sentido... nós juramos lembra? Na alegria e na tristeza... até que a morte nos separe.

O homem emocionado olha para sua companheira

- Você novamente continua salvando minha vida.

- É como aquela música diz, sou sua protetora, lembra? E eu prometi que cuidaria de você para todo o sempre. - Sorrindo a mulher passa a mãos sobre a perna fria do rapaz

Ao chegarem, se deliciam de uma noite de prazer, não como em sua primeira noite... que foi horrível. Nem mesmo a segunda, que fora um desastre. Mas sim como na sua décima vez, onde ambos já sabiam cada ponto fraco um do outro.

- Hey, acorde - Diz a moça

O homem ainda de olhos fechados recusa

- Não, ainda ta cedo

- Cedo ? Olha só toda essa claridade

O rapaz sente toda aquela luz sobre seu rosto mesmo de olhos fechados, como quando alguém acende a luz do quarto sem avisar em meio a madrugada.

- Acorde... - Aquela voz macia continua

- Acorde...! - Aos poucos aquela voz se distorcia

- ACORDE!!! - Uma voz forte e grave

O homem então abre seus olhos e vê aquela luz forte apontada sobre ele, e vários homens de branco e máscaras comemorando ao seu redor

A única coisa que o pobre rapaz conseguia fazer no momento era deixar suas lágrimas saírem, que fazia todos os médicos se questionarem, o porque daquela expressão tão infeliz.

Aquela expressão de quem estava vivo... de volta a realidade... de volta ao pesadelo.

Alisson Evil
Enviado por Alisson Evil em 14/07/2021
Código do texto: T7299401
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.