O BAMBUZAL
Vai o vento assoviando flauta
no manto verde do bambuzal
bailam troncos envergando
suspiram as folhas no cambuizal
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Os brotos dos colmos ( • • )
ganchos dos olmos ▬( ;; ▼ ;; )▬
sinistras agulhas \_◘_/
o zéfiro desbulha ..\l/l.l.l..l.\\l//.l..l..\l/.l..
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Aracnas armadeiras ..\\l//l..ll...l.\\l//.l..l.\\l//.l..ll.l..\\l//..
tecem teias de seda negra
macabra arapuca
cemitério da mutuca
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O jeremio das corujas / \(°;°)/ \
lúgubre nas brumas / \( :::: )/ \
malsinando o jaguar
atalaia do bambuzal
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Grasna o uruvango
piongo de rezingo
a sombra lóbrega
da pantera negra (RM.Bernardi )
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A ilha Mauritius é um paraíso para turistas e uma das grandes produtoras de bambu. Do bambu são construídos casas, cercas, encanamentos, móveis, instrumentos musicais, cestos, esteiras, fabricado papel, e pode-se comer os brotos.
Os irmãos Tobias e Tony e as namoradas Luena e Fayola, passavam férias na ilha. Com um Jeep alugado, passeavam pelos arredores, apreciando a paisagem da natureza. Um grande bambuzal ocultava uma aldeia abandonada. Seguiram pela trilha estreita e se aproximaram do lugar silencioso. Apenas o vento silvava sinistro nos juncos dos bambus.
Num caule robusto havia um esqueleto humano pendurado, tendo os pulsos e os tornozelos amarrados com arame farpado, o buraco dos olhos preenchido com fibras de bambu, os cabelos eram ramos e folhas, coberto com um véu de teias de aranha com cadáveres de insetos.
— Que lugar macabro, esse é um vilarejo fantasma, não vive ninguém aqui.
— Vejam, há um pavilhão de bambu, cercado com arame farpado, a porta está trancada.
— Nas casas restam utensílios de barro e argila e feixes de lenha.
— Olhem, lá adiante há um cemitério, vamos té lá.
— Esses montes de terra são sepulturas, algumas ainda estão frescas. As cruzes de bambu fincadas em cima, são atadas com cipó ensanguentado.
— Vamos voltar para o Jeep e ir embora, essa aldeia é fantasmagórica.
Ao chegarem perto da trilha onde haviam deixado o jeep, viram que um jaguar estava deitado lá dentro.
Do bambuzal saíram cerca de 50 crianças camponesas, descalços e com um lenço branco na cabeça, aparentando de 10 até 15 anos. Todos seguravam uma vara de bambu, e eles foram escoltados para a aldeia e trancados no pavilhão.
— Eles nos aprisionaram aqui dentro, um deles passou a tranca na porta.
— Esses aldeões se comportam de forma estranha, falam uma linguagem desconhecida. Não há nenhum adulto, apenas crianças e adolescentes. Talvez os familiares estejam trabalhando no bambuzal.
— Quando eles vierem aqui, vamos atacá-los e fugir !
— Há um tigre deitado na frente da porta, montando guarda !
— O celular está sem conexão nenhuma, deve ser culpa do bambuzal.
— Está anoitecendo. No canto tem algumas esteiras, vamos descansar e pensar num jeito de saír desse vilarejo embruxado.
▬▬▬► segue no cap. 2
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