NECROFOBIA- fim

O CÃO DA MEIA-NOITE

Elbridge esperava no carro, escutando música com o fone de ouvidos, por isso não escutava os gritos de socorro dos outros.

Harley chegou com seu auto, ela pegou na sua mão e o arrastou até o portão do cemitério. Um grande cão negro ensanguentado rasgava as carnes dos corpos esquartejados dos dois amigos. Elbridge juntou algumas pedras, correu para dentro do cemitério, tentando enfrentar o cão.

Harley paralisado, olhava a cena macabra. Sentindo rigidez muscular, tremor, taquicardia, insuficiência respiratória, sofreu um ataque de pânico. O Cadejo saltou sobre Elbridge e estraçalhou sua jugular, mordendo e deformando seu rosto.

Instintivamene Harley reagiu e entrou no cemitério, arrancou uma cruz de madeira de uma sepultura e atirou com fúria contra o cão. Perfurado mortalmente ferido, o animal infernal caiu no chão estrebuchando. Minutos depois havia apenas um punhado de cinzas escuras no lugar. O jovem ligou para a polícia, os corpos foram retirados e encaminhados para o instituto forense. Harley foi preso como suspeito dos assassinatos dos amigos, a policia não se convenceu dos fatos por ele contados. Logo o laudo do necrologista concluíu a causa mortis: Ataque por animal selvagem, dilaceração de órgãos.

Como não havia marca de armas de fogo nem faca, Harley foi inocentado e posto em liberdade. Ele não compareceu aos funerais dos amigos, mas decidiu continuar com a psicoterapia, tentar se curar de sua necrofobia acentuada. A morte faz parte da vida, é o destino de todos sêres viventes, nenhuma matéria é eterna.

Três dias depois dois jovens caminhavam pela rua próxima do velho cemitério abandonado, ao longe o sino de uma capela bateu meia-noite. Escutaram um sinistro ganido agudo, vindo de dentro do cemitério, o vento batia o portão de ferro, desviaram do lugar e sairam correndo apavorados.

FIM

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NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 27/05/2022
Reeditado em 27/05/2022
Código do texto: T7524896
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